Poesia sobre música para crianças

Jaguar, panthera onca, rio Piquiri, créditos Charles J. Sharp / Wikipédia
A selva é uma animação

A selva é uma grande animação,
o reino da gazela e do leão.
Lá vivem o macaco e o gibão,
Lá mora o chimpanzé e o bisão!

Há um que é cantor por vocação
e outro que gargalha sem razão.
Há um que é corredor de profissão
e outro preguiçoso até mais não.

Há um que só rasteja pelo chão
e outro que a voar é campeão!
Há um que é o melhor da natação,
e outro que tem nome de dragão!

Há um que é o rei da imitação,
e outro que arma sempre confusão!
Há um que pensa ser o bonitão,
e outro que só sabe ser mandão.

Há um que aprende sempre a lição
e outro um bocadinho trapalhão!
Há um que cuida da alimentação,
e outro que é um grande comilão.

Na selva há animais em extinção,
Salvá-los deve ser nossa missão!
A terra é a nossa habitação!
Vamos fazer reutilização!

António José Ferreira

Jaguar, panthera onca, rio Piquiri, créditos Charles J. Sharp / Wikipédia

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A maneira de búzio

REP – Ritmo e Poesia

Rimas com ritmo da autoria de António José Ferreira

Ajudei a minha avó

[ António José Ferreira ]

Ajudei a minha avó
a fazer o pão de ló.

Ajudei o meu avô
a desmontar o robô.

Ajudei a minha mãe,
a levar pastéis de Belém.

Ajudei o meu pai,
a pesquisar sobre o Havai.

Ajudei a minha tia
a cortar a melancia.

Ajudei o meu tio
a levar peixe do rio.

Ajudei a minha irmã
a descascar a maçã.

Ajudei o meu irmão
a dar banho ao seu cão.

Ajudei a minha prima
a fazer a sua rima.

Ajudei o meu primo
a subir até ao cimo.

Ritmo para acompanhamento: mãos alternadas na beira da mesa + mãos alternadas nas pernas. Indicado para o Dia Internacional da Família.

Com boa azeitona

Transformação

[ António José Ferreira ]

Com boa azeitona da oliveira,
meu pai fez azeite de primeira.

A preparar polpa de tomate,
à minha mãezinha ninguém bate.

Com o grão de trigo da seara,
fez o meu avô farinha clara.

Com morangos frescos do pomar,
a avó fez compota p’ra lanchar.

Com cachos de uvas Moscatel,
farei vinho doce como o mel.

Indicado para o conhecimento de algumas profissões e o dia 1 de maio (Dia do Trabalhador) e o conhecimento da transformação na indústria e na agricultura.

De vermelho foi a rosa

[ António José Ferreira ]

De vermelho foi a rosa,
perfumada e vaidosa.
Quis vestir-se o céu de azul
e levou calor para o sul.

Foi castanho o ouriço
para ser o mais castiço.
Vestiu a neve de branco
e pintou jardim e banco.

[ Estações do ano ]

Quis ser muito verde o prado
e ficou almofadado.
Disse o pinto amarelo:
– Digam lá se não sou belo?

Nas sílabas sublinhadas na primeira estrofe (e nas outras quadras, do mesmo modo): mão esquerda na beira da mesa; palma direita nas costas da esquerda; mão esquerda na beira da mesa; mão direita na perna direita.

Encontrei um lindo búzio

[ António José Ferreira ]

Encontrei um lindo búzio
Que uso para ouvir o mar.
Quando o colo ao ouvido,
sou marujo no alto mar.

Com um búzio verdadeiro ou reciclado as crianças ficam em silêncio para ouvir ondas. Depois dizem o poema, alternado declamação e silêncio.

Gosto de ouvir

Sons

[ António José Ferreira ]

Gosto de ouvir
o galo a cantar,
som tão poderoso
para me acordar.

Gosto de ouvir
o cuco a cantar,
som tão musical
para passear.

Gosto de ouvir
as ondas do mar,
som tão agradável
para relaxar.

Não gosto de ouvir
carros a apitar,
som desagradável
a evitar.

Enquanto um grupo recita, outro cria uma sonoplastia para o texto (com onomatopeias ou recorrendo a objetos).

Mãe é fofa, sabe acarinhar

[ António José Ferreira ]

Mãe é fofa, sabe acarinhar;
mãe é atenta, sabe escutar;
mãe é esperta, sabe ensinar;
mãe é mãe; tem sempre algo p’ra dar!

Verso a verso, de dois em dois, a estrofe completa, a turma memoriza o texto. Voluntários dizedores sobem ao estrado da sala para declamar, com expressividade.

No Dias das Bruxas

[ António José Ferreira ]

No Dias das Bruxas
bater o dente;
no Magusto,
castanha quente;
no Natal,
dar um presente;
no fim de ano,
ser diferente.
no São João,
dançar a gente.
no aniversário
‘star contente.
(Esqueci o Carnaval?
Ele nunca leva a mal.)

As crianças estão sentadas à mesa. Nas sílabas que rimam em “en”, as mãos abertas batem na beira da mesa e em seguida, fechadas, batem nas pernas.

Ordenou o deus Saturno

[ António José Ferreira ]

Ordenou o deus Saturno
Que tu toques um noturno.

Ordenou o deus Plutão
Que tu faças percussão.

Ordenou o deus Neptuno
Que tu sejas bom aluno.

Ordenou o deus Vulcano
Que tu vás tocar piano.

Mandou a deusa Lucina
Que tu toques concertina.

Ordenou a deusa Minerva
Que te deites sobre a erva.

Ordenou a deusa Ceres
Que imites as mulheres.

Ordenou a deusa Vesta
Que tu durmas uma sesta.

Ordenou o deus Baco
Que tu faças um buraco.

Ordenou o deus Cupido
Que tomes um comprimido.

Ordenou a deusa Terra
Que caminhes pela serra.

Ordenou a Proserpina
Que pratiques ocarina.

Ordenou o deus Marte
Que apresentes o estandarte.

Ordenou a deusa Diana
Que toques flauta de cana.

O professor seleciona as rimas adequadas para determinada aula. Depois de dizer tudo, diz o primeiro verso e a turma, um grupo ou uma criança, responde com o segundo. Em seguida, diz, expressivamente, seguindo a declamação de quatro ou oito compassos de percussão improvisada enquanto as crianças, em pé, representam a ação referida pelo professor.

Ouve o som da savana

[ António José Ferreira ]

Ouve o som da savana,
O grito da selva,
O canto do mar!
Cuida bem do planeta,
É teu, é nosso,
Há que o salvar!

Vê o encanto da fonte,
O curso do rio
Da serra ao mar.
Olha as cores da serra,
As aves em festa,
O sol a brilhar.

Segue o voo do cuco,
O tigre correndo,
O peixe a nadar.
Olha para os filhotes
E isso já basta
P’ra te encantar.

Tantas são as espécies
Que estão em risco
De se extinguir.
Temos de fazer algo
Para salvá-las
Há que intervir!

Indicado para o Dia Internacional do Ambiente (5 de junho), o Dia do Animal (4 de outubro) e educação para a cidadania.

Pai é forte: sabe apoiar

[ António José Ferreira ]

Pai é forte: sabe apoiar;
pai é meigo: sabe abraçar;
pai é rico: sabe o que dar:
pai é pai, quem o pode igualar?
O meu pai é meu amigo.
Ele joga e brinca comigo.

Indicado para o Dia do Pai (19 de março). Depois de memorizarem o texto, dizedores voluntários vão à frente da sala declamar o poema.

Passa, passa

[ António José Ferreira ]

Passa, passa, caracol,
Passa, passa, carapaça!
Tem cuidado com o sol
Para não haver desgraça.

As crianças aprendem a quadra tornando-se ótimos dizedores, com expressividade, em andamento moderado. Como o caracol anda lentamente, o exercício será as crianças dizerem a quadra num andamento uniformemente lento, sem parar.

Roda, roda, rodopia

[ António José Ferreira ]

Roda, roda, rodopia,
Roda, roda meu pião.
Roda, roda, rodopia,
Mostra que és um campeão.

Cada criança tem uma tampa de azeitonas que no centro seja um pouco mais baixa que nas bordas. Com as duas mãos, as crianças fazem o “pião” rodopiar, com um só impulso. O pião que se aguentar mais tempo é o vencedor.

Se eu fosse uma fruteira

Nomes coletivos

[ António José Ferreira ]

Se eu fosse uma fruteira,
queria-te no meu pomar.

Se eu fosse uma oliveira,
queria-te no meu olival.

Se eu fosse um castanheiro,
queria-te no meu souto.

Se eu fosse um sobreiro,
queria-te no meu montado.

Se eu fosse um camelo,
queria-te na minha cáfila.

Se eu fosse um bisonte,
queria-te na minha manada.

Se eu fosse um porco,
queria-te na minha vara.

Se eu fosse uma ovelha,
queria-te no meu rebanho.

Se eu fosse um cão,
queria-te na minha matilha.

Se eu fosse peixe,
queria-te no meu cardume.

Se eu fosse um pintainho,
queria-te na minha ninhada.

Se eu fosse uma formiga,
queria-te no meu formigueiro.

Se eu fosse cabra,
Queria-te na minha cabrada.

Se eu fosse uma pomba
queria-te no meu bando.

Se eu fosse um livro,
queria-te na minha biblioteca.

Se eu fosse uma carta,
queria-te no meu baralho.

Se eu fosse abelha,
queria-te no meu enxame.

Se eu fosse uma estrela,
queria-te na minha constelação.

Se eu fosse uma casa,
queria-te no meu casario.

Se eu fosse um foguete,
queria-te na minha girândola.

Como sou aluno,
adoro ter-te na turma.

Depois de dizer todos os duetos, o professor joga com as crianças dizendo o primeiro verso, devendo as crianças responder com o segundo.

Serra, serra, carpinteiro

António José Ferreira

Serra, serra, carpinteiro
P’ra fazeres uma porta.
Tem cuidado e vê bem
Para que não fique torta.

1. O professor diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e as crianças repetem.
2. Diz uma quadra toda e a turma repete.
3. Cada criança diz a quadra na sua vez, com acompanhamento rítmico pelo professor; quem não conseguir, nomeia um colega para o acompanhar.
4. Com reco-recos, todos representam o movimento da serra e escutam o som.

Sou pirata aventureiro

[ António José Ferreira ]

Sou pirata aventureiro
e adoro o cheiro a mar.
Sei usar a minha espada,
defender e atacar.

Tem o céu muitas estrelas,
outras tantas tem o mar.
São espécies coloridas
que ultrapassam o milhar.

Depois de aprenderem as quadras, o professor dá duas espadas de material reutilizado que não tenha riscos para a segurança das crianças. As duas primeiras a memorizarem e dizerem, vão lutar cuidadosamente com espadas.

Um bom livro

[ António José Ferreira ]

Um bom livro é um amigo
Que está sempre ao meu lado.
Aconselha-me e indica
O que é apropriado.

Um bom livro é um presente
Que está sempre comigo.
Com os seus ensinamentos
Eu estudo e consigo.

Texto indicado para o Dia do Livro Português (26 de março), ou Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor (23 de abril).

Veio o setembro

[ António José Ferreira ]

Veio o setembro
como pintor;
pinta as folhas
com muita cor.

Veio o setembro
com muita uva.
Para os campos
manda a chuva.

Veio o setembro
cheio de vento:
movem-se as nuvens
no céu cinzento.

Veio o setembro
com muito sono.
Foi-se o verão,
viva o outono!

Texto criado para o tempo de regresso às aulas e o início do outono.

Veste roupa adequada

[ António José Ferreira ]

Veste roupa adequada,
não te faça mal o sol.
Se há neve ou geada
usa sempre cachecol.

Não te faça mal o frio,
não te faça mal o vento.
Se a casa está gelada,
liga o aquecimento.

Não te faça mal a água
quando molhas os teus pés.
Usas botas ou galochas?
Que prudente que tu és!

Texto indicado para o inverno. Uma sugestão de acompanhamento rítmico é marcar a pulsação com pés alternados no chão, o que também ajuda a aquecer os pés.

Verão quente

[ António José Ferreira ]

Verão quente,
muita gente
ou na praia ou a nadar.

Muito sol,
caracol
no meu prato é um manjar.

Canta o gaio,
o papagaio,
o meu, voa se ventar.

Grandes dias,
alegrias
e histórias p’ra contar!

Alternadamente, dedos da mão esquerda na mesa; punho direito na beira da mesa, alternadamente, nas sílbas sublinhadas da primeira estrofe e, nas outras, de forma semelhante. Indicado para o mês de junho.

A maneira de búzio

A maneira de búzio

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Bianca Ferreira, 2022

Poemas e canções promotores de gentileza

Catrapás

António José Ferreira

Catrapás, catrapás.
– Não à guerra, sim à paz!

Catrapés, catrapés.
– Mostra-me o bom que tu és!

Catrapis, catrapis.
– Sou feliz se és feliz!

Catrapós, catrapós.
– Ama e cuida dos avós!

Catrapus, catrapus.
– Para mim és uma luz.

[ O professor diz ritmicamente um dueto e as crianças descobrem o ritmo escondido (titi tá titi tá, titi titi titi tá). Em seguida o professor, recita um dueto e a turma repete. Finalmente, diz o primeiro verso e as crianças completam a rima. ]

Com as mãos

António José Ferreira

Com as mãos
Se guia e conduz.
Com as mãos
Se amassa o pão.
Com as mãos
Se acende uma luz.
Com as mãos
Se ajuda o irmão.

Com as mãos
Se dá um aperto.
Com as mãos
Se faz poesia.
Com as mãos
se faz um enxerto.
Com as mãos
Se acena e guia.

[ Baseado no poema “As mãos” de Manuel Alegre. As crianças recitam fazendo gestos com as mãos. ]

Fundo do copo

António José Ferreira

Fundo do copo, bate na mesa,
Sempre com jeito, sem confusão.
Fundo do copo, faz com leveza,
Seja na mesa, seja na mão.

[ Com um copo – que pode ser reutilizado, uma tampa de amaciador de roupa – as crianças acompanham com o gesto de agarrar e bater não diretamente na mesa mas sobre um caderno que suavize o impacto. ]

Já o comboio apita

Já o comboio apita
quando chega à cidade.
Vou com os meus colegas
por quem tenho amizade.

Entra no meu comboio
que é o da Cortesia.
Quando é pela manhã,
tu deves dizer “Bom dia!”

Entra no meu comboio,
não ficará lotado.
Faz toda a diferença
dizeres “Muito obrigado!”

Entra no meu comboio
que tem animação.
Se magoaste o amigo,
não custa pedir perdão.

Lojas

António José Ferreira

– Fazes-me um favor?
Vai à peixaria.
– E eu comprei sardinhas
como a mãe queria.

– Fazes-me um favor?
Vai à frutaria.
– E eu comprei laranjas
como a mãe queria.

– Fazes-me um favor?
Vai à padaria.
– E eu comprei regueifa
como a mãe queria.

Fazes-me um favor?
Vai à confeitaria.
– E eu comprei bolinhos
como a mãe queria.

– Fazes-me um favor?
Vai à pizzaria.
– E eu comprei a pizza
como a mãe queria.

– Fazes-me um favor?
Vai à charcutaria.
– E eu comprei fiambre
como a mãe queria.

– Fazes-me um favor?
Vai à retrosaria.
– E eu comprei as linhas
como a mãe queria.

[ Esta brincadeira cantada é indicada para as crianças apropriarem conhecimentos sobre o comércio no âmbito de Estudo do Meio. Pode dramatizar-se com várias crianças a fazerem de comerciantes e outras de clientes. ]

O professor manda

António José Ferreira

Fica atento, muito atento,
Ao que o professor te diz.
Se fizeres o que pede
Também tu és mais feliz!

Pede o professor Moisés
Que tu contes até dez.

Instrumental + toque de alerta à escuta

Pede o professor José
Que vás praticar ballet.

Instrumental + toque de alerta à escuta

Manda o professor Martim
Que tu andes à pinguim!

Instrumental + toque de alerta à escuta

Manda o professor Zé Mário:
Diz lá o abecedário!

Instrumental + toque de alerta à escuta

Manda a professora Ester
Que te ponhas a correr!

Instrumental + toque de alerta à escuta

Manda-te o professor Beto
Que digas o alfabeto!

Instrumental + toque de alerta à escuta

O professor diz forte e expressivamente as rimas e durante 4 ou 4 pulsações improvisa em tambor, tempo durante o qual as crianças cumprem a ordem dada. Para parar a ação e alertar para nova ordem, percute um padrão rápido e curto, como “tríolotá”, podendo mesmo trizer em vez de percutir.

Mãos

António José Ferreira

Uso as mãos para tocar,
nunca para magoar.

Uso as mãos para acenar
nunca para arranhar.

Uso os pés p’ra caminhar,
Nunca p’ra pontapear.

Uso os pés p’ra ir e vir,
Nunca para agredir.

Uso as pernas para jogar,
Nunca para rasteirar.

Uso a boca p’ra falar,
Nunca para ameaçar.

[ As crianças acompanham marcando a pulsação com pés alternados, lado a lado, com a mão direita a agarrar o pulso esquerdo, de braços cruzados, de braço dado ou abraçando, à maneira do cante alentejano. ]

Mulher

António José Ferreira

Hoje é dia da grande mulher
que ensina, que escreve ou canta,
e que esteja ela onde estiver
nos apoia, acarinha e levanta.

Hoje é dia da mãe e da mana,
da madrinha, da avó e da tia,
da Matilde, da Bruna e da Ana,
da Filipa, da Inês, da Sofia.

Hoje é dia da minha professora,
da doutora e da cabeleireira,
da flautista e da compositora,
da autarca e da cozinheira. (…)

[ Poema para o Dia da Mulher, a 8 de março ]

Músculos e delicadeza

António José Ferreira

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Nem sequer eu te sorria.

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Nem sequer saudaria.

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Nem sequer acenaria.

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Que abraços eu daria?

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Como é que te ajudaria?

Músculos! Músculos!
Se eu não os tivesse,
Gargalhadas não daria!

Em “Músculos! Músculos!”, as crianças realçam o bíceps braquial, esquerdo e direito, fazendo depois os gestos ajustados ao texto.

Jogo de mãos em pares (tá tá tá shiu)
1. mãos no peito em x;
2. costas com costas da mão do par;
3. palmas com as palmas do par.

No teu lugar

António José Ferreira

Imagino o que sentes,
ponho-me no teu lugar
p’ra saber o melhor modo
de te poder ajudar.

Imagino como estás
Mesmo que tu não mo digas
E escolho entre as palavras
As que são tuas amigas.

‘Stavas presa no teu corpo,
libertou-te o teu sorriso.
Com a tua mão na minha
aprendi o que é preciso.

Nomes coletivos

António José Ferreira

Se eu fosse um músico,
queria-te na minha orquestra.

Se eu fosse um cantor,
queria-te no meu coro.

Se eu fosse um sino,
queria-te no meu carrilhão.

Se eu fosse uma tecla,
queria-te no meu teclado.

Se eu fosse um disco,
queria-te na minha discoteca.

Se eu fosse uma corda
Queria-te no meu encordoamento.

Se eu fosse um soldado,
queria-te no meu batalhão.

Se eu fosse pescador,
Queria-te na minha companha.

Se eu fosse um navio,
queria-te na minha armada.

Se eu fosse um avião,
queria-te na minha esquadrilha.

Se eu fosse um ator,
queria-te no meu elenco.

Se eu fosse um poeta,
queria-te na minha plêiade.

Se eu fosse uma ilha,
queria-te no meu arquipélago.

Se eu fosse uma serra,
queria-te na minha cordilheira.

[ Depois de praticar com as crianças, o professor diz o primeiro verso e aponta uma criança que dirá o nome comum coletivo correspondente. A atividade é especialmente indicada para o 3º ano de escolaridade. Depois, podem as crianças que o desejarem levantar o dedo e dizer um dueto. ]

Os valores importantes

António José Ferreira

Os valores importantes
são a ajuda ao amigo,
escutar com atenção
quem está a falar comigo.

Os valores importantes
não são roupa nem dinheiro,
mas cumprir bem as tarefas,
ser honesto e verdadeiro.

Os valores importantes
são respeitar os seus pais
e tratar bem os amigos,
incluindo os animais.

[ Quatro crianças, ou quatro grupos de crianças, dizem cada uma sua quadra, com percussão com dedos da mão direita na palma esquerda, mão direita no peito, mão esquerda no peito, mão direita na perna direita, mão esquerda na perna esquerda, com o ritmo titi tá tá tá. ]

Passo-te a letra

António José Ferreira

Passo-te a letra A
P’ra poderes escrever Ana.
Passo-te a letra E
P’ra poderes escrever Eva.
Passo-te a letra I
P’ra poderes escrever Igor.
Passo-te a letra A
P’ra poderes escrever Olga.
Passo-te a letra A
P’ra poderes escrever Ursula.

[ Sentadas à mesa no seu lugar, as crianças têm um copo que passam de uma mão para a outra, batendo suavemente da mesa (agarra e bate). Para o Dia Mundial da Gentileza, a 13 de novembro, e todos os dias do ano. ]

Rimar não custa

António José Ferreira

Não custa nada
fazer uma rima:
joga com a prima.

Não custa nada
rimar com geleia.
É uma boa ideia.

Não custa nada
rimar com cantiga:
canta se és amiga.

Não custa nada
rimar com cadela:
é brincar com ela.

Não custa nada
rimar com o cão:
é dar-lhe ração.

Não custa nada
rimar com o gato:
é encher-lhe o prato.

Não custa nada
rimar com cavalo:
é saber montá-lo.

Não custa nada
rimar com o burro:
basta ser casmurro.

Não custa nada
rimar com o galo:
basta depená-lo.
Não custa nada
rimar com galinha:
é fazer canjinha.

[ Para o Dia Mundial da Poesia, a 21 de março, e outros dias ao longo do ano ]

São Valentim

São Valentim, São Valentim,
São Valentim, tim tim tim tim.

Neste dia tão bonito
quero dar-te um presente
p’ra saberes quanto gosto
e ficares mais contente.

[ Poema/canção criado com sugestões de texto de melodia da Escola EB1 da Gestosa, Vila Nova de Gaia. ]

Singular

António José Ferreira

Singular é apenas um,
é ser tão especial
como o Dia da Criança,
a Páscoa, o Carnaval.

Singular é ser o amigo,
dizer palavra certa,
o beijo de boa noite,
o rádio que te desperta.

Singular é coisa rara,
singular é ser um só
como o sorriso da mãe
ou o bolo da avó.

Singular é não ter “s”
colado ao nosso artigo,
ser colega de escola,
ser a amiga, ser o amigo.

Um presente é singular,
mais do que um já é plural:
prendas, bolas e brinquedos,
e enfeites de Natal.

Um disfarce é singular,
singular é o Carnaval;
mascarados e caretos,
serpentinas é plural.

Para as crianças apropriarem as noções de singular, e gostarem da poesia e da língua portuguesa
Jogo de mãos em pares (tá tá tá tá)
1. mãos no peito em x;
2. mãos no peito em x;
3. costas com costas da mão do par;
4. palmas com as palmas do par.

Bianca Ferreira, 2022

Bianca Ferreira, 2022

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Abraço de crianças

Comboio da gentileza

António José Ferreira

Vem comigo no comboio
que se chama Alegria.
Quando chegas à escola,
de manhã, dizes “Bom dia!”

Vem comigo no comboio
Que se chama Educação.
Diz palavras delicadas
E evita o calão.

Vem comigo no comboio
onde vai o Professor.
Quando queres uma coisa
deves pedir “Por favor!”

Vem comigo no comboio
do menino educado.
Fará toda a diferença
tu dizeres “Obrigado!”

Vem comigo no comboio
Para o Desenvolvimento.
É melhor seres delicado
Do que seres violento.

Vem comigo no comboio
Da Sustentabilidade.
Equilíbrio no consumo
Dá-te mais felicidade.

[ Indicado para o Dia Mundial da Gentileza. Depois de as crianças declamarem ou cantarem o poema sobre uma melodia tradicional, uma criança faz de locomotiva e move-se pela sala. Toca num colega, que por sua vez tocará outro, até todas as crianças entrarem no comboio. ]

Palavras de cortesia e boas maneiras

Mágicas palavras
que dão alegria,
quando amanhece
digo “Olá! Bom dia!”

Mágicas palavras,
boas de dizer:
digo “por favor”,
se algo quero ter.

Mágicas palavras,
boas de dizer:
digo “com licença”,
se um arroto der.

Mágicas palavras,
boas de dizer:
“olá!”, “boa tarde”
a quem estiver.

Mágicas palavras,
boas de dizer:
“muito obrigado”
para agradecer.

Mágicas palavras
boas de dizer:
“perdão”, ou “desculpe”,
se asneira fizer.

Mágicas palavras,
que deves lembrar:
digo “Boa noite!”
antes de deitar.

São palavras doces
que uso dia a dia.
Fico mais contente
como por magia.

António José Ferreira

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Abraço de crianças

Abraço de crianças

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Crianças do 1º Ciclo em brincadeira de comboio
Ossos do esqueleto humano

Brincadeira cantada para aprender brincando com alguns ossos do esqueleto

É um esqueleto

É um esqueleto –
um esqueleto de brincar.
Como ele gosta
de mexer e de dançar.
Vai um dia ao Baile,
baila, baila com o par.
Deixa lá o fémur:
– Como é que vai andar?

É um esqueleto –
um esqueleto de brincar.
Como ele gosta
de sonhar e de pensar.
Vai um dia à China
de avião com o seu par.
Deixa lá o crânio:
– Como é que vai pensar?

É um esqueleto –
um esqueleto de brincar.
Como ele gosta
de correr e de saltar.
Vai à maratona
com desejo de ganhar.
Deixa lá a rótula:
– Como vai continuar?

É um esqueleto –
um esqueleto de brincar.
Como ele gosta
de comer um bom jantar.
Vai a um restaurante
muito fino à beira-mar.
Deixa lá a mandíbula:
– Como é que vai mastigar?

António José Ferreira

 

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Crianças do 1º Ciclo em brincadeira de comboio

Crianças do 1º Ciclo em brincadeira de comboio

Quando o relógio bate à uma

Esta brincadeira cantada pode ser realizada tanto em casa como na escola, no 1º Ciclo (1º-3º anos) e na educação pré-escolar.

Duas ou três crianças estão em casa na sala, deitados no chão com os olhos fechados, em condições de higiene adequadas. O professor (ou criança competente) é uma espécie de mandador. Aos verbos que diz, às crianças respondem com ações, umas em movimento, outras paradas. O refrão Tumba lacatumba tumba ta acompanhado com percussão permite prolongar as ações. Para tornar a atividade mais interessante é em geral conveniente apagar as luzes. No início e no fim, dizem (ou cantam) a onomatopeia tiquetaque.

Tiquetaque tiquetaque
tiquetaque tiquetaque.

1. Quando o relógio bate à uma,
os esqueletos saem da tumba.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

2. Quando o relógio bate às duas,
os esqueletos andam nas ruas. [ ou assustam ]

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

3. Quando o relógio bate às três,
os esqueletos jogam xadrez. [ou comem no chinês ]

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às quatro,
os esqueletos fazem teatro.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às cinco,
os esqueletos compram um brinco.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às seis,
os esqueletos imitam os reis. [ ou comem pastéis ]

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às sete,
os esqueletos tocam trompete. [ ou põe a babete; ou comem esparguete ]

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às oito,
os esqueletos fazem biscoito.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às nove,
os esqueletos vêem se chove.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às dez,
os esqueletos lavam os pés.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às onze,
os esqueletos correm para o bronze.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate às doze,
os esqueletos comem a dose.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

Quando o relógio bate à uma
os esqueletos voltam à tumba.

Tumba latumba latumbabá.
Tumba latumba latumbabá.

[ Adaptação de António José Ferreira ]

Variante

Tumba lacatumba tumba ta. (2v)

Explore e adquira edições Meloteca AQUI.

Relógio antigo

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Brincadeira cantada da tartaruga, Sandim 2022

Quando venho para a escola

Poema cantável sobre a escola e a sua importância na vida das crianças

Quando estou na minha escola,
gosto muito de aprender,
de ouvir os professores
e o que têm para dizer.

Gosto de estar c’os amigos
que me ajudam a crescer.
Eu respeito. Eles respeitam
– é assim que deve ser.

Falo com os meus amigos
e escrevo em Portugês.
Sei dizer tão bem “Hello!”
que até pareço mesmo inglês.

Gosto de estudar História:
já sei quem foi o Marquês.
E domino bem a bola
co’a cabeça e com os pés.

Eu já sei fazer as contas
de somar e subtrair;
sei como é boa e bonita
a palavra dividir.

Ao fazer o meu desenho
já me estou a divertir.
A aprender Estudo do Meio
quanto posso descobrir.

Gosto de contar estórias
com princesas de encantar.
Leio fábulas e contos
e até sei representar.

Quando me for desta escola
que saudades eu vou ter.
Vou levá-la no meu peito
e continuar a crescer.

António José Ferreira

Conheça e adquira recursos originais a preços simbólicos na Loja Meloteca.

Brincadeira cantada da tartaruga, Sandim 2022

Brincadeira cantada da tartaruga, Sandim 2022

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Rafaela Albuquerque, cantora de ópera, foto João Gomes

A voz e cuidados a ter com ela

Uma formação com Luís Pacheco em 2020 desafiou-me a criar dinâmicas poético-musicais que levem as crianças a usar melhor a voz e a brincarem com rimas e lengalengas originais promotoras de boas práticas e de criatividade musical individualmente e em grupo.

Algumas das conclusões que os profissionais da voz devem ter em conta:
• A voz não é apenas um instrumento, é relação com o outro.
• A postura correta preserva a saúde, previne doenças e problemas e facilita a comunicação em diversos contextos profissionais.
• As componentes fisiológica e psicológica são indissociáveis na utilização e preservação da voz. A qualidade da respiração é essencial ao nosso bem-estar e à atuação em público, cantando a solo ou em grupo.
• Seja na sala de aula, perante um grupo de formandos ou uma Plateia, é fundamental ter em conta o ouvinte e não cultivar uma atitude narcisista sobre a qualidade da própria voz.
• A voz não é o único suporte do pensamento, mas foi ao longo da História um veículo de transmissão de histórias e de História, provérbios e seus saberes, canções passadas oralmente.
• O conhecimento de si mesmo, com capacidades e limites, da voz e timbre, é importante para que a mensagem passe para os ouvintes, e para que os ouvintes mantenham a atenção.

A voz

António José Ferreira

Produzida na laringe
e pelas pregas vocais,
tua voz é preciosa,
se és cantor, ainda mais!

Se tu falas, se tu cantas,
põem-se as pregas a vibrar
com ar vindo dos pulmões
quando estás a expirar.

O som vai ser ampliado
pelas partes ressonantes
e assim se articulam
as vogais e as consoantes.

Não há voz igual à tua,
Tua voz é diferente.
Eu consigo distingui-la
No meio de muita gente.

É importante beber água,
Ter um sono regular,
Fazem mal refrigerantes
e também é mau gritar.

Tua voz é a tua voz,
é uma voz especial.
Cuida dela, trata-a bem,
não há outra voz igual.

Se a voz se alterou
sem teres explicação,
deves ir ao otorrino
e acabar co’a rouquidão.

Quando tu perdeste a voz,
há que ir ao Senhor Doutor!
Se estás rouco há 15 dias,
marca consulta, por favor!

Se te cansas quando falas,
há que ir ao Senhor Doutor!
Se tens dores de garganta,
marca consulta, por favor!

Pigarreias muitas vezes?
há que ir ao Senhor Doutor!
Custa-te a engolir?
Marca consulta, por favor!

Acompanhamento rítmico [ tá tá tá tá ]:

À mesa, mão esquerda na mesa; punho direito na mesa (com o polegar para cima); mão esquerda na mesa; mão deireira nas costas da esquerda.

Alimentação

António José Ferreira

Atenção ao que ingeres,
vê o que provoca azia.
Vais poder cantar melhor
e viver com alegria!

Bebidas

António José Ferreira

Tem cuidado co’as bebidas,
não as tomes muito quentes.
Fazem mal à tua voz,
prejudicam os teus dentes!

Bebe água e bom sumo
e prefere o natural,
que as bebidas muito frias
diz quem sabe: fazem mal!

Cuidado com a voz

António José Ferreira

O tabaco e o álcool
podem ser um grande vício!
Bebe água natural,
dorme bem, faz exercício.

Digo assim um trava-línguas

António José Ferreira

Digo assim um trava-línguas
com o lápis entre os dentes
e as palavras que eu digo
te parecem diferentes.

A criança coloca entre os dentes um lápis desinfetado e diz o trava-línguas, em andamento progressivamente mais rápido.

Língua

António José Ferreira

Põe a língua para trás:
mostra lá do que és capaz!
Põe a língua para a frente
a imitar uma serpente!

Dinâmica musical de desafio em que uma criança nomeia outra para dizer a quadra e fazer as ações.

Ponha a mão no seu umbigo

António José Ferreira

Ponha a mão seu no umbigo
e inspire calmamente.
Ponha o ar cá para fora,
depois diga-me o que sente.

As crianças declamam e cumprem as indicações da quadra.

Postura correta

António José Ferreira

Dá atenção à postura,
fala de forma pausada
e verão pelos teus modos
que és pessoa educada!

Se levantas muito o queixo
com as cordas em tensão,
fazes muito mais esforço:
não é vantajoso, não!

Acompanhamento rítmico [ tá tá tá tá ]:
À mesa, mão esquerda na mesa; mão direita na mesa; mão esquerda na mesa; estalinho com médio e polegar da direita.

Roupas

António José Ferreira

Na cintura ou no pescoço,
roupas apertadas, não!,
pois limitam movimentos
próprios da respiração.

Vai ao médico

António José Ferreira

Se a voz se alterou
sem teres explicação,
deves ir ao otorrino
e acabar co’a rouquidão.

Quando tu perdeste a voz,
há que ir ao Senhor Doutor!
Se estás rouco há 15 dias,
marca consulta, por favor!

Se te cansas quando falas,
há que ir ao Senhor Doutor!
Se tens dores de garganta,
marca consulta, por favor!

Pigarreias muitas vezes?
há que ir ao Senhor Doutor!
Custa-te a engolir?
Marca consulta, por favor!

Voz, o instrumento

António José Ferreira

Tenho um novo instrumento
que te quero demonstrar.
Sai o ar p’la minha boca,
põe os lábios a vibrar.

Rafaela Albuquerque, cantora de ópera, foto João Gomes

Rafaela Albuquerque, cantora de ópera, foto João Gomes

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Reque, ou reco-reco, idiofone de raspagem

Na família Percussão

Poema/canção sobre os instrumentos musicais de percussão

Na família Percussão
há instrumentos a tocar.
Uns só tocam agitados,
outros são para raspar.

Raspa, raspa o reco-reco,
Raspa o reque, o raspador.
Bate, bate co’a baqueta,
timba, tumba, no tambor.

Na família Percussão
há instrumentos a tocar.
Há os que batem e entrechocam,
outros são para chocalhar.

Na família Percussão
maracas a abanar
e um triângulo de ferro
que gosta de tilintar.

Na família Percussão
há pratos a entrechocar.
Quando martelar o gongo,
toda a gente vai notar.

Na família Percussão
Estão clavas a tocar
e um lindo pau-de-chuva
o Inverno quer imitar.

António José Ferreira

Saiba mais e adquira recursos originais na Loja Meloteca.

Reque, ou reco-reco, idiofone de raspagem

Reque, ou reco-reco, idiofone de raspagem

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Rei D. Pedro IV de Portugal

O rei manda

Rimas de mandar ações (cantadas ou recitadas) com os nomes dos reis de Portugal

Dinastia Afonsina:

Manda D. Afonso Henriques
que nos mostres os teus tiques.

Manda-te o rei D. Sancho
que tu vás dançar no rancho.

Manda-te o rei D. Afonso
que lhe cantes um responso.

Manda D. Sancho II
que escaves muito fundo.

Manda Afonso III
que tu toques o pandeiro.

Manda-te o rei D. Dinis
que assoes o nariz.

Manda D. Afonso IV
que imites o lagarto.

Manda-te o rei D. Pedro
que tu vás plantar um cedro.

Manda-te o rei D. Fernando
que caminhes coxeando.

Dinastia de Avis:

Manda-te o rei D. João
que comeces um refrão.

Manda o rei D. Duarte
que tu grelhes o espadarte.

Manda D. Afonso V
que apertes bem o cinto.

Manda D. João II
que durmas sono profundo.

Manda o rei D. Manuel
que tu comas um pastel.

Manda o rei D. João III
que hoje sejas pasteleiro.

Manda D. Sebastião
que dês banho ao teu cão.

Manda-te o rei D. Henrique
que tu cantes ao despique.

Manda-te o rei D. António
que tu toques o harmónio.

Dinastia Filipina:

Manda o rei D. Filipe
que conduzas o teu jipe.

Manda Filipe II
Que tu fiques furibundo.

Manda Filipe III
Que contes bem o dinheiro.

Dinastia de Bragança:

Manda o rei D. João IV
que arrumes sempre o quarto.

Manda D. Afonso VI
que tu leias bem o texto.

Manda D. Pedro II
Que faças de vagabundo.

Manda D. João V
que vás dar comida ao pinto.

Manda o rei D. José
que me sirvas um café.

Manda a D. Maria
que tu toques bateria.

Manda o rei D. João VI
que tu leias alto o texto.

Manda o rei D. Pedro IV
que vás arrumar o quarto.

Manda D. Miguel
que tu comas o farnel.

Manda Maria II
que batas co’a mão na bunda.

Manda o rei D. Pedro V
Que saias do labirinto.

Manda o rei D. Luís
que dês milho à perdiz.

Manda D. Carlos I
que plantes um pessegueiro.

Manda Manuel II:
Lava-te que estás imundo!

Rei D. Pedro IV de Portugal

Rei D. Pedro IV de Portugal

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Lagoa poluída na Patagónia, Argentina

História da poluição

Poema/canção sobre a poluição criado para projeto numa escola do 1º Ciclo de Vila Nova de Gaia, apresentado ao público no Auditório do Olival com a EB1 dos Carvalhos.

Foi há muito, muito tempo,
‘stava a história a começar.
Tinham homem e mulher
todo o dia p’ra caçar.

Ninguém tinha a sua horta
nem plantava o pomar.
O céu era mesmo azul
e o ar bom p’ra respirar.

Foi há muito, muito tempo,
ninguém sabia escrever;
nem sequer era preciso
as florestas abater.

O homem não sabia ainda
fazer fogo p’ra aquecer;
um raio caiu num ramo
que logo ficou a arder.

O homem não descansou
até fogueiras acender.
O fogo chegou à carne
e ai que bom era o comer!

O homem fazia o fogo
mas não o sabia conter.
Com incêndios na floresta, 
fauna e flora a morrer.

Por vezes faltava caça,
havia que produzir.
E a floresta onde caçara
passou a diminuir.

Abatia-se uma árvore,
outra árvore a seguir.
Pouco a pouco, a humanidade
começou a poluir.

O homem do vale fez
muros p’ra se defender
e com pedras criou armas
p’ra os animais abater.

Com o frio que chegara
precisou de se aquecer
e usava peles quentes
para o corpo proteger. 

Começou a polir pedra,
fez anzóis para pescar.
Dos ossos criou agulhas
para a roupa costurar.

Já fazia esculturas
e gostava de pintar.
Tinha arte, inteligência
e gostava de tocar.

Com os troncos que rolavam
mudou coisas do lugar,
coisas grandes e pesadas
conseguia transportar.

Da roda passou ao carro
com animais a puxar;
e descobriu o petróleo
que tudo veio mudar.

Com o séc’lo XIX,
tudo estava a progredir,
e o homem já pensava
tudo poder conseguir.

Os comboios circulando,
tanto fumo a subir,
e as chaminés das fábricas
era sempre a poluir.

As cidades e as vilas
‘stavam sempre a aumentar.
Os esgotos e o lixo
iam p’ra qualquer lugar.

Monumentos escurecem
c’o a poluição do ar.
Quero um planeta limpo
e feliz para habitar.

Hoje tantos são os carros
e gazes que há no ar
que desejo andar a pé
e ter ar p’ra respirar.

É tão bom voltar ao campo,
ouvir pássaros cantar;
o meu sonho é um céu azul
e o meu lema, reciclar.

Se quer’s ter muita saúde
p’ra correr e p’ra jogar,
faz que muita coisa mude,
vamos reutilizar.

Numa lata, bom tambor
escondido pode estar.
Só tens de estar bem atento
e de experimentar.

António José Ferreira

Saiba mais e adquira recursos originais na Loja Meloteca.

Lagoa poluída na Patagónia, Argentina

Lagoa poluída na Patagónia, Argentina

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