Música em Família
Há muitos anos a divulgar formas de apoio às crianças com dificuldades de aprendizagem, com atraso ou multideficiência, a Lenga/Meloteca disponibiliza propostas de sessão familiar.
Por questões de exequibilidade e igualdade, parto dos seguintes pressupostos:
- as famílias não têm instrumentos musicais;
- as famílias têm objetos que, não sendo musicais, possuem potencial que lhes permita funcionar como instrumentos;
- se valorizarem o corpo e a voz como instrumento primordial, as famílias podem dar um contributo importante para o desenvolvimento das crianças com atraso ou deficiência.
Objetivos da Música Adaptada
A “Oficina da Música Adaptada” tem por objetivos:
- Estimular o sistema sensorial auditivo, tátil e propriocetivo;
- Desenvolver a motricidade fina;
- Estimular os processos da perceção, da atenção e da memória;
- Promover a capacidade de expressão e comunicação;
- Estimular o desenvolvimento emocional, a conscientização de si mesmo e a espontaneidade;
- Desenvolver competências de integração em equipa e a comunicação interpessoal;
- Aumentar a capacidade de autorregulação emocional e a tolerância à frustração (e.g., relaxamento);
- Promover a autoconfiança e a autoestima;
- Promover a autonomia nas rotinas do quotidiano;
- Fomentar o cumprimento de regras e a adesão às convenções sociais.” (Atividades de Enriquecimento Curricular Adaptadas, Departamento de Educação da Câmara Municipal de Gaia, Guia para o/a Técnico/a, 2020)
Sessão para crianças com deficiência
1. Se possível, antes de começar a atividade, cuide que o espaço esteja organizado e não seja fonte de distrações.
2. Prepare dois objetos de casa que podem funcionar como instrumentos musicais: uma maraca reciclada e uma pequena panela com colher de pau. A maraca pode ser um ovo Kinder ou um frasco, ou qualquer outro recipiente onde pode colocar sementes, contando com a colaboração com a sua criança, se possível.
3. Se houver mais pessoas em casa, transforme com elas este momento num momento especial de música e ternura;
4. Faça à sua maneira um momento de rotina que é feito também na escola (de forma um pouco diferente). Diga, ou cante, improvisando:
Olá boa tarde,
Olá meu querido.
Vamos lá cantar,
que cantar é divertido.
Ou:
“Olá boa tarde,
olá, minha querida.
Vamos lá tocar
que a canção é divertida!
5. Acompanhe a rima com palmas, batendo de diferentes formas, ou com o pé, aproximando-se o mais possível das capacidades da criança.
6. Cante a canção:
Inda dorme, inda dorme,
Frei João, Frei João.
Vá tocar o sino, vá tocar o sino.
Dlim dlim dão. Dlim dlim dlão.
Em “vá tocar o sino”, bata com a colher de pau na panela, ou deixe a criança bater.
7. Improvise com novas frases que podem levar a outros gestos e ações da criança:
“Bate palmas”, “Dá um salto”, “Para a frente” – dizendo o nome da criança:
Bate palmas, bate palmas, ó Miguel, ó Miguel.
Bate, bate palmas, bate, bate palmas,
ó Miguel, ó Miguel.
8. Cante para a criança fazer de conta: “Come a sopa”, “Come a carne”, “Lava os dentes”…
9. Vocalize com sílabas do nome do seu filho: mi, te, ru…
10. Dê tempo à criança para experimentar, ou faça à vez, para reduzir o risco de a criança lançar ao chão.
11. Fale com voz variada mas suave: qualquer que seja o grau de compreensão da criança, uma voz com ternura é música para os ouvidos dela.
António José Ferreira
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