Tag Archive for: poemas com música

Jaguar, panthera onca, rio Piquiri, créditos Charles J. Sharp / Wikipédia
A selva é uma animação

A selva é uma grande animação,
o reino da gazela e do leão.
Lá vivem o macaco e o gibão,
Lá mora o chimpanzé e o bisão!

Há um que é cantor por vocação
e outro que gargalha sem razão.
Há um que é corredor de profissão
e outro preguiçoso até mais não.

Há um que só rasteja pelo chão
e outro que a voar é campeão!
Há um que é o melhor da natação,
e outro que tem nome de dragão!

Há um que é o rei da imitação,
e outro que arma sempre confusão!
Há um que pensa ser o bonitão,
e outro que só sabe ser mandão.

Há um que aprende sempre a lição
e outro um bocadinho trapalhão!
Há um que cuida da alimentação,
e outro que é um grande comilão.

Na selva há animais em extinção,
Salvá-los deve ser nossa missão!
A terra é a nossa habitação!
Vamos fazer reutilização!

António José Ferreira

Jaguar, panthera onca, rio Piquiri, créditos Charles J. Sharp / Wikipédia

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Pandeiro

TOCA, TOCA PANDEIRINHO

Toca toca pandeirinho
toca toca pandeireta
das cantigas que tu tocas
uma é branca a outra é preta.

Uma chora de tristeza
outra salta de alegria
toca toca pandeirinho
seja noite ou seja dia.

Toca toca pandeirinho
toca toca violão
que o teu toque às vezes toca
tal e qual um coração.

Coração é como um sino
toca certo toca fundo
toca toca pandeirinho
nas voltinhas deste mundo.

Toca toca pandeirinho
toca toca pianola
toca livre em toda a parte
não te prendas na gaiola.

Na gaiola morre o canto
e o tocar do tocador
toca toca pandeirinho
toca toca meu amor.

José Fanha

José Manuel Krusse Fanha Vicente é um arquiteto, poeta, formador, divulgador, escritor de literatura infanto-juvenil português. Nasceu em Lisboa, a 19 de fevereiro de 1951. É mestre na área de Educação e Leitura pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa e doutorando na área História da Educação e da Cultura Escrita na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da UL. É sócio da Associação Portuguesa de Escritores e da Sociedade Portuguesa de Autores.

Escreveu e publicou numerosas obras poéticas [cantigas da dúvida e do perguntar (1970)], ficção [Alfredo Keil – A Pátria acima de tudo (2015)], literatura infanto-juvenil [cantigas e cantigos” (2004); cantigas e cantigos para formigas e formigos (2010)], teatro [O trombone, encenação de Maria Henrique, com Jorge Mourato e Rui Quintas em 2002]. Aqui são referidas apenas as de temática musical.

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

  • O professor apresenta à turma um pandeiro e declama o poema, descrevendo sumariamente o autor José Fanha.
  • Cada criança tem um pandeiro, pandeireta ou um instrumento de percussão reutilizado.
  • O professor declama a primeira quadra marcando o compasso, depois a pulsação, e todos o imitam.
  • Percute um ostinato recitando outra quadra e a turma imita-o.
  • Finalmente, cada um diz individualmente com o seu próprio acompanhamento, podendo eventualmente criar um ostinato diferente.

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Júlio Pereira e o cavaquinho

LÁ VAI ELE A TOCAR

[ Cavaquinho ]

Lá vai ele
a tocar pelo caminho,
muito alegre e divertido,
o cavaquinho.

Quatro cordas
muito finas
a tocar pelas praças,
nas esquinas
e também nas romarias,
nas feiras
e folias.

Quatro cordas pequeninas
fazem a dança,
a festança
do Algarve até ao Minho.
Aí vem ele, o cavaquinho

José Jorge Letria

Nascido em Cascais, em 1951, José Jorge Letria é ficcionista, jornalista, poeta e dramaturgo. Tem livros traduzidos em mais de uma dezena de idiomas. Foi premiado em Portugal e no estrangeiro, com destaque para dois Grandes Prémios da APE, o Prémio Aula de Poesia de Barcelona, o Prémio Internacional UNESCO, o Prémio Eça de Queiroz – Município de Lisboa e o Prémio da Associação Paulista de Críticos de Arte. O essencial da sua obra poética encontra-se condensado nos dois volumes da antologia O Fantasma da Obra.

Ao lado de nomes como José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, foi um dos mais destacados cantores políticos portugueses, tendo sido agraciado, em 1997, com a Ordem da Liberdade.

É mestre em Estudos da Paz e da Guerra nas Novas Relações Internacionais pela UAL e pós-graduado em Jornalismo Internacional. Doutorou-se com distinção em Ciências da Comunicação no ISCTE, em Setembro de 2017.

É presidente da Sociedade Portuguesa de Autores e do Comité Europeu de Sociedades de Autores da CISAC.

É coautor, com José Fanha, de várias antologias de poesia portuguesa.

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

O professor escreve o poema no quadro ou mostra-o no quadro interativo e resume a biografia do autor. Mostra uma imagem e eventualmente um vídeo que apresente as características do cavaquinho.

Depois declama expressivamente o poema. Pede um ou mais voluntários para recitar e no final a turma nomeia uma criança para o prémio “Declamador”.

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Gotas de chuva

BATE A CHUVA

[ Canção da chuva ]

Bate a chuva, tic… tic…
nas vidraças da janela.
Canta a chuva, tic… tic…
Que linda canção aquela!

Tic… tic… tic… tic…
Que linda canção aquela
de meninas ao despique:
— Qual de nós será mais bela?

Meninas a fazer meia
com as nuvens de novelo,
nenhuma delas é feia!
Tic… tic… tic… tic…

Tenho um medo que me pelo,
que alguma delas me pique.

António de Sousa

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

O professor declama calmamente o poema. Da segunda vez, desafia as crianças para que o acompanhem fazendo sons que considerem adequados ao tema.

Em seguida, apresenta o pau de chuva e oscila, para a direita e para a esquerda, para baixo e para cima. Cada criança poderá experimentar também, em pé.

Finalmente, apresenta também umas clavas reutilizadas, que dobrarão a onomatopeia “tic”.

Na segunda ou terceira sessões, as crianças recitarão todo o poema com acompanhamento de sons vocais e instrumentais.

INSTRUMENTO SUGERIDO

Especialmente indicado para acompanhar este poema, o pau de chuva é um idiofone, isto é, um instrumento musical em que o próprio corpo produz o som. Tem formato cilíndrico alongado. É um instrumento de percussão de altura e ritmo imprecisos próximo do que se chama ruído. Em algumas regiões do mundo, o pau de chuva é decorado com símbolos indígenas e marca presença em cerimónias religiosas. São desta família diversos instrumentos africanos, alguns formados por um corpo com uma malha de fios e contas.

O pau de chuva dá algum trabalho mas não é difícil de fazer em casa. Arranje um tubo de cartão comprido e uma sovela de metal. Faça furos de modo a poder inserir palitos em posições diferentes ao longo do tubo. Os palitos vão obrigar o arroz (que depois será colocado) a cair lentamente, imitando o som da chuva. Depois de colocados os palitos, deverá colocar em cada extremidade uma tampa metálica de garrafas de sumo, por exemplo. Com algodão colado na parte de dentro, para que depois não se oiça um som metálico do arroz a cair na tampa.

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Aranha

ARANHA, ANHA

[ Ladainha da aranha ]

Aranha, anha
tão muda e mole
teu fio da lua
soluça ao sol.

Aranha, anha
que ninguém ama
teu fio de lua
é a tua cama.

Aranha, anha
de noite e dia
teu fio de lua
ninguém o fia.

Aranha, anha
que o mundo mata
teu fio de lua
ninguém desata.

Matilde Rosa Araújo

É importante referir desde cedo junto das crianças a importância dos escritores e poetas e lembrá-los pelas suas estórias e poemas. Matilde Rosa Araújo (Lisboa, 20 de junho de 1921 – Lisboa, 6 de julho de 2010) foi uma escritora portuguesa especializada na literatura infantil. Entre muitas outras obras escreveu O Cantar da Tila (poemas para a juventude, 1967), e O passarinho de Maio (literatura infantil, 1990).

SUGESTÕES DE ATIVIDADES MUSICAIS

O professor apresenta o texto no quadro interativo ou escreve-o em outro quadro. Declama o poema com expressividade e apresenta a vida da autora. Desafia um ou mais voluntários para recitarem.

O poema pode ser acompanhado com percussão corporal com dois níveis, mãos nas pernas e palmas, por exemplo. Na sua vez, as crianças podem sugerir outras formas de acompanhamento rítmico.

Podem fazer-se jogos com uma aranha que vai passando de mão em mão. Quando o poema termina, a criança que tem a aranha vai para o meio, e assim sucessivamente.

Estando as crianças à volta de uma mesa, o poema pode ser dito com a ponta dos dedos na beira da mesa e mãos nas pernas, ou mãos alternadas na mesa.

A criação de maracas eficazes e resistentes é muito fácil com tampas de amaciador de roupa. As crianças podem criar o seu próprio instrumento e acompanhar com estas maracas, projetando-as para a frente, em cima e em baixo.

António José Ferreira

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