Histórias do burro

Burro, planalto mirandês

O burrinho e as estações

No Inverno, o burrinho cansou-se da neve, da chuva e do frio:

– Nunca mais chega a Primavera… Então poderei passear e comer erva fresca! Agora passo o tempo no estábulo… Ai que saudades da Primavera!

A Primavera chegou e dono carregou-o com sementes e estrume para o campo.

E o burrinho começou a dizer:

– Nunca mais chega o Verão… para comer erva com abundância, apanhar sol e ir para a sombra quando quiser. Ai que saudades do Verão!

O Verão chegou e o dono carregou-o de erva, feno e sacos de fruta.

E o burrinho dizia:

– Nunca mais chega o Outono… então poderei descansar e não andarei tão carregado ao calor do sol. Ai que saudades do Outono!

Chegou o Outono e o dono carregava-o de lenha para o tempo para fazer comida no Inverno.

O burrinho percebeu:

– Bem… o melhor é realmente o Inverno. Pode chover ou nevar, mas ao menos posso dormir à vontade e ficar sossegado em casa.

O burrinho e os livros

O burrinho adorava ser livre e passear pelos campos. Depois da primeira semana de aulas, disse:

– A escola é aborrecida. Aprender tudo o que está nos livros cansa muito. Vou faltar.

Meses depois disse para consigo:

– Vou comer os livros e assim fico a saber tudo mais depressa do que indo à escola.

Assim fez.

Achou que já sabia tudo e foi à escola mostrá-lo aos colegas.

– Então, N., nunca mais vieste à escola…

– Mas olha que tenho aprendido à mesma… – disse o burrinho.

Os colegas disseram:

– Diz lá então o alfabeto…

Quando abriu a boca, só lhe saiu:

– I-hó! I-hó! I-hó!…

Os amigos desataram à gargalhada e disseram com ar de troça:

– Olha, olha, já sabe duas vogais…

O burrinho foi triste para casa dizendo:

– Os colegas troçaram de mim… o melhor é ir sempre à escola e a fazer os trabalhos de casa.

O burrinho e o cavalo

Um burrinho e um cavalo iam pela estrada, à frente do dono. O cavalo não levava carga, enquanto o burro ia muito carregado.

– Ajuda-me, cavalo, que daqui a pouco eu não aguento…

– Nem penses. O dono não me deu carga para levar. – respondeu o cavalo.

Já sem força, o burro caiu e não conseguia levantar-se.

– O burro não aguenta mais. Vou pô-lo em cima do cavalo. – disse o dono para consigo.

E assim fez. Colocou o burro e a sua carga em cima do cavalo.

O cavalo aprendeu, dizendo para consigo mesmo:

– Realmente, ajudar não custo muito e faz muito bem.

Adaptado de autores desconhecidos

Burro, planalto mirandês

Burro, planalto mirandês

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