Recursos musicais de apoio a técnicos e famílias de crianças portadoras de necessidades educativas especiais

Música, inclusão, NEE

A Música como forma de Inclusão para crianças com NEE

Isabel Ferreira

A Música é um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio, de autoestima e do autoconhecimento, além de ser um poderoso meio de integração social entre as pessoas, independentemente da diferença entre elas. As crianças poderão estabelecer contacto de dentro e fora da escola. Sob o ponto de vista da maturação individual, isto é, da aprendizagem das regras sociais por parte da criança, a Música também é importante. Ao brincar nos jogos de roda a criança tem, por exemplo, a oportunidade de experimentar, de forma lúdica, momentos de perda, de escolha, de receção, de dúvida e de afirmação.

Ao mesmo tempo, a Música estimula diversas áreas sensitivas, o seu caráter relaxante pode proporcionar uma maior absorção de informações, isto é, aprendizagem. Losavow desenvolveu uma pesquisa onde foram observadas crianças em processo de aprendizagem, a uma parte delas foi oferecido Música Clássica durante a aula e foi notável a diferença ao nível da concentração resultando numa melhor aprendizagem.

Deste modo, a Música possibilita o desenvolvimento da linguagem, da ala e da coordenação motora da criança, melhorando a sua socialização e equilíbrio. Nas deficiências de aprendizagem favorece a concentração e a disciplina.
Sendo a Música uma linguagem universal, tem poder de inserção do indivíduo na sua cultura independentemente da sua situação mental ou física.

A Música pode contribuir para que a criança interaja com o seu mundo, além de ser um instrumento mediador. O ritmo é um elemento que pode ser de grande contribuição para o desenvolvimento da psicomotricidade de crianças com deficiências físicas. Piaget afirma que não podemos conceber a ideia de espaço sem abordarmos a noção de tempo. Para que uma criança aprenda a ler, é necessário que possua um certo domínio do ritmo, um reconhecimento dos sons e das frequências das palavras. Através da orientação temporal, a criança adquire a experiência de localização dos acontecimentos passados e poderá projetar-se para o futuro, fazendo planos e decidindo a sua vida.

Toda a criança possui um ritmo natural. Quando bebé, está sujeita a diversos estímulos rítmicos como: o balanço do berço, a melodia cantada pela mãe e inclusive o seu próprio choro que possui horas de repouso e horas de impulsos. O ritmo permite uma maior flexibilidade de movimentos, pois em contacto com um som externo, o nosso ritmo interno entrará em consonância ou reagirá a esses sons, aceitando ou tentando transformar a intensidade deles. Permite também um maior poder de concentração, na medida em que a criança é obrigada a seguir uma cadência determinada.

Orientar-se no tempo torna-se fundamental na atividade quotidiana, pois a maioria das nossas atividades são cronometradas nele. Contudo, para que o processo de musicalização seja considerado terapêutico, requer a intervenção de um terapeuta. Quando a Música é utilizada sem a presença deste, o processo não é qualificado como terapia. Ao mesmo tempo que limita, liga ao todo, passa a ser percebida quando deixam de ser linhas rígidas e se flexibilizam, assumindo possibilidades múltiplas. Com isso, a interdisciplinaridade significa troca, parceria e diálogo em busca do novo, através da ampliação e revisão constante dos seus princípios e pressupostos.

Leia AQUI toda a dissertação.

A importância da Música no desenvolvimento global das crianças com Necessidades Educativas Especiais: perspetiva dos Professores do 1º Ciclo e de Educação Especial, por Isabel Maria Campos Ferreira, Mestrado em Ciências da Educação na Especialidade em Domínio Cognitivo e Motor, Lisboa: Escola Superior de Educação João de Deus, 2012. Ligeiras adaptações.

Criança com espectro do autismo

Criança com espectro do autismo

Onomatopeias e necessidades educativas especiais.

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A utilização de onomatopeias pode ter particular interesse em crianças com deficiência que não falam. Tendo a certeza de que a criança ouve, há toda a vantagem em proporcionar-lhe sons e palavras simples e funcionais que lhe dêem prazer, estimulem a curiosidade e que eventualmente possa vir a usar para pedir coisas e exprimir-se melhor. Acompanhadas com gestos, as onomatopeias melhoram a atenção.

Oiça a melodia em MIDI.

Pipi!

Sabes, eu comprei um carro novo.
Vem comigo passear,
vem ver o mar,
e lanchar.

Popó!

A onomatopeia – palavra grega que chegou ao Português por via do Latim (onomatopoeia) – é um fenómeno linguístico e uma figura de retórica. Resulta da semelhança, através da imitação ou reprodução, entre o som de uma palavra e a realidade representada (sons da natureza, de animais, de ações humanas). A onomatopeia não é reprodução exata mas uma aproximação.

As onomatopeias podem ser puras, quando consistem na imitação fonética, tanto quanto possível exacta, dos sons que representam, por exemplo: trrrrrim (campainha).

Estas classificam-se como onomatopeias não vocabulizadas, (não lexicalizadas) pois não constituem vocábulos da língua, apenas imitam os sons que representam, muitas vezes apenas com consoantes apostas, facilmente pronunciadas como imitação, mas dificilmente representadas ortograficamente, como é o caso de pfffff, existindo também as onomatopeias vocabulizadas (onomatopeias lexicalizadas) que são vocábulos como outros quaisquer, que seguem as regras de construção ortográficas e possuem uma classificação sintáctica e morfológica, idêntica às restantes palavras, como é o caso de piar, miar, às quais correspondem onomatopeias puras (piu miau, respectivamente). Quase todas as onomatopeias são passíveis de lexicalização, bastando para tal antepor-se um determinante artigo, como por exemplo: um tic-tac / o tic-tac. Lurdes Aguiar Trilho

A partir deste fenómeno, surgiram alguns vocábulos com uma configuração onomatopaica, que são aqueles que têm o poder de sugerir uma imagem mais ou menos aproximada do facto que exprimem, a partir da existência de certos fonemas, cuja natureza faz lembrar o facto designado. É este onomatopeísmo que dá expressividade às palavras que designam fenómenos sonoros (clique, crepitar, estalido, estrondo, matraquear, murmúrio, sussurro, tilintar), às que designam vozes de animais (cacarejar, coaxar, grunhir, miar, piar, uivar, zurrar), ou actos sonoros produzidos pelas cordas vocais e afins (assobiar, cochichar, fungar, roncar, tossir).

A construção onomatopaica tem grande importância estilística e poética, pois nela se concentram a melodia, a harmonia e o ritmo da frase. Daí que a poesia seja particularmente sensível a este recurso bastante sugestivo, que a aproxima da música. No uso da onomatopeia como artifício estilístico, o efeito baseia-se não tanto nas palavras individuais como na combinação de valores sonoros que podem ser reforçados pela aliteração, ritmo e rima.”

Do ponto de vista semântico, há que distinguir a onomatopeia primária que consiste na imitação do som pelo som e a onomatopeia secundária que evoca não uma experiência acústica, mas um movimento.

Visto que a onomatopeia exige uma afinidade entre o nome e o sentido, seria de esperar que tais vocábulos fossem semelhantes nas diferentes línguas. Contudo, há que concordar que cada língua convencionou a onomatopeia de uma maneira própria e que até formações nitidamente onomatopaicas têm poucas semelhanças nos diferentes idiomas quando se traduzem graficamente. Por exemplo, o ladrar do cão é reproduzido em inglês como bow-wow. (…)

Interessa-nos especialmente saber, no caso das crianças com atraso passageiro ou permanente na fala, que uma das características da onomatopeia é acudir “à falta ou ao desconhecimento de determinados termos abstractos, como sucede, por exemplo, com certos termos da linguística infantil (popó, pipi, mémé)”. Para certas crianças com deficiência, as vocalizações e onomatopeias são uma das formas de se exprimir e comunicar.

Por outro lado, a onomatopeia “é um complemento expressivo para transmitir o som ou o movimento contido na frase, tornando-a mais viva, mais comunicativa. Daí que a autora apresente a seguinte definição para onomatopeia: «palavra motivada que se mantém em relação com a realidade que exprime – ou por imitação de um som, ou por sugestão de um movimento, ou ainda por simultaneidade dos dois.» (Maria Teresa Rita Lopes).

A onomatopeia permite jogar com a música, o ritmo, a poesia.

Fonte: Lurdes Aguiar Trilho

Jovem tocando tambor

Jovem tocando tambor

1. Noções espaciais e salto

O adulto diz um dueto e a criança repete e faz a ação referida pelo texto.

Dou um salto para a frente,
Que eu já sou competente.

Dou um salto para o lado.
Isto eu tenho treinado.

Dou um salto para o outro,
Que ainda saltei pouco.

Dou um salto à direita:
P’ra crescer é uma receita.

Dou um salto à canguru,
e a seguir vais saltar tu.

Oiça a melodia em MIDI.

O adulto pode improvisar com canto ou recitar como em teatro musical, com acompanhamento de um tambor. Pode repetir cada dueto de modo que a criança preveja o que irá ser pedido.

Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências nas áreas do Português e da Matemática.

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.

Saiba mais na Reciclanda e contacte-nos:

António José Ferreira:
962 942 759

2. Imitar animais que saltam

Salto eu e saltas tu
Como salta o canguru. (2 v.)

Salta agora ao pé coxinho,
Mais e mais um bocadinho. (2 v.)

Salto eu e saltas tu,
Como salta o cavalo. (2 v.)

Há um troféu para o primeiro.
Quem será que vai ganhá-lo. (2 v.)

Oiça a melodia em MIDI.

A criança está numa linha de partida. Quando o adulto bate uma palma e jogador salta o mais longe possível em direção à linha de chegada. Verifica-se o tempo que demorou com cronómetro. A criança aprende também a cronometrar.

Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências na área do Português.

3. A canguru e o filhote

O que tens, ó canguru,
nessa bolsa tão fofinha?
Eu vou levar o meu filho
Que já anda na escolinha.

Diz-me lá, ó canguru:
Vais de carro ou a pé?
Eu cá vou a dar saltinhos
E a brincar com o bebé.

Oiça a melodia em MIDI.

O adulto diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e a crianças repete. Diz uma quadra toda e a criança repete. A criança diz a quadra, com acompanhamento rítmico pelo adulto.

4. Quantos?

No início, o adulto pergunta e a criança responde. Depois invertem-se os papeis.

– Quantos anos viverei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

– Quantos filhos eu terei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

– Quantos cursos eu farei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

– Quantas línguas falarei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

– Quantos carros comprarei?
– Nem tu sabes nem eu sei!

– Quantos jogos ganharei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

– Que instrumentos tocarei?
– Nem tu sabes, nem eu sei!

1, 2, 3, 4, 5…

Oiça a melodia em MIDI.

Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências nas áreas do Português e da Matemática.

Concebidos para a família com os seus recursos, pensados para crianças com ou sem necessidades educativas especiais, os “Jogos musicais em casa” podem ser realizados também na escola por técnicos e professores de “Música Adaptada” e “Oficina dos Sons” e “Oficina dos Sons Adaptada”.

António José Ferreira

Criança saltando

Criança saltando

1. Importância do jogo

Tal como acontece em animais selvagens ou domésticos, a brincadeira e o jogo na infância humana contribuem para o desenvolvimento psicomotor das crianças. No caso de crianças com necessidades educativas especiais, a família tem um papel importantíssimo, criando condições para que a criança supere dificuldades e adquira competências de forma lúdica. Este jogo envolve alimentação saudável, Estudo do Meio e Língua Portuguesa, Música e Expressão Dramática.

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.

Saiba mais na Reciclanda e contacte-nos:

António José Ferreira:
962 942 759

2. Fruta faz bem

Adulto e criança descascam uma laranja e uma maçã, e cortam-nas para fazer salada de fruta. Põem numa taça. O adulto diz à criança a parte que lhe compete:

Apetece-me salada
Com a fruta que houver:

Com laranja, com maçã,
Com banana, com romã,
Com ameixa, com melão,
Com papaia, com mamão.

O adulto responderá:

– Nem papaia nem mamão,
Nem ameixa nem melão,
Nem banana nem romã,
só laranja e maçã!

Depois de aprenderem as quadras, improvisam melodicamente como se estivessem a cantar teatro musical.

3. Caminhar é saudável

Saudável é também caminhar, onde for possível e seguro. Treinam as seguintes falas:

– Quero convidar-te! – diz o adulto à criança.
– Convidar para quê? – responde.
– Para ir ao parque.
– Em que dia é?

– Dia 30! (ou outro) – diz o adulto.

A criança conta quantos dias faltam, desde o dia em que está: – 25, 26, 27, 28, 29, 30. Depois, diz acompanhando cada dia com um salto.

[ António José Ferreira, testado em criança com NEE ]

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Diospiro

Diospiro

Brincar Musical NEE” inclui jogos e dinâmicas musicais promotores de desenvolvimento para crianças com dificuldades de aprendizagem e necessidades educativas especiais que frequentam o Ensino Regular. 

Materiais necessários

4 copos, 4 rolhas, colher de pau, tampa circular, bolinha

Plano de sessão

  1. Organização dos materiais
  2. Dizer e jogar um poema de salto
  3. Marcar o ritmo com palmas
  4. Jogo da bola na arena
  5. Representar e tocar um padrão

Instruções

1. Mesmo que não haja em casa instrumentos convencionais, há na cozinha objetos que podem funcionar como instrumentos. Com o seu filho, escolha dois copos com pé. Com uma colher de pau, batam suavemente e vejam se o som é agradável. Depois encham um deles: verificarão que o copo cheio tem um som mais grave. Sobre a mesa da sala, coloque os copos, um à frente do outro de modo que se possa bater facilmente com a colher de pau. Coloque também os outros materiais que vão ser necessários para a sessão.

2. Adulto e criança vão em seguida fazer um jogo de saltos, mas a primeira coisa a fazer será aprender:

Salto eu, saltas tu,
para vermos quem mais salta.
Não sou eu, não és tu,
quem mais salta é o canguru.

Oiça a melodia em MIDI.

A criança aprende o texto e acompanha com gestos. Depois, o adulto diz sozinho batendo palmas em Eu e tu. A criança salta só nessas palavras. Se não se enganar, ganha um jogo. Repete-se até a criança se torne competente.

3. Marca-se intuitivamente o ritmo do texto anterior com palmas, ou de outra forma que a criança pode sugerir.

4. A atividade seguinte supõe uma arena de plástico (tampa reutilizada de balde de azeitonas, ou uma tampa larga circular de um tupperware), e uma pequena bola (como a bola que pode tirar de um desodorizante roll-on gasto. Diz-se ou canta-se o trava-línguas:

Roda a bola,
Roda, rola,
Numa arena
Da escola.

Oiça a melodia em MIDI.

Depois de dizer bem, a criança acompanha percutindo alternadamente nos copos cheio e vazio com colher de pau. Em seguida faz-se um jogo. Coloca-se a bolinha na tampa circular e verificam quanto tempo consegue rodar sem deixar cair ao chão. Pode rodar no sentido dos ponteiros do relógio, ou em sentido contrário. O adulto – ou a criança – cronometra com o telemóvel.

5. Sobre a mesa, há quatro copos. Dentro de cada copo, há uma rolha (que representa uma palma). Criança e adulto percutem: tá tá tá tá (palma, palma, palma, palma). A criança tira a segunda rolha a contar da esquerda, por exemplo, e o adulto bate (palma, silêncio (faz de conta mas não bate), palma, palma), se for o caso. Depois invertem-se os papeis.

Objetivos da Oficina dos Sons Adaptada

A “Oficina dos Sons Adaptada”, implementada no concelho de Gaia, tem por objetivos:

  • “Estimular o sistema sensorial auditivo, tátil e propriocetivo;
  • Desenvolver a motricidade fina;
  • Estimular os processos da perceção, da atenção e da memória;
  • Promover a capacidade de expressão e comunicação;
  • Estimular o desenvolvimento emocional, a conscientização de si mesmo e a espontaneidade;
  • Desenvolver competências de integração em equipa e a comunicação interpessoal;
  • Aumentar a capacidade de autorregulação emocional e a tolerância à frustração (e.g., relaxamento);
  • Promover a autoconfiança e a autoestima;
  • Promover a autonomia nas rotinas do quotidiano;
  • Fomentar o cumprimento de regras e a adesão às convenções sociais.” (Atividades de Enriquecimento Curricular Adaptadas, Departamento de Educação da Câmara Municipal de Gaia, Guia para o/a Técnico/a, 2020)

António José Ferreira

Copos com som

Copos com som

Há muitos anos a divulgar formas de apoio às crianças com dificuldades de aprendizagem, com atraso ou multideficiência, a Lenga/Meloteca disponibiliza propostas de sessão familiar.

Por questões de exequibilidade e igualdade, parto dos seguintes pressupostos:

  • as famílias não têm instrumentos musicais;
  • as famílias têm objetos que, não sendo musicais, possuem potencial que lhes permita funcionar como instrumentos;
  • se valorizarem o corpo e a voz como instrumento primordial, as famílias podem dar um contributo importante para o desenvolvimento das crianças com atraso ou deficiência.

Objetivos da Música Adaptada

A “Oficina da Música Adaptada” tem por objetivos:

  • Estimular o sistema sensorial auditivo, tátil e propriocetivo;
  • Desenvolver a motricidade fina;
  • Estimular os processos da perceção, da atenção e da memória;
  • Promover a capacidade de expressão e comunicação;
  • Estimular o desenvolvimento emocional, a conscientização de si mesmo e a espontaneidade;
  • Desenvolver competências de integração em equipa e a comunicação interpessoal;
  • Aumentar a capacidade de autorregulação emocional e a tolerância à frustração (e.g., relaxamento);
  • Promover a autoconfiança e a autoestima;
  • Promover a autonomia nas rotinas do quotidiano;
  • Fomentar o cumprimento de regras e a adesão às convenções sociais.” (Atividades de Enriquecimento Curricular Adaptadas, Departamento de Educação da Câmara Municipal de Gaia, Guia para o/a Técnico/a, 2020)

Sessão para crianças com deficiência

1. Se possível, antes de começar a atividade, cuide que o espaço esteja organizado e não seja fonte de distrações.

2. Prepare dois objetos de casa que podem funcionar como instrumentos musicais: uma maraca reciclada e uma pequena panela com colher de pau. A maraca pode ser um ovo Kinder ou um frasco, ou qualquer outro recipiente onde pode colocar sementes, contando com a colaboração com a sua criança, se possível.

3. Se houver mais pessoas em casa, transforme com elas este momento num momento especial de música e ternura;

4. Faça à sua maneira um momento de rotina que é feito também na escola (de forma um pouco diferente). Diga, ou cante, improvisando:

Olá boa tarde,
Olá meu querido.
Vamos lá cantar,
que cantar é divertido.

Ou:

“Olá boa tarde,
olá, minha querida.
Vamos lá tocar
que a canção é divertida!

5. Acompanhe a rima com palmas, batendo de diferentes formas, ou com o pé, aproximando-se o mais possível das capacidades da criança.

6. Cante a canção:

Inda dorme, inda dorme,
Frei João, Frei João.
Vá tocar o sino, vá tocar o sino.
Dlim dlim dão. Dlim dlim dlão.

Em “vá tocar o sino”, bata com a colher de pau na panela, ou deixe a criança bater.

7. Improvise com novas frases que podem levar a outros gestos e ações da criança:

“Bate palmas”, “Dá um salto”, “Para a frente” – dizendo o nome da criança:

Bate palmas, bate palmas, ó Miguel, ó Miguel.
Bate, bate palmas, bate, bate palmas,
ó Miguel, ó Miguel.

8. Cante para a criança fazer de conta: “Come a sopa”, “Come a carne”, “Lava os dentes”…

9. Vocalize com sílabas do nome do seu filho: mi, te, ru…

10. Dê tempo à criança para experimentar, ou faça à vez, para reduzir o risco de a criança lançar ao chão.

11. Fale com voz variada mas suave: qualquer que seja o grau de compreensão da criança, uma voz com ternura é música para os ouvidos dela.

António José Ferreira

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Missangueira, Lenga 2022

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