Tag Archive for: Lengalengas

Castanhola de cabo

Instrumentos rimam com cidades

[ António José Ferreira ]

– Eu comprei uma flautinha
numa loja de Caminha.

– E eu comprei um jambé
numa loja de Loulé.

– Eu comprei uma bateria
numa loja de Leiria.

– Eu comprei um acordeão
numa loja de Marvão.

– Eu comprei um cavaquinho
numa loja de Espinho.

– Eu comprei uma trombeta
numa loja da Fuzeta.

– Eu comprei um tamborim
numa loja de Almeirim.

– E eu comprei um pandeiro
numa loja do Barreiro.

– Eu comprei uns ferrinhos
numa loja de Matosinhos.

– E eu comprei um tambor,
numa loja de Rio Maior.

– Eu comprei um tamborete
numa loja de Alcochete.

– E eu comprei uma rela
numa loja de Vizela.

Eu comprei uma guizeira
numa loja de Albufeira.

– E eu comprei um apito
numa loja de Alvito.

Eu comprei um flautim
numa loja de Alcoutim.

Eu comprei um bongós
numa loja de Estremoz.

Eu comprei uma guizeira
numa loja de Albufeira.

Eu comprei uma bilha
numa loja de Alcantarilha.

Eu comprei uma flauta de bisel
numa loja de Beringel.

Eu comprei uma rela
numa loja de Bobadela.

Eu comprei uma pandeireta
numa loja da Calheta.

Eu comprei um guitarrinho
numa loja do Alto Minho.

Eu comprei uma charamela
numa loja de Vizela.

Eu comprei um apito
numa loja de Alvito.

Eu comprei uma rabeca
numa loja da Marateca.

Eu comprei uma maraca
numa loja da Buraca.

Eu comprei uma caninha
numa loja de Caminha.

Eu comprei um mirlitão
numa loja do Fundão.

MUSICATIVIDADE

  • Voluntários cantam ou recitam um dueto e fazem o gesto de tocar o seu instrumento. A atividade envolve os alunos todos que dizem cada um a sua rima (ou mais do que uma).
  • Como percussão de acompanhamento pode tocar-se: dedos das mãos (exceto o polegar) na beira da mesa; palmas; mãos na beira da mesa; mãos nas pernas.
Recursos musicais Meloteca para a infância

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Peru

Lengalengas com matemática e contagem

1, 2, 3, acerta o passo

1, 2, 3,
acerta o passo, Inês.
Damos meia volta,
damos outra vez.
Damos outra vez,
ó menina Carlota.
1, 2, 3,
damos todos meia volta.

1 de janeiro

Adapt. António José Ferreira

1 de janeiro,
2 de fevereiro,
3 de março,
4 de abril,
5 de maio,
6 de junho,
7 de julho,
8 de agosto,
9 de setembro,
10 de outubro,
11 de novembro,
12 de dezembro.

Chegando o natal,
tudo é especial.

Jogo rítmico de copos à mesa (titi tá)
1. Com o copo à frente, a criança bate com a palma direita e agarra o fundo do copo com os dedos.
2. A esquerda bate com os dedos (exceto o polegar) na beira da mesa.
3. A direita bate com a boca do copo na mesa.
Para o som não ser demasiado forte e desagradável, o professor pede às crianças que coloquem um caderno ou livro, não baterem diretamente na mesa.

A galinha do Vizinho

[ Adapt. António José Ferreira ]

A galinha do vizinho
pôs um ovo rosadinho.

Pôs um ovo,
pôs dois ovos,
pôs três ovos,
pôs quatro ovos,
pôs cinco ovos,
pôs seis ovos,
pôs sete ovos,
pôs oito ovos,
pôs nove ovos,
pôs dez ovos.

As crianças cantam a música e ao chegar ao número dez dão um pulo e agacham-se. Em alternativa, as crianças batem na mesa o número de dedos correspondente, na sílaba tónica do número.

Analiter, pirilita

Analiter, pirilita,
bacalhau, sardinha frita.
Quantas patas tem o gato?
Tem quatro, 1, 2, 3, 4.

Marcham 10 soldados

Marcham 10 soldados
mas, ai como chove!
Um caiu na lama
e só ficaram 9.

Os 9 soldados
cearam biscoito,
Um comeu demais,
só ficaram 8.

Os 8 soldados
seguem o cadete;
perde-se um na estrada,
só ficaram 7.

Vão 7 soldados
apanhar papéis;
um foge p’ra casa,
só ficaram 6.

Estes 6 soldados
acharam um brinco;
um foi ao ourives,
só ficaram 5.

Os cinco soldados
encontram um rato;
um foge assustado
e só ficam quatro.

Os quatro soldados
vão lavar os pés;
Cai um ao ribeiro
e só ficam 3.

Ficam 3 soldados
a guardar os bois;
um vai p’ra toureiro
e só ficam 2.

Dos 2 um deitou-se
a fazer ó-ó;
Foi-se embora o outro
e ficou 1 só.

Este era o tambor,
e fez trrr-um tum tum;
caiu de cansaço,
e não ficou nenhum.

Meu paizinho

Meu paizinho,
tum tum tum,
amanhã
são trinta e um.

Minha prima, a Natacha

Minha prima, a Natacha,
Gosta mesmo de bolacha.

À uma, come a primeira;
às duas, come a segunda;
às três, come a terceira;
às quatro, come a quarta;
às cinco, come a quinta;
às seis, come a sexta;
às sete, come a sétima;
às oito, come a oitava;
às nove, come a nona;
às dez, come a décima.

Acabou, prima Natacha!
Foi-se a última bolacha!

[ Tradicional, adaptada ]

O primeiro cão

O primeiro cão roncava
e o segundo ronronava
e o terceiro cainhava
e o quarto cuincava
e o quinto cão uivava
e o sexto ululava
e o sétimo esganiçava
e o oitavo ganizava
e o nono acuava
e o décimo balsava.

[ António José Ferreira ]

São 10 meninas

São 10 meninas
e sobre elas chove
mas chega um bombeiro
e ficam só 9.

São 9 meninas
comendo biscoitos
mas chega um padeiro
e ficam só 8.

São 8 meninas
fazendo uma omelete
mas chega um guloso
e ficam só 7.

São 7 meninas
pintando papéis
mas chega um pintor
e ficam só 6.

São 6 meninas
à volta de um brinco
mas chega o ourives
e ficam só 5.

São 5 meninas
que vão ao teatro
mas chega um actor
e ficam só 4.

São 4 meninas
falando francês
mas chega um estrangeiro
e ficam só 3.

São 3 meninas
guardando ovelhas
mas chega um pastor
e ficam só 2.

São 2 meninas
nadando na espuma
mas chega um barqueiro
e fica só 1.

É uma menina
a apanhar caruma
mas chega um leão,
não fica nenhuma.

Um, dois, em berberim

Um, dois, em berberim;
três, quatro, em latim,
o rapaz que jogo faz?
Faz o jogo do pavão,
conta bem que vinte são.

Um, dois, três, quatro

Um, dois, três, quatro,
a galinha mais o pato
fugiram da capoeira.
Foi atrás a cozinheira
Que lhes deu com um sapato.
Um, dois, três, quatro…

Um peru

Um peru,
dois bois,
três rês,
quatro gato,
cinco pinto.

Peru

Peru

Um pum!

Um pum.
Dois bois.
Três inglês.
Quatro arroz no prato.
Cinco Maria do brinco.
Seis Maria dos Reis.
Sete pega o canivete.
Oito vai ao biscoito.
Nove dá esmola ao pobre.
Dez vai lavar os pés.
Onze os sinos de Mafra são de bronze.

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Varanda

Lengalengas tradicionais em forma de diálogo

Glim, glim, que tens ao lume?

– Glim, glim, que tens ao lume?
– Glim, glim, tenho papas.
– Glim, glim, dá-me delas.
– Glim, glim, não tenho sal.
– Glim, glim, manda buscar.
– Glim, glim, não tenho por quem.
– Glim, glim, por João Branco.
– Glim, glim, não pode, está manco.
– Glim, glim, quem foi que o mancou?
– Glim, glim, foi um pau.
– Glim, glim, que é do pau?
– Glim, glim, o lume o queimou.
– Glim, glim, que é do lume?
– Glim, glim, a água apagou.
– Glim, glim, que é da água?
– Glim, glim, o boi a bebeu.
– Glim, glim, que é do boi?
– Glim glim, foi moer o trigo.
– Glim, glim, que é do trigo?
– Glim, glim, a galinha o comeu.
– Glim glim, que é da galinha?
– Glim, glim, foi pôr ovos.
– Glim, glim, que é dos ovos?
– Glim, glim, a(o) menina(o) os comeu.
– Onde está a menina?
– Está aqui!!!

Ó Arnaldo, come o caldo!

– Ó Arnaldo, come o caldo!
– Não o como, que me escaldo!
– Arnaldo, come a sardinha!
– Não como, que tem espinha!
– Arnaldo, come bacalhau!
– Isso sim, que não é mau!

O que está na varanda

– O que está na varanda?
– Uma fita de ganga.
– O que está na janela?
– Uma fita amarela.
– O que está no poço?
– Uma casca de tremoço.
– O que está na pia?
– Uma casca de melancia.
– O que está na chaminé?
– Um gato a coçar o pé.
– O que está na rua?
– Uma espada nua.
– O que está atrás da porta?
– Uma velha morta.
– O que está no ninho?
– Um passarinho.
– Dá-lhe bolachas
e deixa-o quentinho.
Vamos ver se ele chia?
– Chi-i-i-i-i-i-i-i-i-ia!
(alternativa aos versos finais)

Varanda

Varanda

Onde está a corda?

– Onde está a corda?
– Está na Viola?
– Onde está a Viola?
– Está na caixa.
– Onde está a caixa?
– Está no armário.
Onde está o armário?
– Está na sala.
– Onde está a sala?
– Está no Conservatório.

[ António José Ferreira ]

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Sino da igreja da Misericórdia da Batalha

Lengalengas tradicionais com pequenas alterações em alguns casos

Alabum chicabum

Alabum chicabum,
alabum chicabum.
Alabum chicauaca,
chicauaca, chicabum.
Hã, hum…
Ó ié!
Mais uma vez!

Aqui está a casa

Aqui está a casa
que fez o João.
Aqui está o saco do grão e feijão
que estava na casa
que fez o João.
Aqui está o rato
que furou o saco de grão e feijão
que estava na casa
que fez o João.
Aqui está o gato
que comeu o rato
que furou o saco de grão e feijão
que estava na casa
que fez o João.
Aqui está o cão
que mordeu o gato
que comeu o rato
que furou o saco de grão e feijão
que estava na casa
que fez o João.

Aqui está a chave de Roma

Aqui está a chave de Roma:
em Roma está uma rua;
na rua está uma casa;
na casa está uma mesa;
em cima da mesa está uma gaiola;
dentro da gaiola, está um ninho;
dentro do ninho está um passarinho.

Copo, copo, jericopo

Copo, copo, jericopo,
jericopo, copo cá;
Quem não disser três vezes
copo, copo, jericopo,
jericopo, copo cá,
por este copo não beberá.

Dedo mindinho

Dedo mindinho,
seu vizinho,
maior de todos,
fura-bolos,
cata-piolhos.

Dedo mindinho quer pão

Dedo mindinho quer pão,
o vizinho diz que não.
O pai diz que dará;
este o furtará
e o polegar: «Alto lá!»

Deixei meu sapatinho

Deixei meu sapatinho
na janela do quintal.
O Pai Natal deixou
um presente de Natal.
Querido Pai Natal,
não se esqueça de ninguém.
Seja rico ou pobre,
o velhinho sempre vem!

Em Viseu

Em Viseu
está uma casa,
dentro da casa
está uma mesa,
em cima da mesa
está uma gaiola,
dentro da gaiola
está um passarinho,
debaixo do passarinho
está um ninho,
dentro do ninho
está um ovinho,
dentro do ovinho
está um passarinho!

Era uma vez um bispo

Era uma vez um bispo:
não sei mais do que isto.
Era uma vez um rei:
aqui está o que sei.
Era uma vez uma canastra:
para conto já bem basta!

Era uma vez um rei e uma rainha

Era uma vez
um rei e uma rainha:
entraram pela sala,
saíram pela cozinha.

Esconder, esconder

Esconder, esconder,
que à galinha vai ter;
agachar, agachar,
que à galinha vai dar.

Esta é a mão direita

Esta é a mão direita,
a esquerda é esta mão.
Com esta, digo sim;
com esta digo não.
Levanto a direita ao céu,
apanho a esquerda ao chão.
Agora já conheço,
já não faço confusão.

Este menino achou o ovo

Este menino achou o ovo;
este o assou;
este sal lhe deitou;
este o provou;
este o papou.

Eu tocarei

Eu tocarei,
tu cantarás,
ele ouvirá,
nós dançaremos,
vós aplaudireis,
eles contarão.

[ António José Ferreira ]

Eu tocarei (II)

Eu tocarei.
Eu tocarei, tu cantarás.
Eu tocarei, tu cantarás, ele ouvirá.
Eu tocarei, tu cantarás, ele ouvirá, nós dançaremos.
Eu tocarei, tu cantará, ele ouvirá, nós dançaremos, vós aplaudireis.
Eu tocarei, tu cantarás, ele ouvirá, nós dançaremos, vós aplaudireis.
Eu tocarei, tu cantarás, ele ouvirá, nós dançaremos, vós aplaudireis, eles contarão.

[ António José Ferreira ]

Fui ao vinagre

Fui ao vinagre à laginha
por ser um homem capaz.
Fui num dia e vim no outro:
sem tempo, nada se faz.

Janeiro, gear

Janeiro, gear;
Fevereiro, chover;
Março, encanar;
Abril, espigar;
Maio, engradecer;
Junho, ceifar;
Julho, debulhar;
Agosto, engravelar;
Setembro, vindimar;
Outubro, resolver;
Novembro, semear;
Dezembro, nascer.
Nasce Deus para nos salvar.

Luar, luar

Luar, luar,
vem-me buscar
que eu sou pequenino
e não posso andar.

Meu paizinho

Meu paizinho,
tum tum tum,
amanhã
são trinta e um.

Muito bem se canta na Sé

Muito bem se canta na Sé,
uns sentados, outros de pé.

O Papim papa a papinha

O Papim papa a papinha,
papinha, papa de pão.
Se o Papim não papa a papa,
o papão papa o Papim.
Mas o Papim papa a papa,
para o não papar o papão.

O tempo perguntou ao tempo

O tempo perguntou ao tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.

Pelas pernas visto os calções

Pelas pernas visto os calções,
pelos braços a camisola.
No pescoço ponho um laço,
nas mãos calço as luvas.
Nos pés calço os sapatos
e na cabeça ponho um chapéu.
Com um lenço assoo o nariz.
Nos olhos ponho os óculos,
nas orelhas ponho os brincos.
Com a boca dou beijinhos!

Sino de oiro toca bem

Sino de oiro toca bem,
tua voz vá muito além.
Dam delam delam.

Sino da igreja da Misericórdia da Batalha

Sino da Igreja da Misericórdia da Batalha

Sola, sapato, rei, rainha

Sola, sapato, rei, rainha,
Foi ao mar buscar sardinha
para a mulher do juiz
que está presa p’lo nariz.
Salta a pulga na balança
Que vai ter até à França,
Os cavalos a correr,
as meninas a aprender.
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?

Um dó li tá

Um dó li tá, era di mendá,
picareta floreta,
um dó li tá.

Uma velhinha tinha uma maleta

Uma velhinha
tinha uma maleta
Como tirava
o dinheiro da maleta?

Abria a maleta,
tirava a saquinha;
fechava a maleta,
abria a saquinha;
tirava o dinheiro,
fechava a saquinha;
abria a maleta,
fechava a saquinha,
fechava a maleta.

Una, duna

Una, duna,
tena, catena,
cigalha, migalha,
catrapis, catrapés,
conta bem que são dez.

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Cabra-montês

Lengalengas com animais

A barata tem medo do rato

[ Adapt. António José Ferreira ]

A barata tem medo do rato,
E o rato tem medo do gato,
E o gato tem medo do cão,
E o cão tem medo da mulher
E mulher tem medo da barata.
Quem garante que nunca tem medo?

Bichinha gata

– Bichinha gata,
que comeste tu?
– Sopinhas de leite.
– Onde as guardaste?
– Debaixo da arca.
– Com que as tapaste?
– Com o rabo do gato.
– Sape, sape, sape!

Catrapás!

Catrapás!
Catrapás! Catrapás!
Que grande poeira o cavalo faz!
Catrapés! Catrapés!
Ele anda com rodas,
eu ando com pés.
Catrapis! Catrapis!
É um bom cavalinho:
toda a gente o diz.
Catrapós! Catrapós!
Quanto mais o puxam,
mais ele é veloz!

Era uma vaca

Era uma vaca
chamada Vitória.
Morreu a vaquinha,
acabou-se a história.
E depois… e depois,
morreram as vacas,
ficaram os bois.

Era uma vez um gato

Era uma vez
um gato sapato,
bigodes de palha,
cabeça de gato.

[ Trad., adapt. António José Ferreira ]

Era uma vez
Um gato maltês.
Tocava piano
Falava francês.

A dona da casa
Chamava-se Inês.
Número da porta
era o trinta e três!
Queres que eu te conte
Só mais uma vez?

Era uma vez uma cabra-montês

Era uma vez
uma cabra-montês.
Andava feliz
a saltar no Gerês.

[ António José Ferreira ]

Cabra montês

Cabra-montês

Está a capoeira toda alvoroçada

Está a capoeira
toda alvoroçada.
Franga poedeira
com crista encarnada
achou uma espiga
de milho dourado.
Vem de lá o galo
e dá-lhe uma bicada.
O pato marreco
dá-lhe uma patada.
Fica a capoeira
toda alvoroçada
e assim se arma a guerra
por causa de nada.

grilinho, sai, sai

grilinho, sai, sai
à tua portinha
que andam as cobras
na tua hortinha.

Lá vai a vaca

Lá vai a vaca
chamada Estrelinha.
Metade é tua,
metade é minha.
Ela é malhada,
dá-me leitinho.
Eu bebo-o todo,
devagarinho.

Lagarto pintado

– Lagarto pintado,
quem te pintou?
– Foi uma menina
que por aqui passou.
– Lagarto verde,
quem te esverdeou?
– Foi uma galinha
que aqui passou.
– Lagarto azul,
que te azulou?
– Foi a onda do mar
que me molhou.
– Lagarto amarelo,
que te amarelou?
– Foi o sol poente
que em mim poisou
– Lagarto encarnado,
que te encarniçou?
– Foi uma papoila
que para mim olhou.

Lá vem a cabra cabrez

Lá vem a cabra cabrez
que te salta em cima
e te faz em três.

Lá vem o pato

Lá vem o pato,
lá vem o pato,
pata aqui, pata acolá.
Lá vem o pato
para ver o que é que há.
O pato pateta
bicou a galinha,
pintou o caneco,
bateu no marreco,
pulou do poleiro.
Ao pé do cavalo,
levou um coice,
criou um galo.
Comeu um pedaço
de um guardanapo,
ficou engasgado
com dor no papo.
Caiu no poço,
quebrou a tigela.
Tantas fez o moço
que foi p’rà janela.

O estorninho toca o sino

O estorninho toca o sino.
A arvela acende a vela.
O pardal muda o missal.
A carriça diz a missa.
O verdelhão prega o sermão.

O gato miou

O gato miou,
o galo cantou,
o pinto piou,
o rato chiou.

O gato a rosnar

O gato a rosnar,
o cão a latir;
o gato a miar,
o cão a insistir;

o gato a arranhar,
o cão a ganir;
o gato a bufar,
o cão a fugir.

[ António José Ferreira ]

O patinho tonto

O patinho tonto
nunca olha p’rò chão
e a toda a hora
dá um trambolhão.
No degrau da escada
está um patim.
Pôs-lhe a pata em cima,
pim, catrapim, pim, pim.

O pato Cimpa

O pato Cimpa
pulou na tinta,
virou a lata,
sujou a pata,
espalhou a tinta
de tanta cor.
Pintou o bico,
pintou as penas,
pintou o papo,
pintou o sapo
e haja tinta
no pato Cimpa.

Olha além um rato

Olha além um rato,
um olho aqui,
o outro no mato.
Olha além um gato,
um olho aqui
o outro no sapato.

Olha além um rato II

Olha além um rato,
um olho aqui, outro no mato!
Olha além um gato,
um olho aqui, outro no rato!
Olha além um sapo,
com uma pedra no sapato!
Salta, sapo,
salta, gato,
salta, rato
para o meio do mato
que ninguém o papa!
Pirilipapo!
Pirilipapo!
Pirilipapo!

Que é da carne?

– Que é da carne?
– O gato comeu.
– Que é do gato?
– Está no mato.
– Que é do mato?
– O fogo queimou.
– Que é do fogo?
– A água apagou.
– Que é da água?
– O boi bebeu.
– Que é do boi?
– Pisa o trigo.
– Que é do trigo?
– A galinha espalhou.
– Que é da galinha?
– Pôs o ovo.
– Que é do ovo?
– Está aqui…

Quem está no telhado?

– Quem está no telhado?
– Um gato assanhado.
– Quem está na janela?
– Uma pata amarela.
– Quem está na varanda?
– Um urso panda.
– Quem está à porta?
– Um burro da horta.
– Quem está no jardim?
– O lindo pinguim.
– Quem está no poço?
– Um cão com um osso.
– Quem está no portão?
– Um bicho que fala chamado João.

Se tu visses o que eu vi

Se tu visses o que eu vi,
havias de te admirar.
Uma cadela com pintos,
uma galinha a ladrar.

Se tu visses o que eu vi,
havias de te admirar.
Uma cobra a tirar água,
e um cavalo a dançar.

Se tu visses o que eu vi,
havias de te admirar.
Uma abelha a grunhir,
e um porco a voar.

Tenho uma galinha

Tenho uma galinha
pitrinca, pitranca,
piti, bili, branca.
Se a galinha
pitrinca, pitranca,
piti, bili, branca
morresse
que fariam os franguitos
pitrincos, pitrancos,
piti, bili, brancos?

Venham ver gatos janotas

Venham ver gatos janotas:
usam chapéus, gravatas e botas.

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Burro

ARRE BURRINHO

As lengalengas são jogos de palavras organizadas em frases curtas, com ou sem rima, mas cheias de ritmo e de humor. Ouvimo-las quando ainda não sabíamos falar, e eis que continuam a passar de geração e geração.

Pais, avós, educadores, professores transmitem-nas oralmente; editoras e sítios na rede global divulgam-nas e a promovem-nas cada vez mais.

Literatura popular, as cantilenas constituem uma iniciação à poesia e ajudam a desenvolver a memória, inteligência e conhecimento do mundo. No contexto do 1º Ciclo e da Música nas Atividades de Enriquecimento Curricular, as lengalengas podem ser interessantes com acompanhamento instrumental. Podem também ser um motivo para fomentar a criatividade das crianças.

António José Ferreira

Arre, burrinho, vai para Azeitão,
carregadinho de feijão.

Arre, burrinho, vai para Loulé,
carregadinho de café.

Arre, burrinho, vai para Estremoz,
carregadinho de arroz.

Arre, burrinho, vai para Idanha,
carregadinho de castanha.

RIMAS ORIGINAIS

Arre, burrinho, vai para a Guarda,
carregadinho de mostarda.

Arre, burrinho, vai p’ra Viana,
carregadinho de banana.

Arre, burrinho, vai p’ra Pinhel,
carregadinho de burel.

Arre, burrinho, vai p’ra Espinho,
carregadinho de pão e vinho.

Arre, burrinho, vai p’ra Beja,
carregadinho de cereja.

Arre, burrinho, vai p’ra Faro,
carregadinho do sal mais caro.

Arre burrinho, vai p’ra Moimenta,
carregadinho de pimenta.

Arre, burrinho, vai p’ra Cinfães,
carregadinho de broas e pães.

Arre, burrinho, vai p’ra Almada,
carregadinho de peixe-espada.

Arre, burrinho, vai p’ra Anadia,
carregadinho de aletria.

Arre, burrinho, vai p’ra a Sertã,
carregadinho de maçã.

(António José Ferreira)

SUGESTÕES

Com a ajuda do professor, as crianças podem facilmente criar novas rimas de acordo com o seu concelho, cidade ou aldeia. A lengalenga pode ser cantada em “recto tono”, numa só nota recitativa, ou com duas, três ou mais notas, de acordo com as competências do professor.

Para acompanhar, podem usar-se instrumentos tradicionais ou reutilizados, como tambores, reco-recos e maracas.

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Joaninha

JOANINHA VOA

Joaninha, voa, voa
Que o teu pai está em Lisboa
Com um caldo de galinha
Para dar à Joaninha.

Joaninha, voa, voa
Que o teu pai está em Lisboa
Com um rabo de sardinha
P’ra comer que mais não tinha…

Joaninha, voa, voa
Que o teu pai foi a Lisboa
Com um saco de dinheiro
P’ra pagar ao sapateiro.

Joaninha, voa, voa
Que o teu pai foi p’ra Lisboa
Com um saco de farinha
Para dar à avozinha.

Joaninha, voa, voa
Que o teu pai está em Lisboa
Tua mãe está no moinho
A comer pão com toucinho.

Com a ajuda do professor, as crianças podem fazer novas rimas, incluindo novas localidades:

Joaninha, voa, voa,
que o pai está em Foz do Côa.
Tua mãe está na cozinha
a fazer a comidinha.

Joaninha, voa, voa,
que o pai está em Portel.
Tua mãe está na cozinha
a fazer-te pão com mel.

Joaninha, voa, voa,
que o pai está na Guarda.
Tua mãe está na loja,
ela foi comprar mostarda.

Joaninha, voa, voa,
que o pai está na Azambuja.
Tua está no tanque
a lavar a roupa suja.

Joaninha, voa, voa,
que o pai está em Tabuaço.
Tua mãe está a lavar loiça,
a esfregar com palha-de-aço.

(António José Ferreira)

SUGESTÕES

A lengalenga tradicional é um texto com ritmo e musicalidade simples que passa de geração em geração. Mas nada impede que se reinterprete e recrie estes textos. Esta é, aliás, uma forma de manter a tradição e promover a criatividade a partir da educação pré-escolar.

Esta lengalenga pode ser recitada ou cantada com uma melodia simples, com duas, três, quatro ou mais notas. Como se trata de redondilha maior (quadras com versos de 7 sílabas), não é difícil encontrar melodias conhecidas, se tiver dificuldade em musicá-la de outra forma.

Um grupo de crianças diz uma quadra completa, por exemplo, um pequeno grupo diz em “ostinato”: Joaninha, voa, voa.

Acompanhamento com percussão à mesa

Percussão à mesa [ titi tá tá tá ]

  1. Estando as crianças sentadas à mesa, à distância adequada, mão direita na coxa direita / mão esquerda na coxa esquerda (titi);
  2. Dedos da mão direita (exceto o polegar) na beira da mesa;
  3. Dedos da mão esquerda (exceto o polegar) na beira da mesa;
  4. Punho direito na beira da mesa

António José Ferreira

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Chuva

A CHOVER E A NEVAR

A chover e a nevar,
e a raposa a costurar,
a fazer roupinha nova
p’ra amanhã se ir casar.

A chover e a nevar,
e a raposa no quintal
a apanhar as laranjinhas
para o dia de Natal.

(Tradicional)

A chover e a trovejar
e as bruxas a voar.
Quem tiver uma vassoura
as bruxas pode imitar.

A chover e a nevar,
e as bruxas a esquiar.
Quem tiver equipamento
também as pode imitar.

(Acrescentado por António José Ferreira)

Lengalenga é um texto poético de verso curto. A musicalidade, o ritmo e a rima facilitam a memorização. A lengalenga recorre também à repetição de certas palavras e expressões de modo a ser memorizada facilmente. Algumas lengalengas são transmitidas oralmente há séculos, de geração em geração.

As lengalengas são parte da cultura do povo, embora sejam usadas especialmente no universo das crianças. Enriquecem a brincadeira e podem fomentar a criatividade e a música.

INSTRUMENTO SUGERIDO

É fácil criar maracas coloridas e eficazes com duas tampas de amaciador de roupa que encaixem uma na outra. Arranje várias, com a ajuda das crianças, que estarão a reciclar e a habituar-se a práticas sustentáveis. Basta colocar um pouco de arroz numa das tampas e um pouco de cola na parte mais fina da tampa menor. Encaixe, deixe secar e está feita a maraca.

SUGESTÕES

Com ajuda do professor, as crianças podem criar quadras novas, acompanhá-las com percussão, dizê-las com gestos, usar paus de vassoura para esquiar ou para voar.

O professor apresenta o texto no quadro interativo, ou escreve-o em outro tipo de quadro.

Declama com expressividade uma vez, e outra. Pede um ou mais voluntários para recitarem.

Cada uma com a sua maraca, as crianças agitam o instrumento de modo que o som se aproxime do som da chuva.

Depois dizem a lengalenga, marcando a pulsação, em cima e um pouco abaixo.

No final, provocam novamente o som da chuva.

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Cavalo

CATRAPÁS!

Catrapás! Catrapás!
Que grande poeira
o cavalo ali faz!

Catrapés! Catrapés!
Ele anda com patas,
eu ando com pés.

Catrapis! Catrapis!
É um bom cavalinho:
é a gente que o diz.

Catrapós! Catrapós!
Quanto mais o puxam,
mais ele é veloz!

Catrapus! Catrapus!
Eu montei o cavalo
e caí! Ai Jesus!

Catrapus! Catrapus!
Catrapus! Catrapus!

(Adaptações por António José Ferreira, que acrescentou “Catrapus!”)

SUGESTÕES PEDAGÓGICAS

O professor diz a lengalenga num andamento adequado.

Em seguida, declama apenas uma parte e as crianças imitam-no.

Pede um ou mais voluntários para recitarem, sem alongar demasiado a atividade.

Quando todos souberem dizer a lengalenga, o professor pede às crianças que proponham formas de acompanhamento com percussão corporal, à mesa, ou com instrumentos musicais didáticos, tradicionais ou reciclados que existam na sala.

Com pés alternados, as crianças recitam o poema dobrando as sílabas “pás”, “pés”, “pis”, “pós” e “pus”, isto é, percutindo só nessas sílabas. Pode-se fazer disso um jogo de atenção e concentração: quem bater o pé fora dessas sílabas sai do jogo até se encontrar o vencedor. Quem não bater o pé também perde.

Alternativamente, as crianças podem dizer a lengalenga toda fazendo um “galope” com os pés no chão, movendo-se livremente pela sala. Para que esta atividade resulte, o professor deve treinar previamente com as crianças o galope (pulsação e meia, seguida de meia pulsação).

As crianças de 1º e 2º anos de escolaridade podem dizer A, E, I, O, U, no princípio e no fim da lengalenga. Para as crianças de terceiro e 4º anos pode ficar reservado o galope, de realização mais difícil.

Pela sua temática, pode ser apresentada no Dia Mundial do Animal, a 4 de outubro, na sala de aula ou ao ar livre.

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