Tag Archive for: música na Pré-Escola

Criança representando coração com as mãos, foto Freepik

Áreas e Domínios na Educação Pré-Escolar

Área de Formação Pessoal e Social

É considerada como área transversal pois embora tendo conteúdos próprios, se insere em todo o trabalho educativo realizado no jardim de infância. Esta área incide no desenvolvimento de atitudes, disposições e valores, que permitam às crianças continuar a aprender com sucesso e a tornarem-se cidadãos autónomos, conscientes e solidários.

(Orientações curriculares para a Educação Pré-Escolar. Lisboa: DGE 2016, p. 6)

Área de Expressão e Comunicação

É entendida como área básica, uma vez que engloba diferentes formas de linguagem que são indispensáveis para a criança interagir com os outros, dar sentido e representar o mundo que a rodeia. Sendo a única área que comporta diferentes domínios, é precedida de uma introdução que fundamenta a inclusão e articulação desses domínios.

Área do Conhecimento do Mundo

É uma área integradora de diferentes saberes, onde se procura que a criança adote uma atitude de questionamento e de procura organizada do saber, própria da metodologia científica, de modo a promover uma melhor compreensão do mundo físico, social e tecnológico que a rodeia. (OCEPE 2016, p. 7)

Domínio da Educação Motora

Constitui uma abordagem específica de desenvolvimento de capacidades motoras, em que as crianças terão oportunidade de tomar consciência do seu corpo na relação com os outros e com diversos espaços e materiais. (OCEPE, 6)

Domínio da Educação Artística

Engloba as possibilidades de a criança utilizar diferentes manifestações artísticas para se exprimir, comunicar, representar e compreender o mundo. A especificidade de diferentes linguagens artísticas corresponde à introdução de subdomínios que incluem artes visuais, dramatização, música, dança. (OCEPE, 6)

Domínio da Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

O desenvolvimento da linguagem oral é fundamental na educação pré- escolar como instrumento de expressão e comunicação que a criança vai progressivamente ampliando e dominando nesta etapa do seu processo educativo. Importa ainda facilitar a emergência da linguagem escrita, através do contacto e uso da leitura e da escrita em situações reais e funcionais associadas ao quotidiano da criança. (OCEPE, 6)

Domínio da Matemática

Tendo a matemática um papel essencial na estruturação do pensamento, e dada a sua importância para a vida do dia a dia e para as aprendizagens futuras, o acesso a esta linguagem é fundamental para a criança dar sentido, conhecer e representar o mundo. (OCEPE 2016, p. 6)

O desenvolvimento de noções matemáticas inicia-se muito precocemente e, na educação pré-escolar, é necessário dar continuidade a estas aquisições e apoiar a criança no seu desejo de aprender. Esse apoio deverá corresponder a uma diversidade e multiplicidade de oportunidades educativas, que constituam uma base afetiva e cognitiva sólida da aprendizagem da matemática.

Sabe-se que os conceitos matemáticos adquiridos nos primeiros anos vão influenciar positivamente as aprendizagens posteriores e que é nestas idades que a educação matemática pode ter o seu maior impacto. (OCEPE, 77)

As crianças discriminam quantidades desde muito cedo e parecem também ter um sentido aritmético precoce que é evidente quando, por exemplo, têm a ideia de que, quando se junta mais um elemento, a quantidade resultante fica maior. Muitas vezes as crianças aprendem a recitar a sequência dos números, sem, no entanto, terem o sentido de número. É através de experiências diversificadas que as crianças vão desenvolvendo o sentido de número, que diz respeito à compreensão global e flexível dos números, das operações e das suas relações.(OCEPE, 79)

Nesta fase, as crianças começam também a seriar, fazendo comparações entre pares, recorrendo a diferentes atributos dos objetos, como, por exemplo: quantidade (mais, igual, menos), altura (alto, médio, baixo), tamanho (grande, pequeno), espessura (grosso, fino), luminosidade (claro, escuro), velocidade (rápido, lento), duração (muito tempo, pouco tempo), altura do som (grave, agudo), intensidade do som (forte, fraco).

Progressivamente, vão complexificando as seriações, incluindo cada vez mais objetos, que permitem a ordenação de gradações múltiplas (pequeno, médio, grande, o maior, etc.) ou a identificação de padrões (quadrado-círculo – quadrado-círculo…). (OCEPE, 78)

Criança representando coração com as mãos, foto Freepik

Criança representando coração com as mãos, foto Freepik

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Crianças tocando

A Expressão Musical na Educação Pré-Escolar

Este é um excerto da dissertação de mestrado “A Expressão Musical na Educação Pré-Escolar” apresentada por Irina Moreira Veríssimo à Escola Superior de Educação de Beja em 2012

Propostas

As propostas de intervenção que se seguem pretendem colmatar algumas necessidades encontradas no decorrer do processo de investigação deste estudo. As dificuldades apontadas pelas educadoras e pelos professores de música que dinamizam sessões com grupos de crianças em idade pré-escolar situam-se em várias dimensões de atuação. Assim, foram detetadas necessidades a nível das instituições, da atuação educativa das educadoras e também na atividade assumida por alguns professores de música. Por tudo isto, do conjunto de propostas aqui expostas, umas destinam-se às instituições de atendimento às crianças pequenas, outras às educadoras e outras aos professores de música. Pretende-se assim:

Objetivos gerais

  • Aumentar as experiências formativas do educador, e aprofundar os
    conhecimentos no domínio da Expressão Musical;
  • Promover o conhecimento de diferentes metodologias musicais no ensino da Expressão Musical;
  • Possibilitar a articulação entre os diferentes domínios;
  • Valorizar todas as áreas/ domínios trabalhando-os de forma equilibrada;
  • Promover o trabalho de equipa entre a educadora e o professor especialista;
  • Utilizar material diversificado, instrumentos musicais e meios tecnológicos;
  • Experimentar diferentes maneiras de produzir sons;
  • Possibilitar às crianças várias formas de se expressarem e comunicarem, a cantar; a dançar; a tocar e a criar;
  • Promover e incentivar o envolvimento das famílias na vida escolar da criança.
Ações

Algumas ações a desenvolver ao nível institucional

As instituições de Educação Pré-Escolar deverão apresentar junto dos centros de formação as suas preocupações pelo facto de quase inexistência de ações de formação para educadores no domínio de Expressão Musical;
As instituições de Educação Pré-Escolar deverão valorizar no seu projeto curricular a Expressão Musical em igualdade com as outras áreas e, como tal, deverão apetrechar as salas com recursos que possibilitem a realização de atividades de música com o suporte de diferentes recursos;
As instituições de Educação Pré-Escolar que têm na sua equipa educativa um professor de música deverão impulsionar a constituição de parcerias professor de música/ educadora e rentabilizar os saberes/ conhecimentos deste especialista.

Propostas

Propostas para a concretização do trabalho em parceria professor de música/educadora de infância.

Para concretizar esta parceria propõe-se:

  • As educadoras de infância deverão estar presentes nas sessões dinamizadas pelo professor de música.
  • A educadora deverá dar continuidade às atividades realizadas durante a sessão.
  • Os professores de música deverão articular as sessões de Expressão Musical com o trabalho que a educadora está a desenvolver com as crianças, no que se refere a temas e a situações que proporcionem a interdisciplinaridade.
  • Os professores de música deverão refletir e planear com as educadoras contribuindo assim para complementar a formação das educadoras nesta área.
  • Os professores de música e as educadoras de infância deverão envolver / divulgar junto dos pais o trabalho desenvolvido. As “ aulas abertas” constituem uma estratégia que poderá motivar os próprios pais para cantarem com / para os filhos o que poderá ser um veículo de passagem cultural de canções, a lengalengas e canções de roda de pais para filhos.

Proposta de intervenção para a dinamização de sessões de Expressão Musical pelas educadoras de infância

As Orientações Curriculares referem que “a Expressão Musical que se desenvolve na Educação Pré-Escolar, em torno de cinco eixos fundamentais: o escutar, cantar, dançar, tocar e criar”.

As metodologias a utilizar devem ser centradas na criança valorizando a sua capacidade de atenção, fases de desenvolvimento, interesses e necessidades, de forma a “despertar a criança para a música e suscitar nela a vontade de cantar, de ouvir, de criar livremente”. Gloton & Clero (1976:181)

A criação de um ambiente que estimule o desenvolvimento das capacidades musicais das crianças e o seu envolvimento nas atividades propostas complementam os princípios a ter em conta na intervenção das educadoras de infância.

Objetivos

  • Desenvolver capacidades individuais, sociais e criativas;
  • Desenvolver aspetos essenciais de voz;
  • Desenvolver o sentido rítmico e a coordenação motora;
  • Reconhecer características dos sons (intensidade, altura, timbre, duração);
  • Utilizar o movimento, a dança e a percussão corporal;
  • Utilizar instrumentos musicais;
  • Produzir sons de diferentes maneiras.
Atividades
  • Realizar jogos e coreografias utilizando vários tipos de recursos (relacionados ou não à Expressão Musical;
  • Cantar um reportório musical variado, como por exemplo: sobre o tema que se esta a trabalhar ou que se vai trabalhar, sobre a época do ano, canções de rotina, etc.;
  • Realizar experiências simples com a própria voz, como: cantar, rir, chorar, imitar sons da natureza, animais, etc.;
  • Acompanhar as canções com gestos, batimentos rítmicos, utilizando várias partes do corpo (mãos, pés, pernas,…);
  • Reproduzir ritmos produzidos pela educadora ou pelo professor especialista;
  • As crianças devem movimentar-se livremente pelo espaço, a partir de sons vocais, melodias, canções;
  • Realizar coreografias e danças de roda para o grande grupo;
  • As crianças tocam instrumentos de percussão em grupo e individualmente;
  • São cantadas canções com o acompanhamento de instrumentos;
  • Construção de instrumentos musicais, com material reciclável para fazer face à falta de materiais;
    Recursos

Nos recursos a serem utilizadas podemos incluir material diversificado, instrumentos musicais e meios tecnológicos.

  • A voz;
  • O corpo;
  • Arcos;
  • Lenços;
  • Fitas;
  • Bolas;
  • Panos;
  • Balões;
  • Leitor de CD e CD
  • Instrumental Orff
  • Sinos
  • Tamborins
  • maracas
  • Guitarra
  • Fantoche
Duração

Sessões dinâmicas, de curta duração (não deve ultrapassar os 45 minutos).

Avaliação

A avaliação será realizada com base nas metas de aprendizagem para a Educação Pré-Escolar (2011) nos seus diferentes domínios e subdomínios:

  • Desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação – interpretação e comunicação;
  • Desenvolvimento da criatividade – criação e experimentação;
  • Apropriação da linguagem elementar da música – Perceção sonora e Musical;
  • Compreensão das artes no contexto – culturas música nos contextos;
  • Dança – desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação – comunicação e interpretação;
  • Dança – Desenvolvimento da criatividade – produção e criação.

Mestrado na Especialidade de Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico

Beja 2012

Meloteca, recursos musicais criativos para a infância

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Crianças tocando, felizes

A MÚSICA COMO ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO

Excerto de A Música como Estratégia de Intervenção Pedagógica, Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, por Márcia Sofia Santos Amaral, Porto 2017.

(…) A educação, hoje em dia, é vista por uma grande parte das crianças como uma tarefa que têm de cumprir pois os seus pais afirmam ser essencial para o futuro.

Neste sentido, muitas vezes, a desmotivação e a dificuldade nas aprendizagens são fatores frequentes em salas de crianças no período da infância.

Partindo deste pressuposto parece pertinente encontrar estratégias que envolvam a criança e a incentivem, ou seja, defende-se que o docente deve inquietar-se e assim encontrar soluções para combater estas contrariedades.

Neste sentido, considera-se fundamental encontrar estratégias que contribuam para um maior sucesso escolar. O jogo e o lúdico são aspetos fundamentais na infância, fazendo parte da forma como as crianças vivem e experimentam o mundo, como parte integrante de uma forma de aprender que torna o processo de aprendizagem mais significativo e por isso mais positivo.

“Como é bem sabido, o prazer e a brincadeira fazem parte e contribuem claramente para o desenvolvimento das crianças” (Irene Cortesão)

A música, como instrumento de trabalho de conteúdos das orientações curriculares na Educação Pré-Escolar, pode ser um excelente instrumento para diminuir não só os insucessos a nível de aprendizagens, mas também entraves a nível social, pessoal e emocional, dado que esta desenvolve distintas potencialidades. Assim sendo, formula-se a seguinte questão de partida:

De que forma a música pode funcionar como instrumento de trabalho de conteúdos das orientações curriculares da educação pré-escolar?

Apesar desta escolha, é necessária a consciência de que utilizar a música como estratégia de intervenção educativa pode não ser a melhor opção para todos os momentos e para todas as crianças.

No entanto, acredita-se que esta é a mais apropriada para determinadas situações e para determinadas crianças que possam ter dificuldades em construir conhecimentos através de outras formas.

A aprendizagem deve ser sempre um processo adequado a cada criança respeitando as suas necessidades e interesses particulares.

(…)

Crianças tocando, felizes

Crianças tocando, felizes

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Crianças da Pré tocando

MÚSICA E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Excerto de A Expressão musical na educação pré-escolar: estratégias utilizadas. (dissertação de mestrado), de Inês Rebocho. Instituto Politécnico de Beja, Escola Superior de Educação 2012

Pelo seu poder criador e libertador, a música torna-se um poderoso recurso educativo a ser utilizado na Educação Pré-Escolar. É preciso que a criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de vida, para que a música venha a transformar-se numa capacidade permanente. A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e felicidade para a criança. Assim, na Educação Pré-Escolar os factos musicais devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais, indissociáveis da educação percetiva propriamente dita.

Howard Gardner admite que a inteligência musical está relacionada com a capacidade de organizar sons de maneira criativa e a discriminação dos elementos constituintes da Música. A teoria afirma que pessoas dotadas dessa inteligência não precisam de aprendizagem formal para colocá-la em prática. Isso é real, pois não está sendo questionado o resultado da aplicação da inteligência, mas sim a potencialidade para se trabalhar com a música. Musicalidade é a tendência do indivíduo para a música. Quanto maior a musicalidade, mais rápido será seu desenvolvimento. Costuma revelar-se na infância e não depende de formação académica.

Musicalização é um processo cognitivo e sensorial que envolve o contacto com o mundo sonoro e a perceção rítmica, melódica e harmónica. Ela pode ocorrer intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional. Gardner considera que através da musicalização os alunos ampliam as suas relações com o espaço natural ou construído, até mesmo expressando-se a partir do seu esquema corporal, não percebendo que, assim, estarão a transferir os elementos expressivos encontrados nos estímulos sonoros das composições musicais.

Se todos nascem potencialmente inteligentes, a musicalidade e a musicalização intuitiva são inerentes a todo ser humano. Grandes nomes considerados génios da música iniciaram seus estudos na infância, Mozart, Beethoven, Bach, Carlos Gomes e Villa Lobos, entre outros iniciaram seus estudos tendo como mestres os seus respetivos pais.

Embora o incentivo ambiental familiar e a iniciação na infância sejam positivos, não são essenciais na formação musical. Na opinião de Gardner, outros fatores podem ser estímulos favoráveis ao desenvolvimento da inteligência musical: a escola, os amigos, os meios de comunicação.

Segundo Snyders, a educação deve ser vista como um processo global, progressivo e permanente, que necessita de diversas formas de estudos para o seu aperfeiçoamento, pois em qualquer meio sempre haverá diferenças individuais, diversidade das condições ambientais que são originárias dos alunos e que necessitam de um tratamento diferenciado. Neste sentido devem-se desencadear atividades que contribuam para o desenvolvimento da inteligência e pensamento crítico do educando, como por exemplo: práticas ligadas à música e à dança, pois a música torna-se uma fonte para transformar o ato de aprender em atitude prazerosa no quotidiano do professor e do aluno.

Georges Snyders considera que criança precisa de ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois, é pelo órgão da audição que ela possui o contacto com os fenómenos sonoros e com o som. É, pois, muito importante exercitá-la desde muito pequena, pois esse treino irá desenvolver sua memória e atenção. A música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela mãe ao dormir. Na aprendizagem, a música é muito importante, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno.

A música e a dança atuam no corpo e despertam emoções. Neste sentido elas equilibram o metabolismo, interferem na recetividade sensorial e minimizam os efeitos de fadiga ou levam à excitação do aluno. A expressão musical desempenha um importante papel na vida recreativa de toda criança, ao mesmo tempo que desenvolve a sua criatividade, promove a autodisciplina e desperta para a consciência rítmica e estética.

A escola, segundo Dermeval Saviani enquanto espaço institucional para transmissão de conhecimentos socialmente construídos, deve preocupar-se em promover a aproximação das crianças com outras propriedades da música que não aquelas reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma. Na opinião deste autor, cabe aos professores criar situações de aprendizagem, nas quais as crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais, não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro mas, se possível, também de origens diversas, como: de outras famílias, de outras comunidades, de outras culturas de diferentes qualidades: folclore, música popular, música erudita e outros.

As atividades musicais nas escolas devem partir do que as crianças já conhecem. Desta forma, desenvolve-se dentro das condições e possibilidades de trabalho de cada professor. Assim, e como é referido nas Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, é necessário estimular o desenvolvimento global da criança no respeito pelas suas características individuais. Neste sentido, realça-se a importância da Educação Pré-Escolar partir do que as crianças já sabem. As crianças sabem que se dança música, ou seja, que a dança está associada à música, e geralmente sentem grande prazer em dançar.

Se os professores tiverem isso em conta e considerarem como ponto de partida o repertório atual do grupo e puderem expandir este repertório comum com o repertório do seu grupo cultural e de outros grupos, criando situações em que as crianças possam dançar, certamente estarão contribuindo significativamente para a formação das crianças.

A criança que consegue desenvolver pouco a pouco a apreciação sensorial, aprende a gostar ou não de determinados sons e passa a reproduzi-los e a criar novos desenvolvendo a sua imaginação. A boa música harmoniza o ser humano, trazendo-o de volta a padrões mais saudáveis de pensamento, sentimento e ação.

Para Viviane Beineke, a música influência de duas maneiras distintas no corpo do indivíduo: diretamente, com o efeito do som sobre as células e os órgãos, e indiretamente, agindo sobre as emoções, que influenciam numerosos processos corporais provocando a ocorrência de tensões e relaxações em várias partes do corpo.

A música não substitui o restante da educação; ela tem como função atingir o ser humano na sua totalidade. A educação tem como meta desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição de que é capaz. Porém, segundo Beineke, sem a utilização da música não é possível atingir esta meta, pois nenhuma outra atividade consegue levar o indivíduo a agir. Conclui-se, assim, que a música está ligada ao ser humano desde muito cedo e que sem ela o mundo se tornaria vazio e sem espírito.

A música é uma arte que tem vindo a ser esquecida, mas que deve ser retomada nas escolas, logo na Educação Pré-Escolar, pois ela proporciona às crianças uma aprendizagem global, abrindo-a à perceção da beleza.

Enfim, a música é um instrumento facilitador do processo de ensino aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu uso em sala de aula.

(…)

Crianças da Pré tocando

Crianças da Pré tocando

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Criança a tocar pandeiro

Ai que medo! O fantasma

Ai que medo, ai que susto!
Um fantasma atrás do arbusto!

Refrão:
Ai ai ai ai ai ai ai!
Ai ai ai ai ai ai ai!

Ai que medo, ai que terror!
Um fantasma assustador!

Ai que medo, ai que receio!
Um fantasma doido e feio!

Ai que susto, ai que medo!
Um fantasma no arvoredo!

António José Ferreira ]

As pombinhas

As pombinhas da Joana
vão em bando a voar.
Gostam que lhes dê comida,
fogem se as quer apanhar.

As pombinhas do João
quando saem do pombal
vão ao milho dos vizinhos
pois não sabem que está mal.

Bate as palmas

Bate as palmas
a cantar.
Bate o pé
p’ra animar.

Bate os ombros
devagar,
faz um ritmo
com o par.

António José Ferreira ]

Bom dia

Bom dia, amigos,
como estão?
O sol me alegra,
a chuva não.
O frio não
me gela a mão.
Bom dia, amigos!

Bom dia, amigos.
Como estão?
As coisas tristes
vêm e vão.
Os bons amigos
ficarão.
Bom dia, amigos!

António José Ferreira ]

Caem castanhas

Cai uma castanha,
é de quem a apanha. (2 v.)

Caem duas castanhas:
vê se as apanhas. (2 v.)

Caem três ao chão:
p’ra quem é que são. (2 v.)

António José Ferreira ]

Esta é a história

Esta é a história da serpente
que perdeu o rabo
e que não parou de o procurar.
E serás tu?
E serás tu?
E serás tu um bocadinho do meu rabo?

Eu adoro vir à escola

Eu adoro
vir à escola e ficar contigo.

Eu adoro
vir à escola e tocar contigo.

Eu adoro
vir à escola e cantar contigo.

Eu adoro
vir à escola e brincar contigo.

Eu adoro
vir à escola e almoçar contigo.

Eu adoro
vir à escola e pintar.

António José Ferreira ]

Eu sou um pirata

Eu sou um pirata aventureiro
e sinto muito gozo em navegar.
Comigo tenho sempre o binóculo
p’ra ver se há inimigos no alto mar.

Eu sou um pirata aventureiro
e gosto de sentir o cheiro a mar.
No barco tenho um canhão potente
e vou agora mesmo disparar.

Fogo!

António José Ferreira ]

Há três noites que eu não durmo

Há três noites que eu não durmo, lalá,
eu perdi o meu galito, lalá.
Coitadito, lalá!
pobrezito, lalá!
Eu perdi-o no jardim.

Ele é branco e amarelo, lalá,
tem a crista encarnada, lalá.
Bate as asas, lalá,
abre o bico, lalá,
ele faz faz quiquiriqui!

Tradicional

Hoje venho à janela

Hoje venho à janela,
‘stá tão chuvoso o dia. [ ou nublado ]
Quero ficar aqui dentro
e tocar com alegria.

António José Ferreira ]

Lá vem o carteiro

Lá vem o carteiro.
Que é que ele trará?
Traga o que trouxer,
se receberá.

Parte falada opcional:

Truz truz!

Quem é?

É o carteiro.

Traz um vale? [ Traz dinheiro? ]

Não?

Então adeus!

Levantar o dedo

Levantar o dedo e depois falar,
se o professor autorizar.
Quando cada um aprendeu a estar
torna-se mais fácil o tocar.

António José Ferreira ]

Mais!

Mais! Mais!
A mãe deu-me umas calças,
com mais fiquei.
Mais! Mais!
O pai deu-me uma bola,
com mais fiquei.

Mais! Mais!
A tia deu-me um livro,
com mais fiquei.
Mais, mais!
O tio deu-me um gato,
com mais fiquei.

Mais! Mais!
A avó deu-me um pijama,
com mais fiquei.
Mais! Mais!
O avó deu-me uma nota,
com mais fiquei!

António José Ferreira ]

O Rei mandou

O Rei de Portugal,
o Rei de Portugal
mandou aos soldados
que subissem ao castelo.

O Rei de Portugal,
o Rei de Portugal
mandou aos bobos
que fizessem palhaçadas.

O Rei de Portugal,
o Rei de Portugal
mandou aos músicos
que tocassem uma peça.

O Rei de Portugal,
o Rei de Portugal
mandou aos cozinheiros
que fizessem um assado.

António José Ferreira ]

Para a frente

Para a frente,
para trás,
é assim
que a gente faz.

Para trás,
para a frente,
é assim
que faz a gente.

Para a esquerda,
p’ra direita,
e esta dança
está perfeita.

Para o lado,
para o outro.
Esta dança
sabe a pouco.

António José Ferreira ]

Pinga! Pinga! Cai a chuva

Pinga! Pinga!
Cai a chuva!
Pinga! Pinga!
Chega até ao chão!
Pinga! Pinga!
Cai a chuva!
Veste roupa quente,
abre o chapéu,
senão a chuva vai molhar-te,
vai molhar-te a mão!

António José Ferreira ]

Tchaka tchaka tchu tchu

Tchaka tchaka tchu tchu, tchaka tchu.

Vamos ver as serras e o mar.
O comboio gosta de apitar.
Tchaka tchaka tchu tchu, tchaka tchu.

Já estamos prontos p’ra partir.
Quem se atrasa já não pode vir.

António José Ferreira ]

Todos, todos lá p’ra trás

Todos, todos lá p’ra trás.
Salta só quem é rapaz.

Todos, todos para a frente.
Salta quem não está doente.

Todos todos para cima.
Salta só quem é menina.

Todos, todos para o lado.
Salta quem não é casado.

Todos, todos para baixo.
Salta só o que é macho.

Todos todos à vontade.
Salta só esta metade.

António José Ferreira ]

Vamos parar

Vamos parar
e escutar.
Vamos ouvir
o João a tocar.

Vamos parar
e escutar.
Vamos ouvir
as meninas a tocar.

Vamos parar
e escutar.
Vamos ouvir
os rapazes a tocar.

Vamos parar
e escutar.
Vamos ouvir
toda a turma a tocar.

António José Ferreira ]

Vesti as calças

Vesti as calças
p’ra vir à escola;
pus sapatilhas
p’ra jogar à bola.

Joga, joga, joga,
faz bem jogar.
Joga, joga joga,
faz bem jogar.

António José Ferreira ]

Criança a tocar pandeiro

Criança a tocar pandeiro

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