Os Vizinhos da Casa Azul
VIZINHOS DA CASA AZUL
Francisca Oliveira e Vera do Vale, Os Vizinhos da Casa Azul, adaptado por António José Ferreira
Era uma vez uma vila cheia de árvores, onde os pássaros cantavam e faziam ninhos.
Nas noites de Verão, as famílias passeavam e sentavam-se nos bancos do jardim, enquanto as crianças brincavam.
Perto do jardim, moravam o Zé, num rés-do-chão direito e o Manuel, no rés-do-chão esquerdo.
Ao fim da tarde, conversavam e ficavam a ouvir os pássaros. Com o Outono, vieram os dias cinzentos, o vento frio, as noites longas e o cair das folhas.
Durante algum tempo, os vizinhos ainda conversavam, mas a partida dos pássaros deixou-os tristes.
O Zé resolveu comprar uma flauta e pô-se a tocar, tentando imitar o canto dos pássaros, e assim passou horas e horas.
O vizinho Manuel tentava dormir mas não conseguia. Irritado, começou aos murros na parede.
Ao ouvir os murros na parede, o Zé pensou que o vizinho estava a gostar do som da flauta e, animado, continuou a tocar cada vez mais forte.
De manhã, o Manuel foi à loja de música comprar uma corneta e, mal entrou em casa, desatou a soprar.
O vizinho Zé ficou aborrecido e, quando voltou, trazia consigo um tambor. Rapidamente começou a tocar, e a verdade é que ganhou afeição ao instrumento.
Do outro lado, a resposta não se fez esperar… As paredes da casa tremiam ao som de um bombo, cujo som grave atravessava as paredes das casas próximas.
Durante algumas noites o desafio continuou… Cada noite havia novos instrumentos… Ferrinhos… pratos… e a vizinhança falava mal daqueles vizinhos.
O António, um maestro de banda que estava de regresso à vila, resolveu passear por aquela rua…
Depois de muitos toques de campainha e de batidas fortes na porta, conseguiu ter uma conversa com ambos…
No dia seguinte, a vizinhança já conseguiu viver mais descansada… Teria o maestro levado os instrumentos? Teriam os vizinhos feito as pazes?
Alguns dias depois, apareceu um anúncio: «Convidam-se os interessados em tocar em conjunto para um ensaio às 21:00 na Junta de Freguesia. Não é necessário levar instrumentos».
Às 20:30, as pessoas começaram a chegar.
O António começou a pôr os instrumentos uns ao lado dos outros e distribuiu partituras simples. Tocaram e cantaram canções da terra.
Era quase meia noite quando o maestro, cansado mas contente, terminou o ensaio.
Desde essa data, todos os sábados à tarde, pode ouvir-se um conjunto musical que faz companhia a todos… e, por vezes, pode ainda ouvir-se alguém contar a história de conjunto que nasceu da zanga de dois vizinhos com saudades do cantar dos pássaros…
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.
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