Ritmo e Poesia
REP – Ritmo e Poesia
Rimas com ritmo da autoria de António José Ferreira
Ajudei a minha avó
[ António José Ferreira ]
Ajudei a minha avó
a fazer o pão de ló.
Ajudei o meu avô
a desmontar o robô.
Ajudei a minha mãe,
a levar pastéis de Belém.
Ajudei o meu pai,
a pesquisar sobre o Havai.
Ajudei a minha tia
a cortar a melancia.
Ajudei o meu tio
a levar peixe do rio.
Ajudei a minha irmã
a descascar a maçã.
Ajudei o meu irmão
a dar banho ao seu cão.
Ajudei a minha prima
a fazer a sua rima.
Ajudei o meu primo
a subir até ao cimo.
Ritmo para acompanhamento: mãos alternadas na beira da mesa + mãos alternadas nas pernas. Indicado para o Dia Internacional da Família.
Com boa azeitona
Transformação
[ António José Ferreira ]
Com boa azeitona da oliveira,
meu pai fez azeite de primeira.
A preparar polpa de tomate,
à minha mãezinha ninguém bate.
Com o grão de trigo da seara,
fez o meu avô farinha clara.
Com morangos frescos do pomar,
a avó fez compota p’ra lanchar.
Com cachos de uvas Moscatel,
farei vinho doce como o mel.
Indicado para o conhecimento de algumas profissões e o dia 1 de maio (Dia do Trabalhador) e o conhecimento da transformação na indústria e na agricultura.
De vermelho foi a rosa
[ António José Ferreira ]
De vermelho foi a rosa,
perfumada e vaidosa.
Quis vestir-se o céu de azul
e levou calor para o sul.
Foi castanho o ouriço
para ser o mais castiço.
Vestiu a neve de branco
e pintou jardim e banco.
[ Estações do ano ]
Quis ser muito verde o prado
e ficou almofadado.
Disse o pinto amarelo:
– Digam lá se não sou belo?
Nas sílabas sublinhadas na primeira estrofe (e nas outras quadras, do mesmo modo): mão esquerda na beira da mesa; palma direita nas costas da esquerda; mão esquerda na beira da mesa; mão direita na perna direita.
Encontrei um lindo búzio
[ António José Ferreira ]
Encontrei um lindo búzio
Que uso para ouvir o mar.
Quando o colo ao ouvido,
sou marujo no alto mar.
Com um búzio verdadeiro ou reciclado as crianças ficam em silêncio para ouvir ondas. Depois dizem o poema, alternado declamação e silêncio.
Gosto de ouvir
Sons
[ António José Ferreira ]
Gosto de ouvir
o galo a cantar,
som tão poderoso
para me acordar.
Gosto de ouvir
o cuco a cantar,
som tão musical
para passear.
Gosto de ouvir
as ondas do mar,
som tão agradável
para relaxar.
Não gosto de ouvir
carros a apitar,
som desagradável
a evitar.
Enquanto um grupo recita, outro cria uma sonoplastia para o texto (com onomatopeias ou recorrendo a objetos).
Mãe é fofa, sabe acarinhar
[ António José Ferreira ]
Mãe é fofa, sabe acarinhar;
mãe é atenta, sabe escutar;
mãe é esperta, sabe ensinar;
mãe é mãe; tem sempre algo p’ra dar!
Verso a verso, de dois em dois, a estrofe completa, a turma memoriza o texto. Voluntários dizedores sobem ao estrado da sala para declamar, com expressividade.
No Dias das Bruxas
[ António José Ferreira ]
No Dias das Bruxas
bater o dente;
no Magusto,
castanha quente;
no Natal,
dar um presente;
no fim de ano,
ser diferente.
no São João,
dançar a gente.
no aniversário
‘star contente.
(Esqueci o Carnaval?
Ele nunca leva a mal.)
As crianças estão sentadas à mesa. Nas sílabas que rimam em “en”, as mãos abertas batem na beira da mesa e em seguida, fechadas, batem nas pernas.
Ordenou o deus Saturno
[ António José Ferreira ]
Ordenou o deus Saturno
Que tu toques um noturno.
Ordenou o deus Plutão
Que tu faças percussão.
Ordenou o deus Neptuno
Que tu sejas bom aluno.
Ordenou o deus Vulcano
Que tu vás tocar piano.
Mandou a deusa Lucina
Que tu toques concertina.
Ordenou a deusa Minerva
Que te deites sobre a erva.
Ordenou a deusa Ceres
Que imites as mulheres.
Ordenou a deusa Vesta
Que tu durmas uma sesta.
Ordenou o deus Baco
Que tu faças um buraco.
Ordenou o deus Cupido
Que tomes um comprimido.
Ordenou a deusa Terra
Que caminhes pela serra.
Ordenou a Proserpina
Que pratiques ocarina.
Ordenou o deus Marte
Que apresentes o estandarte.
Ordenou a deusa Diana
Que toques flauta de cana.
O professor seleciona as rimas adequadas para determinada aula. Depois de dizer tudo, diz o primeiro verso e a turma, um grupo ou uma criança, responde com o segundo. Em seguida, diz, expressivamente, seguindo a declamação de quatro ou oito compassos de percussão improvisada enquanto as crianças, em pé, representam a ação referida pelo professor.
Ouve o som da savana
[ António José Ferreira ]
Ouve o som da savana,
O grito da selva,
O canto do mar!
Cuida bem do planeta,
É teu, é nosso,
Há que o salvar!
Vê o encanto da fonte,
O curso do rio
Da serra ao mar.
Olha as cores da serra,
As aves em festa,
O sol a brilhar.
Segue o voo do cuco,
O tigre correndo,
O peixe a nadar.
Olha para os filhotes
E isso já basta
P’ra te encantar.
Tantas são as espécies
Que estão em risco
De se extinguir.
Temos de fazer algo
Para salvá-las
Há que intervir!
Indicado para o Dia Internacional do Ambiente (5 de junho), o Dia do Animal (4 de outubro) e educação para a cidadania.
Pai é forte: sabe apoiar
[ António José Ferreira ]
Pai é forte: sabe apoiar;
pai é meigo: sabe abraçar;
pai é rico: sabe o que dar:
pai é pai, quem o pode igualar?
O meu pai é meu amigo.
Ele joga e brinca comigo.
Indicado para o Dia do Pai (19 de março). Depois de memorizarem o texto, dizedores voluntários vão à frente da sala declamar o poema.
Passa, passa
[ António José Ferreira ]
Passa, passa, caracol,
Passa, passa, carapaça!
Tem cuidado com o sol
Para não haver desgraça.
As crianças aprendem a quadra tornando-se ótimos dizedores, com expressividade, em andamento moderado. Como o caracol anda lentamente, o exercício será as crianças dizerem a quadra num andamento uniformemente lento, sem parar.
Roda, roda, rodopia
[ António José Ferreira ]
Roda, roda, rodopia,
Roda, roda meu pião.
Roda, roda, rodopia,
Mostra que és um campeão.
Cada criança tem uma tampa de azeitonas que no centro seja um pouco mais baixa que nas bordas. Com as duas mãos, as crianças fazem o “pião” rodopiar, com um só impulso. O pião que se aguentar mais tempo é o vencedor.
Se eu fosse uma fruteira
Nomes coletivos
[ António José Ferreira ]
Se eu fosse uma fruteira,
queria-te no meu pomar.
Se eu fosse uma oliveira,
queria-te no meu olival.
Se eu fosse um castanheiro,
queria-te no meu souto.
Se eu fosse um sobreiro,
queria-te no meu montado.
Se eu fosse um camelo,
queria-te na minha cáfila.
Se eu fosse um bisonte,
queria-te na minha manada.
Se eu fosse um porco,
queria-te na minha vara.
Se eu fosse uma ovelha,
queria-te no meu rebanho.
Se eu fosse um cão,
queria-te na minha matilha.
Se eu fosse peixe,
queria-te no meu cardume.
Se eu fosse um pintainho,
queria-te na minha ninhada.
Se eu fosse uma formiga,
queria-te no meu formigueiro.
Se eu fosse cabra,
Queria-te na minha cabrada.
Se eu fosse uma pomba
queria-te no meu bando.
Se eu fosse um livro,
queria-te na minha biblioteca.
Se eu fosse uma carta,
queria-te no meu baralho.
Se eu fosse abelha,
queria-te no meu enxame.
Se eu fosse uma estrela,
queria-te na minha constelação.
Se eu fosse uma casa,
queria-te no meu casario.
Se eu fosse um foguete,
queria-te na minha girândola.
Como sou aluno,
adoro ter-te na turma.
Depois de dizer todos os duetos, o professor joga com as crianças dizendo o primeiro verso, devendo as crianças responder com o segundo.
Serra, serra, carpinteiro
António José Ferreira
Serra, serra, carpinteiro
P’ra fazeres uma porta.
Tem cuidado e vê bem
Para que não fique torta.
1. O professor diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e as crianças repetem.
2. Diz uma quadra toda e a turma repete.
3. Cada criança diz a quadra na sua vez, com acompanhamento rítmico pelo professor; quem não conseguir, nomeia um colega para o acompanhar.
4. Com reco-recos, todos representam o movimento da serra e escutam o som.
Sou pirata aventureiro
[ António José Ferreira ]
Sou pirata aventureiro
e adoro o cheiro a mar.
Sei usar a minha espada,
defender e atacar.
Tem o céu muitas estrelas,
outras tantas tem o mar.
São espécies coloridas
que ultrapassam o milhar.
Depois de aprenderem as quadras, o professor dá duas espadas de material reutilizado que não tenha riscos para a segurança das crianças. As duas primeiras a memorizarem e dizerem, vão lutar cuidadosamente com espadas.
Um bom livro
[ António José Ferreira ]
Um bom livro é um amigo
Que está sempre ao meu lado.
Aconselha-me e indica
O que é apropriado.
Um bom livro é um presente
Que está sempre comigo.
Com os seus ensinamentos
Eu estudo e consigo.
Texto indicado para o Dia do Livro Português (26 de março), ou Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor (23 de abril).
Veio o setembro
[ António José Ferreira ]
Veio o setembro
como pintor;
pinta as folhas
com muita cor.
Veio o setembro
com muita uva.
Para os campos
manda a chuva.
Veio o setembro
cheio de vento:
movem-se as nuvens
no céu cinzento.
Veio o setembro
com muito sono.
Foi-se o verão,
viva o outono!
Texto criado para o tempo de regresso às aulas e o início do outono.
Veste roupa adequada
[ António José Ferreira ]
Veste roupa adequada,
não te faça mal o sol.
Se há neve ou geada
usa sempre cachecol.
Não te faça mal o frio,
não te faça mal o vento.
Se a casa está gelada,
liga o aquecimento.
Não te faça mal a água
quando molhas os teus pés.
Usas botas ou galochas?
Que prudente que tu és!
Texto indicado para o inverno. Uma sugestão de acompanhamento rítmico é marcar a pulsação com pés alternados no chão, o que também ajuda a aquecer os pés.
Verão quente
[ António José Ferreira ]
Verão quente,
muita gente
ou na praia ou a nadar.
Muito sol,
caracol
no meu prato é um manjar.
Canta o gaio,
o papagaio,
o meu, voa se ventar.
Grandes dias,
alegrias
e histórias p’ra contar!
Alternadamente, dedos da mão esquerda na mesa; punho direito na beira da mesa, alternadamente, nas sílbas sublinhadas da primeira estrofe e, nas outras, de forma semelhante. Indicado para o mês de junho.