[ João Ratão ]
– Toco, pois… Vou dedicar-te uma canção!
[Carochinha Bonitinha ]
– Adorava ouvir-te!
O rato cantou uma balada ao som da guitarra e a Carochinha ficou apaixonada.
[ Carochinha Bonitinha ]
– Como te chamas?
[ João Ratão ]
– Chamo-me João!
[ Carochinha Bonitinha ]
– Casas comigo, João?
De dia alegras-me os filhos
e cantas uma canção.
À noite, contas estórias
e alegras-me o coração.
O João Ratão do Violão casou com a Carochinha Bonitinha Boazinha e foram felizes!
História da Carochinha e do João Ratão
Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.
Três porquinhos viviam felizes na casa da mãe, que fazia tudo pelos filhos. Dois deles não a ajudavam em nada, e o terceiro sofria com isso.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:
– Queridos filhos, vocês estão muito grandes. É hora de terem mais responsabilidades. A partir de hoje, vão morar sozinhos.
A mãe preparou um lanche reforçado e dividiu o dinheiro pelos filhos, para poderem comprar material e construírem uma casa.
Era um dia de sol. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:
– Tenham cuidado e sejam sempre unidos!
Os porquinhos foram pela floresta em busca de um bom lugar para fazer a casa. Porém, no caminho começaram a discordar sobre o material que usariam. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, preguiçoso, disse:
– Não quero muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com palha, e sobra dinheiro para comprar outras coisas.
O porquinho mais sábio advertiu:
– Uma casa de palha não é segura.
O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, sugeriu:
– Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e prática. Quero ter tempo para descansar e brincar.
– Uma casa toda de madeira também não é segura – comentou o mais velho – Como te vais proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai te vais proteger?
– Eu nunca vi um lobo por estas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira! – respondeu o irmão do meio.
– Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos. Só quando acabar é que irei brincar convosco. – Respondeu o mais velho.
O porquinho trabalhador pensava na segurança e no conforto; os mais novos preocupavam-se em poupar no trabalho.
– Não há perigo que justifique fazer uma casa de tijolo. – Disse um dos preguiçosos.
Cada porquinho escolheu um canto da floresta para a sua casa. Contudo, as casas acabaram por ficar próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos fez a morada. Já estava a descansar quando o irmão do meio, que tinha construído a casa de madeira chegou chamando-o para ver a sua casa.
Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do mais velho.
– Ainda não acabaste?! Ainda nem vais a meio! Nós vamos almoçar e depois brincar. – disse, irónico, o porquinho do meio.
O mais velho não ligou aos comentários e continuou a trabalhar, preparando cimento e assentando tijolos.
Três dias depois, a casa estava pronta! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos na floresta. Com a barriga a roncar de fome, o animal só pensava em comer porco. Foi então bater à porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. Antes de abrir a porta olhou pela janela e, ao ver o lobo, começou a tremer de medo.
O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo:
– Vá embora! Só abrirei a porta ao meu pai, o grande leão! – mentiu o porquinho cheio de medo.
– Leão é? Não sabia que um leão era pai de um porquinho. Abre já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador.
O porquinho ficou quieto, a tremer de medo.
– Se não abrires por bem, abrirei à força. Vou soprar forte e a tua casa vai pelos ares.
O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. O lobo soprou uma vez e nada aconteceu; soprou novamente e a casa voou. O porquinho desesperado correu em direcção à casinha de madeira do irmão.
O lobo correu atrás dele. Quando chegou, o porquinho viu o irmão na varanda.
– Corre, corre! Entra para casa! O lobo vem aí! – gritou desesperado e a correr. Os porquinhos entraram a tempo, e o lobo chegou a seguir batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
– Porquinhos, deixem-me entrar um pouco!
– Nunca, Lobo! Vai embora e deixa-nos em paz. – disseram os porquinhos.
– Então vou soprar e farei a casa voar. O lobo, furioso, encheu o peito de ar, soprou forte contra a casinha de madeira que não aguentou. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. Chegando lá, pediram ajuda.
– Entrem, deixem esse lobo comigo! – disse o porquinho mais velho.
O lobo chegou e voltou a atormentá-los:
– Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar um pouco!
– Espera sentado, lobo mentiroso. – respondeu o porquinho mais velho.
– Já que é assim, preparem-se para correr. Em poucos minutos a casa vai pelos ares!
O lobo encheu os pulmões de ar e soprou contra a casa de tijolos, que nada sofreu. Soprou mais forte e… nada! Resolveu atirar-se contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a casa. O lobo resolveu voltar para a toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora.
– Calma! Não comemorem ainda! O lobo é esperto, não desistirá facilmente. – Advertiu o porquinho mais velho.
No dia seguinte, bem cedo, o lobo estava de volta à casa de tijolos, disfarçado de vendedor de frutas.
– Quem quer frutas fresquinhas? – gritava o lobo enquanto se aproximava. Os porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho disse:
– Nunca passou por aqui ninguém a vender nada… Não é estranho que depois de aparecer um lobo, apareça um vendedor?
Os irmãos acreditaram que era um vendedor, mas resolveram esperar. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou:
– Frutas fresquinhas, quem vai querer?
Os porquinhos responderam:
– Não, obrigado.
O lobo insistiu:
– Não precisam de dinheiro, é um presente.
– Muito obrigado! Não queremos! Temos muitas frutas aqui!
O lobo furioso revelou-se:
– Abram logo, poupo um de vocês!
Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor.
De repente ouviram um barulho no tecto. O lobo havia encostado uma escada e estava a subir pelo telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhava uma sopa de legumes. O lobo desceu pela chaminé com a intenção de surpreender os porquinhos, e caíu na panela de sopa a ferver.
– A-úúúúúúú!- Uivou o lobo, correndo em direção à porta. Nunca mais foi visto por aquelas terras.
Os três porquinhos decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que era importante trabalhar.
Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos, cheia de saudades, foi morar com os filhos. Todos viveram felizes na casinha de tijolos.
Três Porquinhos
Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.
No Inverno, o burrinho cansou-se da neve, da chuva e do frio:
– Nunca mais chega a Primavera… Então poderei passear e comer erva fresca! Agora passo o tempo no estábulo… Ai que saudades da Primavera!
A Primavera chegou e dono carregou-o com sementes e estrume para o campo.
E o burrinho começou a dizer:
– Nunca mais chega o Verão… para comer erva com abundância, apanhar sol e ir para a sombra quando quiser. Ai que saudades do Verão!
O Verão chegou e o dono carregou-o de erva, feno e sacos de fruta.
E o burrinho dizia:
– Nunca mais chega o Outono… então poderei descansar e não andarei tão carregado ao calor do sol. Ai que saudades do Outono!
Chegou o Outono e o dono carregava-o de lenha para o tempo para fazer comida no Inverno.
O burrinho percebeu:
– Bem… o melhor é realmente o Inverno. Pode chover ou nevar, mas ao menos posso dormir à vontade e ficar sossegado em casa.
Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.
Fábulas adaptadas e escritas em verso por António José Ferreira
Durante todo o Verão,
que bem cantou a cigarra;
de dia, ‘stava na praia,
à noite, ia para a farra.
Ficou no campo a formiga,
pensando no seu celeiro.
O esforço do seu trabalho,
rendeu-lhe um bom mealheiro.
O Inverno só trouxe frio
e nada para comer:
à porta do formigueiro
foi a cigarra bater.
– Durante todo o verão
cantei p’ra te alegrar:
dá-me um pouco de comida
para eu poder jantar.
– Enquanto te divertias,
eu ‘stava a trabalhar.
Cantavas todos os dias,
agora vai lá dançar.
Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor
O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.
Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.
Uma rã, que era invejosa,
viu no campo uma vitela,
admirou o seu tamanho
e quis ser igual a ela.
Deixou logo o seu charquinho,
começou a engordar,
tanto era o seu desejo
de à vitela se igualar.
A rã perguntava às outras
se já era grande e bela,
mas estava muito longe
do tamanho da vitela.
Tanto a rã inchou de inveja
que um dia rebentou:
não foi uma rã feliz
nem à vaca se igualou.
A raposa e a cegonha
Certo dia, a raposa
foi visitar a cegonha,
e o que ela fez depois,
diga-se, é uma vergonha.
Convidou a sua amiga
para um belo jantar
e pensou numa partida
p’ra da cegonha zombar.
A cegonha foi a casa
da sua amiga raposa
e no prato, a comida,
estava deliciosa.
A raposa comeu bem,
nem por isso a cegonha,
porque aquele prato raso
para o bico é uma vergonha!
A cegonha agradeceu
e pensou retribuir.
Convidou D. Raposa
para a sua casa ir.
Fez uma sopa de carne
que era um manjar perfeito
e serviu o seu petisco
num jarro bastante estreito.
A raposa comeu pouco
e ficou aborrecida.
A cegonha, afinal,
devolveu-lhe a partida.
As queixas do pavão
Lamentava-se o pavão
de não cantar nada bem,
de não ter a voz bonita
que o rouxinol sempre tem.
– Não reclames – disse Deus -,
pavãozinho despeitado!
Não vês que, p’las tuas cores,
és famoso em todo o lado?
Cada um tem seu encanto:
a águia tem a coragem,
o melro tem o seu canto,
o pavão, rica plumagem.
A ave compreendeu:
não se podia queixar.
Ninguém é perfeito em tudo,
em tudo há que se alegrar.
O corvo e a raposa
No ramo de um arbusto,
o corvo mostrava um queijo:
a raposa aproximou-se
atraída p’lo desejo.
Muito esperta, a raposa
foi o corvo elogiar,
suas penas e seu canto,
e até a forma de andar.
Cego pelo seu orgulho,
o corvo pôs-se a cantar:
o queijo caiu do bico
e à raposa foi parar.
O esquilo e as avelãs
Muitas nozes e avelãs
tinha o Senhor Esquilo:
lembrou-se de partilhar
alguns frutos do seu silo.
Pegou na melhor bandeja,
para as nozes of’recer,
e mandou o seu filhote
ao vizinho, a correr.
Quando viram a bandeja
os olhos do seu vizinho,
nem se lembraram das nozes
of’recidas com carinho.
Nem o esquilo viu de volta
a bandeja preferida,
nem na casa do vizinho
houve prenda parecida.
O pescador e o peixinho
Havia um pescador,
um pescador havia.
Um dia foi à pesca,
foi fraca a pescaria.
Pescou só um peixinho,
levou-o à Maria.
Quando chegou a casa,
ouviu o que não queria.
– Se fosse um peixe grande,
que almoço não daria!
– O peixe é pequenino
e muito cresceria!
José pegou no balde,
deitou o peixe à ria.
O veado e os amigos
No meio de uma floresta,
um veado adoeceu.
Um grupo dos seus amigos
foi ver o que aconteceu.
Foram para socorrê-lo,
ou talvez o consolar,
para cumprir o dever
de o amigo ajudar.
No fim da sua visita,
tiveram um bom repasto:
e da erva do veado,
quase não deixaram rasto.
Com pouco alimento perto,
aquele velho veado,
morreu ainda mais cedo,
infeliz, esfomeado.
A fábula mostra que…
Um amigo que não presta
E uma faca que não corta,
Que se percam pouco importa.
Provérbio
O velho rei da selva
O leão, o rei da selva,
perdeu forças e poder:
tornou-se apenas um velho
preparado p’ra morrer.
Os burros davam-lhe coices
e os lobos davam dentadas;
gazelas faziam troça
e os bois davam cornadas.
Mal conseguia rugir
o cansado rei leão:
chegara a hora de os fracos
lhe poderem dizer não.
A fábula mostra que…
Em leão morto até cãezinhos dão dentadas.
(Provérbio latino)
Leão
O lobo e o capuchinho
Um dia, o Senhor Lobo
que andava a passear,
avistou o Capuchinho
e foi logo perguntar:
– Aonde vais, ó menina,
com essa linda cestinha?
– Vou levar um bolo e mel
à minha rica avozinha.
Mais depressa foi o lobo
à casa da avozinha
enquanto ia praticando
falar com voz de netinha.
(Alguém bate à porta)
– Quem está a bater à porta?
– É a tua qu’rida netinha.
– Ai meu Deus, é o lobo mau.
– Não te como, avozinha.
(Entretanto, o Capuchinho Vermelho chega a casa da avó e vai ter com ela.)
– Que grandes são os teus olhos!
– São para te observar!
– Que grande é o teu nariz!
– É p’ra melhor te cheirar!
– Que fofas as tuas mãos!
– São p’ra melhor te tocar!
– Que grande é a tua boca!
– É p’ra melhor te beijar!
“Capuchinho Vermelho é um conto de fadas clássico, cujas origens podem ser traçadas a fábulas europeias do século X. O nome do conto vem da protagonista, uma menina que usa um capuz vermelho. Publicada pela primeira vez pelo francês Charles Perrault, e depois pelos Irmãos Grimm (da versão mais conhecida), o conto sofreu inúmeras adaptações, mudanças e releituras da cultura popular mundial, é uma das fábulas mais conhecidas de todos os tempos em todo o mundo.” (Wikipédia)
Os meninos e as rãs
Dois colegas de turma iam a pé para a escola e entretinham-se às vezes a fazer asneiras. Certa manhã, o Bruno viu o Hélio e disse:
– Hélio, espera por mim!
– Despacha-te, Bruno…
Quando chegaram à ponte, puseram-se a olhar o rio e a ver os peixes.
– Olha rãs… Vamos atirar-lhes pedras? – disse o Hélio.
– Grande ideia… – disse o colega. E atirou uma pedra que estava no chão.
– Olha maçãs… vamos atirar maçãs…
– Come esta maçã que faz-te bem à saúde! – disse o Bruno, achando que tinha muita piada.
A professora ia de carro e disse para consigo:
– Ah, estes são os meus alunos Bruno e Hélio… Que estarão a fazer?… Coisa boa não será… Atirar pedras aos peixes… Vão já ver o que é doce…
E foi para a escola.
Os alunos chegaram e bateram à porta:
– Entrem…
– Bom dia, Senhora Professora…
– Bom dia! Divertiram-se muito no caminho?
– Sim, Professora…
– Pois agora vão divertir-se muito mais! – disse ela com ironia.
– Que bom… – responderam os meninos…
– Digam comigo:
– Quem maltrata um animal,
Tem castigo especial!
A professora deu-lhes um papel e disse:
– Copiem 50 vezes!
– 50 vezes?!
– Isso mesmo! – confirmou a professora.
Enquanto isso, os outros meninos da turma diziam à maneira de rap:
– Quem maltrata um animal,
tem castigo especial!
https://www.lenga.pt/wp-content/uploads/2022/06/leao.jpg400400António Ferreirahttp://lenga.pt/wp-content/uploads/2022/05/lenga-80x80.jpgAntónio Ferreira2022-06-29 22:48:332024-10-26 21:11:47Fábulas em verso