Tag Archive for: fábulas

História da Carochinha

A carochinha e o João

Uma vez a carochinha andava a varrer a casa e encontrou uma nota de dez euros. Foi ter com uma vizinha e perguntou lhe:

[ Carochinha Bonitinha ]
– Ó vizinha, que hei de fazer a esta nota?

[ Vizinha 1 ]
– Compra um bolo!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar: os doces engordam…

Foi ter com outra vizi¬nha:

[ Carochinha Bonitinha ]
– Ó vizinha, que hei de fazer a esta nota?

[ Vizinha 2 ]
– Compra chocolates!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar: os doces engordam…

Foi ainda ter com outra.

[ Carochinha Bonitinha ]
– Ó vizinha, que hei de fazer a esta nota?

[ Vizinha 3 ]
– Compra uns brincos, põe te à janela e canta:

Quem quer casar com a carochinha
que é bonita e boazinha?

Foi a carochinha comprar uns brincos, enfeitou-se e pôs-se à janela, cantando ao som de um par de maracas:

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

Um boi ouviu, e respondeu com a sua voz grave:

[ Boi Afoito ]
– Mú-ú, mu-ú. Quero eu.

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar! Ainda me acordavas os meninos de noite!

A Carochinha tornou a cantar:

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

Um burro ouviu e respondeu:

[ Burro Casmurro ]
– I-ó… i-ó! Quero eu!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar! Ainda me acordavas os meninos de noite!

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

O porco respondeu com a sua voz grossa:

[ Porco Rouco ]
– Rrr-rrr… Quero eu!!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar! Ainda me acordavas os filhos de noite!

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

[ Cão Comilão ]
– Béu, béu. Quero eu!!!!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar! Ainda me acordavas os filhos de noite!

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

Passou um gato.

[ Gato Espalhafato ]
– Miau, miau! Quero eu!!!!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Nem pensar! Ainda me acordavas os filhos de noite!

[ Carochinha Bonitinha ]
Quem quer casar com a carochinha
que é muito bonita e boazinha?

Um rato, que trazia uma Viola às costas, cantou:

[ João Ratão ]
– I-i-i! Quero eu! I-i-i! Quero eu!
[ Carochinha Bonitinha ]
– Olá!!! Tocas guitarra?

[ João Ratão ]
– Toco, pois… Vou dedicar-te uma canção!

[Carochinha Bonitinha ]
– Adorava ouvir-te!

O rato cantou uma balada ao som da guitarra e a Carochinha ficou apaixonada.

[ Carochinha Bonitinha ]
– Como te chamas?

[ João Ratão ]
– Chamo-me João!

[ Carochinha Bonitinha ]
– Casas comigo, João?

De dia alegras-me os filhos
e cantas uma canção.
À noite, contas estórias
e alegras-me o coração.

O João Ratão do Violão casou com a Carochinha Bonitinha Boazinha e foram felizes!

História da Carochinha

História da Carochinha e do João Ratão

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Três Porquinhos

Os três porquinhos

Três porquinhos viviam felizes na casa da mãe, que fazia tudo pelos filhos. Dois deles não a ajudavam em nada, e o terceiro sofria com isso.

Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:

– Queridos filhos, vocês estão muito grandes. É hora de terem mais responsabilidades. A partir de hoje, vão morar sozinhos.

A mãe preparou um lanche reforçado e dividiu o dinheiro pelos filhos, para poderem comprar material e construírem uma casa.

Era um dia de sol. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:

– Tenham cuidado e sejam sempre unidos!

Os porquinhos foram pela floresta em busca de um bom lugar para fazer a casa. Porém, no caminho começaram a discordar sobre o material que usariam. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, preguiçoso, disse:

– Não quero muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com palha, e sobra dinheiro para comprar outras coisas.

O porquinho mais sábio advertiu:

– Uma casa de palha não é segura.

O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, sugeriu:

– Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e prática. Quero ter tempo para descansar e brincar.

– Uma casa toda de madeira também não é segura – comentou o mais velho – Como te vais proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai te vais proteger?

– Eu nunca vi um lobo por estas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira! – respondeu o irmão do meio.

– Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos. Só quando acabar é que irei brincar convosco. – Respondeu o mais velho.

O porquinho trabalhador pensava na segurança e no conforto; os mais novos preocupavam-se em poupar no trabalho.

– Não há perigo que justifique fazer uma casa de tijolo. – Disse um dos preguiçosos.

Cada porquinho escolheu um canto da floresta para a sua casa. Contudo, as casas acabaram por ficar próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos fez a morada. Já estava a descansar quando o irmão do meio, que tinha construído a casa de madeira chegou chamando-o para ver a sua casa.

Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do mais velho.

– Ainda não acabaste?! Ainda nem vais a meio! Nós vamos almoçar e depois brincar. – disse, irónico, o porquinho do meio.

O mais velho não ligou aos comentários e continuou a trabalhar, preparando cimento e assentando tijolos.

Três dias depois, a casa estava pronta! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos na floresta. Com a barriga a roncar de fome, o animal só pensava em comer porco. Foi então bater à porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. Antes de abrir a porta olhou pela janela e, ao ver o lobo, começou a tremer de medo.

O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo:

– Vá embora! Só abrirei a porta ao meu pai, o grande leão! – mentiu o porquinho cheio de medo.

– Leão é? Não sabia que um leão era pai de um porquinho. Abre já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador.

O porquinho ficou quieto, a tremer de medo.

– Se não abrires por bem, abrirei à força. Vou soprar forte e a tua casa vai pelos ares.

O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. O lobo soprou uma vez e nada aconteceu; soprou novamente e a casa voou. O porquinho desesperado correu em direcção à casinha de madeira do irmão.

O lobo correu atrás dele. Quando chegou, o porquinho viu o irmão na varanda.

– Corre, corre! Entra para casa! O lobo vem aí! – gritou desesperado e a correr. Os porquinhos entraram a tempo, e o lobo chegou a seguir batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:

– Porquinhos, deixem-me entrar um pouco!

– Nunca, Lobo! Vai embora e deixa-nos em paz. – disseram os porquinhos.

– Então vou soprar e farei a casa voar. O lobo, furioso, encheu o peito de ar, soprou forte contra a casinha de madeira que não aguentou. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. Chegando lá, pediram ajuda.

– Entrem, deixem esse lobo comigo! – disse o porquinho mais velho.

O lobo chegou e voltou a atormentá-los:

– Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar um pouco!

– Espera sentado, lobo mentiroso. – respondeu o porquinho mais velho.

– Já que é assim, preparem-se para correr. Em poucos minutos a casa vai pelos ares!

O lobo encheu os pulmões de ar e soprou contra a casa de tijolos, que nada sofreu. Soprou mais forte e… nada! Resolveu atirar-se contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a casa. O lobo resolveu voltar para a toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora.

– Calma! Não comemorem ainda! O lobo é esperto, não desistirá facilmente. – Advertiu o porquinho mais velho.

No dia seguinte, bem cedo, o lobo estava de volta à casa de tijolos, disfarçado de vendedor de frutas.

– Quem quer frutas fresquinhas? – gritava o lobo enquanto se aproximava. Os porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho disse:

– Nunca passou por aqui ninguém a vender nada… Não é estranho que depois de aparecer um lobo, apareça um vendedor?

Os irmãos acreditaram que era um vendedor, mas resolveram esperar. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou:

– Frutas fresquinhas, quem vai querer?

Os porquinhos responderam:

– Não, obrigado.

O lobo insistiu:

– Não precisam de dinheiro, é um presente.

– Muito obrigado! Não queremos! Temos muitas frutas aqui!

O lobo furioso revelou-se:

– Abram logo, poupo um de vocês!

Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor.

De repente ouviram um barulho no tecto. O lobo havia encostado uma escada e estava a subir pelo telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhava uma sopa de legumes. O lobo desceu pela chaminé com a intenção de surpreender os porquinhos, e caíu na panela de sopa a ferver.

– A-úúúúúúú!- Uivou o lobo, correndo em direção à porta. Nunca mais foi visto por aquelas terras.

Os três porquinhos decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que era importante trabalhar.

Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos, cheia de saudades, foi morar com os filhos. Todos viveram felizes na casinha de tijolos.

Três Porquinhos

Três Porquinhos

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Burro, planalto mirandês

O burrinho e as estações

No Inverno, o burrinho cansou-se da neve, da chuva e do frio:

– Nunca mais chega a Primavera… Então poderei passear e comer erva fresca! Agora passo o tempo no estábulo… Ai que saudades da Primavera!

A Primavera chegou e dono carregou-o com sementes e estrume para o campo.

E o burrinho começou a dizer:

– Nunca mais chega o Verão… para comer erva com abundância, apanhar sol e ir para a sombra quando quiser. Ai que saudades do Verão!

O Verão chegou e o dono carregou-o de erva, feno e sacos de fruta.

E o burrinho dizia:

– Nunca mais chega o Outono… então poderei descansar e não andarei tão carregado ao calor do sol. Ai que saudades do Outono!

Chegou o Outono e o dono carregava-o de lenha para o tempo para fazer comida no Inverno.

O burrinho percebeu:

– Bem… o melhor é realmente o Inverno. Pode chover ou nevar, mas ao menos posso dormir à vontade e ficar sossegado em casa.

O burrinho e os livros

O burrinho adorava ser livre e passear pelos campos. Depois da primeira semana de aulas, disse:

– A escola é aborrecida. Aprender tudo o que está nos livros cansa muito. Vou faltar.

Meses depois disse para consigo:

– Vou comer os livros e assim fico a saber tudo mais depressa do que indo à escola.

Assim fez.

Achou que já sabia tudo e foi à escola mostrá-lo aos colegas.

– Então, N., nunca mais vieste à escola…

– Mas olha que tenho aprendido à mesma… – disse o burrinho.

Os colegas disseram:

– Diz lá então o alfabeto…

Quando abriu a boca, só lhe saiu:

– I-hó! I-hó! I-hó!…

Os amigos desataram à gargalhada e disseram com ar de troça:

– Olha, olha, já sabe duas vogais…

O burrinho foi triste para casa dizendo:

– Os colegas troçaram de mim… o melhor é ir sempre à escola e a fazer os trabalhos de casa.

O burrinho e o cavalo

Um burrinho e um cavalo iam pela estrada, à frente do dono. O cavalo não levava carga, enquanto o burro ia muito carregado.

– Ajuda-me, cavalo, que daqui a pouco eu não aguento…

– Nem penses. O dono não me deu carga para levar. – respondeu o cavalo.

Já sem força, o burro caiu e não conseguia levantar-se.

– O burro não aguenta mais. Vou pô-lo em cima do cavalo. – disse o dono para consigo.

E assim fez. Colocou o burro e a sua carga em cima do cavalo.

O cavalo aprendeu, dizendo para consigo mesmo:

– Realmente, ajudar não custo muito e faz muito bem.

Adaptado de autores desconhecidos

Burro, planalto mirandês

Burro, planalto mirandês

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Leão

A cigarra e a formiga

Fábulas adaptadas e escritas em verso por António José Ferreira

Durante todo o Verão,
que bem cantou a cigarra;
de dia, ‘stava na praia,
à noite, ia para a farra.

Ficou no campo a formiga,
pensando no seu celeiro.
O esforço do seu trabalho,
rendeu-lhe um bom mealheiro.

O Inverno só trouxe frio
e nada para comer:
à porta do formigueiro
foi a cigarra bater.

– Durante todo o verão
cantei p’ra te alegrar:
dá-me um pouco de comida
para eu poder jantar.

– Enquanto te divertias,
eu ‘stava a trabalhar.
Cantavas todos os dias,
agora vai lá dançar.

A rã e a vitela

Uma rã, que era invejosa,
viu no campo uma vitela,
admirou o seu tamanho
e quis ser igual a ela.

Deixou logo o seu charquinho,
começou a engordar,
tanto era o seu desejo
de à vitela se igualar.

A rã perguntava às outras
se já era grande e bela,
mas estava muito longe
do tamanho da vitela.

Tanto a rã inchou de inveja
que um dia rebentou:
não foi uma rã feliz
nem à vaca se igualou.

A raposa e a cegonha

Certo dia, a raposa
foi visitar a cegonha,
e o que ela fez depois,
diga-se, é uma vergonha.

Convidou a sua amiga
para um belo jantar
e pensou numa partida
p’ra da cegonha zombar.

A cegonha foi a casa
da sua amiga raposa
e no prato, a comida,
estava deliciosa.

A raposa comeu bem,
nem por isso a cegonha,
porque aquele prato raso
para o bico é uma vergonha!

A cegonha agradeceu
e pensou retribuir.
Convidou D. Raposa
para a sua casa ir.

Fez uma sopa de carne
que era um manjar perfeito
e serviu o seu petisco
num jarro bastante estreito.

A raposa comeu pouco
e ficou aborrecida.
A cegonha, afinal,
devolveu-lhe a partida.

As queixas do pavão

Lamentava-se o pavão
de não cantar nada bem,
de não ter a voz bonita
que o rouxinol sempre tem.

– Não reclames – disse Deus -,
pavãozinho despeitado!
Não vês que, p’las tuas cores,
és famoso em todo o lado?

Cada um tem seu encanto:
a águia tem a coragem,
o melro tem o seu canto,
o pavão, rica plumagem.

A ave compreendeu:
não se podia queixar.
Ninguém é perfeito em tudo,
em tudo há que se alegrar.

O corvo e a raposa

No ramo de um arbusto,
o corvo mostrava um queijo:
a raposa aproximou-se
atraída p’lo desejo.

Muito esperta, a raposa
foi o corvo elogiar,
suas penas e seu canto,
e até a forma de andar.

Cego pelo seu orgulho,
o corvo pôs-se a cantar:
o queijo caiu do bico
e à raposa foi parar.

O esquilo e as avelãs

Muitas nozes e avelãs
tinha o Senhor Esquilo:
lembrou-se de partilhar
alguns frutos do seu silo.

Pegou na melhor bandeja,
para as nozes of’recer,
e mandou o seu filhote
ao vizinho, a correr.

Quando viram a bandeja
os olhos do seu vizinho,
nem se lembraram das nozes
of’recidas com carinho.

Nem o esquilo viu de volta
a bandeja preferida,
nem na casa do vizinho
houve prenda parecida.

O pescador e o peixinho

Havia um pescador,
um pescador havia.

Um dia foi à pesca,
foi fraca a pescaria.

Pescou só um peixinho,
levou-o à Maria.

Quando chegou a casa,
ouviu o que não queria.

– Se fosse um peixe grande,
que almoço não daria!

– O peixe é pequenino
e muito cresceria!

José pegou no balde,
deitou o peixe à ria.

O veado e os amigos

No meio de uma floresta,
um veado adoeceu.
Um grupo dos seus amigos
foi ver o que aconteceu.

Foram para socorrê-lo,
ou talvez o consolar,
para cumprir o dever
de o amigo ajudar.

No fim da sua visita,
tiveram um bom repasto:
e da erva do veado,
quase não deixaram rasto.

Com pouco alimento perto,
aquele velho veado,
morreu ainda mais cedo,
infeliz, esfomeado.

A fábula mostra que…

Um amigo que não presta
E uma faca que não corta,
Que se percam pouco importa.

Provérbio

O velho rei da selva

O leão, o rei da selva,
perdeu forças e poder:
tornou-se apenas um velho
preparado p’ra morrer.

Os burros davam-lhe coices
e os lobos davam dentadas;
gazelas faziam troça
e os bois davam cornadas.

Mal conseguia rugir
o cansado rei leão:
chegara a hora de os fracos
lhe poderem dizer não.

A fábula mostra que…

Em leão morto até cãezinhos dão dentadas.
(Provérbio latino)

Leão

Leão

O lobo e o capuchinho

Um dia, o Senhor Lobo
que andava a passear,
avistou o Capuchinho
e foi logo perguntar:

– Aonde vais, ó menina,
com essa linda cestinha?
– Vou levar um bolo e mel
à minha rica avozinha.

Mais depressa foi o lobo
à casa da avozinha
enquanto ia praticando
falar com voz de netinha.

(Alguém bate à porta)

– Quem está a bater à porta?
– É a tua qu’rida netinha.
– Ai meu Deus, é o lobo mau.
– Não te como, avozinha.

(Entretanto, o Capuchinho Vermelho chega a casa da avó e vai ter com ela.)

– Que grandes são os teus olhos!
– São para te observar!
– Que grande é o teu nariz!
– É p’ra melhor te cheirar!

– Que fofas as tuas mãos!
– São p’ra melhor te tocar!
– Que grande é a tua boca!
– É p’ra melhor te beijar!

“Capuchinho Vermelho é um conto de fadas clássico, cujas origens podem ser traçadas a fábulas europeias do século X. O nome do conto vem da protagonista, uma menina que usa um capuz vermelho. Publicada pela primeira vez pelo francês Charles Perrault, e depois pelos Irmãos Grimm (da versão mais conhecida), o conto sofreu inúmeras adaptações, mudanças e releituras da cultura popular mundial, é uma das fábulas mais conhecidas de todos os tempos em todo o mundo.” (Wikipédia)

Os meninos e as rãs

Dois colegas de turma iam a pé para a escola e entretinham-se às vezes a fazer asneiras. Certa manhã, o Bruno viu o Hélio e disse:

– Hélio, espera por mim!

– Despacha-te, Bruno…

Quando chegaram à ponte, puseram-se a olhar o rio e a ver os peixes.

– Olha rãs… Vamos atirar-lhes pedras? – disse o Hélio.

– Grande ideia… – disse o colega. E atirou uma pedra que estava no chão.

– Olha maçãs… vamos atirar maçãs…

– Come esta maçã que faz-te bem à saúde! – disse o Bruno, achando que tinha muita piada.

A professora ia de carro e disse para consigo:

– Ah, estes são os meus alunos Bruno e Hélio… Que estarão a fazer?… Coisa boa não será… Atirar pedras aos peixes… Vão já ver o que é doce…

E foi para a escola.

Os alunos chegaram e bateram à porta:

– Entrem…

– Bom dia, Senhora Professora…

– Bom dia! Divertiram-se muito no caminho?

– Sim, Professora…

– Pois agora vão divertir-se muito mais! – disse ela com ironia.

– Que bom… – responderam os meninos…

– Digam comigo:

– Quem maltrata um animal,

Tem castigo especial!

A professora deu-lhes um papel e disse:

– Copiem 50 vezes!

– 50 vezes?!
– Isso mesmo! – confirmou a professora.

Enquanto isso, os outros meninos da turma diziam à maneira de rap:

– Quem maltrata um animal,
tem castigo especial!

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