Recursos e textos de apoio à Expressão Musical no 1º Ciclo do Ensino Básico

Canções de brincar

A Meloteca (com a Loja Meloteca, Lenga e Reciclanda) tem vindo a criar brincadeiras para o desenvolvimento global da criança, pensadas desde o início para o Pré-Escolar e 1º Ciclo, em especial no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular. Com a Reciclanda, a Educação para a Cidadania e a urgência de uma dos recreios impulsionou a criação de dinâmicas sustentáveis que facilitam a socialização e contribuem para o sucesso escolar.

Características dos recursos Meloteca

Ao longo de duas décadas António José Ferreira tem criado conteúdos musicais para crianças, conteúdos que deram origem a aulas, formações e recursos da Loja Meloteca e a artigos da plataforma Lenga.

Algumas características e intencionalidades se destacam:

  • Tradinovação (diálogo entre a tradição e a novidade)
  • Ludicidade (caráter de jogo inerente ao próprio conceito de música)
  • Inclusividade (atenção às crianças com dificuldades ou necessidades especiais)
  • Curricularidade (articulação entre música e conteúdos do currículo)
  • Criatividade (abertura criação e à atividade)
  • Cidadania (utilização da música para assimilar valores sociais)
  • Sustentabilidade (reutilização sustentável de instrumentos e brinquedos)

OBJETOS

Canções de copos:

Exemplo:

“Copo copo jericopo,
Jericopo copo cá.
Bebe sumo de morango,
Pera e maracujá.“

As crianças estão à volta de uma mesa, ou sentadas no chão se o espaço o permitir, cada uma com um copo de plástico reutilizado à sua frente, tampa de amaciador da roupa, por exemplo. Cada criança agarra mecanicamente o seu copo e passa-o ao colega (com a mão direita ao colega da direita; ou com a mão esquerda ao colega da esquerda).

Canções de cadeiras:

Exemplo:

“Gri gri gri, estou cansado de cantar aqui.
Gri, gri, gri, vou agora cantar ali.”

O professor ou um voluntário cantam em andamentos diversos enquanto as crianças se movem pela sala, depois de as cadeiras estarem em posição que facilite o sentar. Quando percute em tambor tiri tiri tá, ou tríola tá, as crianças sentam-se numa cadeira disponível, não podendo sentar-se duas vezes na mesma cadeira.

Canções de corda:

Exemplo:

“A vaca leiteira
Disse ao leiteiro:
– Paga-me a renda
Do mês de janeiro.

Janeiro, 1; fevereiro, 2; março, 3…

Recitada ou cantada, a lengalenga acompanha o salto à corda. Na falta de mais cordas, uma criança pode saltar individualmente enquanto os outros aguardam a sua vez cantando ou recitando; com uma corda presa a um ferro e um adulto a lançar a corda; ou com duas crianças a lançar a corda e uma ou mais crianças a saltar. Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, a atividade desenvolve a memória, o conhecimento do Estudo do Meio e da Matemática. Estas brincadeiras cantadas e saltadas contribuem ainda “para que os alunos desenvolvam competências relativas à performance/execução musical, ou seja, cantar, tocar, movimentar, bem como as relativas a formas de comunicar/partilhar publicamente as performances e/ou criações.” (Direção Geral da Educação, Aprendizagens Essenciais, Música, 1º Ciclo). A música contribui para o desenvolvimento psicomotor.

Canções de bola:

Exemplo:

“Roda a bola, roda, rola,
No recreio da escola.”

As crianças estão num círculo, sentadas no chão. Enquanto cantam com uma melodia simples de duas notas, ou declamam, a bola (tipo futebol), vai rolando no sentido dos ponteiros do relógio, ou em sentido contrário. Cada criança só pode tocar com a mão na bola uma vez. Pode ser feito em casa com uma criança e um familiar, sentados nas pontas da mesa. Neste caso, cada jogador terá de mandar a bola a rolar no sentido da ponta. Se a bola fora para o lado, o jogador entrega um ponto ao adversário. Se o jogador não conseguir agarrar a bola mandado pelo adversário, perde um ponto. Podem jogar até 5, ou 10.

Canções de mãos:

Exemplo:

“Puni puni, palmi, palmi, puni puni costi, costi.
Puni palmi puni costi. Puni palmi costi.”

Com termos portugueses alatinados, foi recriada uma brincadeira de mãos em pares que se pode cantar com pequena melodia, ou em reto tono, ou a duas vozes em reto tono. Com punho de lados de lado com punhos do colega, palmas com palmas e costas das mãos com as costas das mãos.

AÇÕES

Canções de imitação:

Exemplo:

“Quem quiser dançar melhor
Vai a casa da Bianca.
Ela pula, ela roda,
Ela mexe bem a anca.”

Com base numa dança brasileira, foram criadas diferentes quadras com nomes de crianças da turma. À frente da turma, um voluntário dança de forma criativa e os colegas imitam.

Canções de representação:

Exemplo:

“O pai manda sair da cama.
Fai quello che dice papà.
A mãe manda lavar a cara.
Fai quello che dice mamma.”

O adulto diz ou canta as frases, uma em Português, outra depois em Italiano, e o grupo faz os gestos de rotina diária correspondentes. Este texto/canção ajuda a desenvolver o jogo simbólico e explorar/educar em rotinas diárias.

Canções de saudação:

Exemplo:

“Olá, boa tarde,
olá, meu amigo.
Vamos lá cantar,
depois vou jogar contigo.”

As crianças cantam enquanto passam a palma (a direita bate na esquerda do colega da direita, ou vice-versa). O que recebe a palma no momento em que termina a canção, dirá outra ação (“depois vou brincar contigo”, por exemplo, apontando um colega). A dinâmica promove boas práticas de gentileza, exprime afetos e permite ao adulto conhecer as relações interpessoais no grupo.

Canções de salto:

Exemplo:

“A cabrinha saltou
Para cima do rochedo.
A cabrinha saltou
E até perdeu o medo.
A cabrinha saltou
Não tremeram os seus pés.
Cabrinha, que brava que tu és.”

Este é exemplo perfeito da importância da observação na criação musical e pedagógica, de uma cabrinha que vi efetivamente em cima do telhado de uma casa em ruinas. Há uma versão que fala de telhado, esta de rochedo. As crianças estão dispersas num espaço amplo mas próximas do professor. A atividade pode fazer-se na própria sala de aula, com menos sucesso e mais cuidados. Quando o professor canta ou recita e percute em tambor, as crianças dão um salto, o mais longe possível, mas sem cair. Se o professor disser “cabrinha”, saltam as meninas; se dizer “cabrito”, saltam os rapazes; se dizer o nome comum coletivo “cabrada”, saltam todas as crianças. O professor pode percutir de várias formas que determinarão os saltos das crianças: na última sílaba tónica de cada verso; ou na sílaba tónica dos nomes comuns; ou nas formas verbais no pretérito perfeito. Desta forma, as crianças estão a assimilar noções de nome comum, masculino e feminino, e nome comum coletivo.

Canção de comboio:

Exemplo:

“Vem comigo no comboio
que se chama Alegria.
Quando chegas à escola,
de manhã, dizes “Bom dia!”.

A quadra, que é uma forma poética popular embora tenha sido utilizada por grandes poetas, recorre à redondilha maior, rima ABCB, apelo ao movimento e à cidadania. Nesse comboio da cidadania, entram outras palavras essenciais de cortesia (obrigado, por favor, desculpa, com licença). Além disso, a ideia de comboio permite uma atividade interessante em que uma criança fará de locomotiva e as crianças entram para o comboio, em determinadas estações.

Canções de caçada:

Exemplo:

“Se nasceste na savana
Tu precisas de saber
Como deves atacar,
Como podes defender.

1. Foge zebra, foge impala,
Corre e salta sem parar.
Vai a perseguir-te um tigre
Pronto p’ra te devorar.”

Estas quadras permitem jogos com caçadinhas que ajudam a assimilar noções de presa/predador, o conhecimento dos animais selvagens, promover o respeito pela natureza, e desenvolver a psicomotricidade.

Canções de passe:

Exemplo:

“- Fui ao saco das amêndoas
Que a minha avó me deu.
Eu tirei uma dezena,
minha mãe apareceu!
Tirei uma, tirei duas… tirei dez.
– Que gulosa (o) que tu és, filha(o)!!!

Em roda, as crianças dizem passando uma saqueta. Quando esta para, na mão de uma criança, as outras dizem: “- Que guloso que tu és! (ou “Que gulosa”, conforme o caso!)”

Canções de palpite:

Exemplo:

“A aveleira deu um fruto
Que eu apanhei do chão.
‘Stá na esquerda ou na direita?
Adivinha qual a mão!”

Um jogador tem uma avelã. Colocando as mãos atrás das costas, passa de uma para a outra. O parceiro tenta acertar na mão apontado ou dizendo: “a tua direita”, ou “a tua esquerda”. Esta dinâmica é especialmente indicada para o mês de dezembro, mas pode ser realizada em qualquer mês. É propícia para experienciar frutos secos e assimilar a noção de direita/esquerda.

Canções de bomba:

Exemplo:

“Bomba, olha a bomba,
Olha a bomba, bomba, bomba.
Tem cuidado, tem cuidado,
Tem cuidado, dado, dado.
Ela explode, ela explode,
Ela explode, plode, plode! Arrebenta, arrebenta,
Arrebenta, benta, benta.”

As crianças estão dispersas por um espaço amplo. Uma delas tem a bomba (pode ser o Bomb dos Angry Birds, ou uma bola adequada). Todos se podem mexer, exceto o que tem a bomba. Se a bomba tocar numa criança, passa ela a ter a bomba. Se não acertar, continua. Não vale acertar na cara.

Canções de atleta:

Exemplo:

“Salto eu, saltas tu
Para vermos quem mais salta.
Não sou eu,
Não és tu.
Quem mais salta é o canguru.”

As crianças estão lado a lado, numa linha de partida. Quando percute, os jogadores saltam o mais longe possível em direção à linha de chegada. Quando saltam, ficam com os pés “colados” ao chão. Quem mexer os pés, fica fora da jogada. Ganha quem primeiro alcançar a meta. Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências na área do Português. Além de promover o exercício físico e a coordenação motora, esta atividade desenvolve competências nas áreas do Português e do Estudo do Meio.

Canções de centro:

Exemplo:

“Olha aquele cachorrinho
Tão bonito e brincalhão.
Vamos ver quem ele quer
Que o leve p’ra adoção.

Cachorrinho!”

As crianças estão numa roda. O professor escolhe um entre voluntários com dedo levantado. O escolhido irá para o meio, e será um cachorrinho a fazer cenas de cão juvenil. Quando as crianças chamam: “Cachorrinho”, ela olha todas as crianças e aponta uma. Essa criança deve dizer uma pequena frase sobre cachorrinhos. Se a frase lhe agradar, encontrou nova casa. O jogo prossegue com menos duas crianças em jogo, com novo animal de estimação, que pode ser previamente destinado pela direita.

Canções de embarque:

Exemplo:

– Quero ir à outra banda
Visitar a minha amiga.
– A viagem é barata:
Só lhe custa uma cantiga!

– Quero ir à outra margem
Visitar a namorada.
– A viagem é barata:
Só lhe custa uma piada.

Há uma criança que faz de bilheteiro. As outras crianças estão na fila para comprar bilhete. O passageiro diz os dois primeiros versos de uma quadra à sua escolha e o bilheteiro deixa passar ou não conforme disser bem ou mal.

Canções de barqueiro:

As crianças dispõem-se em coluna de cinco a doze elementos, apoiando os braços nos ombros da criança da frente. A primeira criança da coluna é a mãe. Fora da coluna, duas crianças, que fazem de barqueiros, colocam-se uma em frente da outra, com os braços levantados, e as mãos dadas, formando uma ponte ou arco. Atribuem a cada uma um nome, combinado entre si sem os outros escutarem: um nome de fruta (banana ou laranja), flor (rosa ou jacinto), cor (vermelho ou azul), instrumento (violino ou guitarra). As outras crianças passam em coluna, por baixo da ponte dos barqueiros, enquanto cantam:

“Bom barqueiro, bom barqueiro,
deixai-me passar,
tenho filhos pequeninos,
não os posso criar”.

Os dois barqueiros respondem, cantando:

“Passarás, passarás,
mas algum ficará,
se não for o da frente,
há-de ser o de trás”.

Em “trás”, os braços baixam e prendem a criança que está aí nesse momento, por cima dos ombros em “trás”. Os barqueiros perguntam à criança presa, em voz baixa, qual dos nomes (anteriormente combinados por eles) e ela escolhe, não mencionando, qual o barqueiro correspondente a cada nome. Consoante a escolha, a criança vai para trás do barqueiro, correspondente ao nome que ele escolheu. O jogo continua, até que todas as crianças da coluna se coloquem atrás dos barqueiros, formando dois grupos. Ganha o barqueiro que tiver mais passageiros.

TEMAS

Canções de pássaros:

Exemplo:

“Tem coragem, passarinho,
Salta agora do teu ninho.
Tem cuidado c’o gatinho,
Como faz o teu paizinho.”

As crianças aprendem a cantar ou recitar o texto. Depois o professor executa e percute na última sílaba tónica de cada verso e as crianças saltam como o pássaro juvenil que aprende a voar. As crianças estão no recreio, aleatoriamente, a uma distância umas das outras que lhes permita saltar sem pisar colegas. Podem estar na sala de aula e passar um passarinho de peluche (ou Angry Bird) a um colega que esteja pronto para receber. Quem passar mal ou deixar cair fica fora de jogo.

Canções de ciência:

Exemplo:

“É um esqueleto
um esqueleto de brincar.
Como ele gosta
de mexer e de dançar.
Vai um dia ao Baile,
baila, baila com o par.
Deixa lá o fémur:
– Como é que vai andar?”

Depois de aprenderem alguns ossos principais do esqueleto, as crianças movem-se de acordo com o texto.

Canções de profissão:

Exemplo:

“Olá, bom dia,
Ó Senhor Doutor.
Veja o meu ouvido
Que tenho uma dor.”

As crianças estão sentadas aos pares, sendo uma o médico, outra o paciente. Quando o professor canta, com um ou mais voluntários, as crianças estão atentas. Quando o professor improvisa em percussão – durante 8 compassos – , doente e médico falam baixo, como se estivessem num consultório médico. (Testa . Olhos . Ouvidos . Nariz . Garganta . Dentes . Peito . Costas . Barriga . Perna . Pé).

ESTRATÉGIAS

Canções de ritmo com bola:

Exemplo:

“Bate forte, bate a bola
no recreio da escola.
Bate forte contra o chão
Para seres campeão.”

Roda de percussão:

Exemplo:

“Coscia, mano; coscia, mano; coscia, coscia mano.
Coxa, palma; coxa, palma; coxa, coxa, palma.
Apri, chiudi; apri, chiudi; apri, apri chiudi.
Abre, fecha; abre, fecha; abre, abre, fecha.
(Abre: palmas com palmas dos colegas) (Fecha: palmas).”

Esta canção com partes do corpo em Italiano promove a percussão corporal, individualmente e em grupo.

Sílabas percussivas:

Exemplo:

01. Tacho (tá sh)
02. Tic tac (tá tá)
03. Toca tu! (titi tá)
04. Toca toca toca tu! (titi titi titi tá)
05. Tiqui taca (tá tá tá tá)
06. Rápido toco! (tríola titi )
07. Rápido vou! (tríola tá)
08. Toca, Sofia! (tá titi tá tá )
09. Rápido, Cândida! Rápido Rui! (tríola, tríola tríola tá)
10. Tu cá! Tu lá! (ti tá tá tái)

Indicações percussivas: “Tu cá! Tu lá!” são palavras que permitem fazer jogos rítmicos com percussão corporal ou instrumentos, ou dar saltos, ou fazer movimento livre na sala, em andamentos e intensidades diferentes. Estas pequenas frases percussivas permitem assimilar conteúdos do currículo como a rima, os monossílabos, os pronomes pessoais, o singular e o plural, mantendo o caráter de brincadeira.

António José Ferreira

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Brincadeira Cantada

A INTELIGÊNCIA MUSICAL

Excerto de O Ensino da Música no Ensino Básico, por Mariana Sofia da Silva Adrego, Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico, ESEC, Coimbra, 2016

«De todos os talentos com que os indivíduos podem ser dotados, nenhum surge mais cedo do que o talento musical» (Gardner).

Gardner, no seu livro “Estruturas da Mente” para apresentar a inteligência musical, começa por dar um exemplo hipotético de 3 crianças que, em idade pré-escolar, apresentam performances musicais extraordinárias. Apesar desta suposição, o psicólogo considera estes desempenhos como um fenómeno genuíno devido a «um regime de instrução soberbamente delineado» (Gardner). No entanto, o talento que estas podem deter não será suficiente para determinar o seu sucesso.

Gardner indica que a inteligência musical «permite às pessoas criar, comunicar e compreender significados compostos por sons.» Ao contrário da inteligência linguística, que se desenvolve nas diferentes culturas sem instrução formal, a inteligência musical requer uma exposição mais intensiva. Para os povos do ocidente atingirem elevado nível de habilidade são necessários anos de prática.

Os autores indicam ainda que esta capacidade é autónoma relativamente a outras capacidades podendo-se revelar num alto nível em pessoas cujas outras capacidades são médias ou mesmo deficientes.

Esta inteligência destaca-se em compositores, maestros, instrumentistas, peritos em acústica e engenheiros áudio.

Como principais elementos constituintes da música, Gardner considera o tom, o ritmo e, por último, o timbre. Para a identificação destes elementos, assim como para a participação musical é crucial o sentido da audição. No entanto, relativamente à organização rítmica, esta «pode existir independentemente de qualquer realização auditiva» (id.). Assim, pode-se dizer que determinados aspetos da experiência musical são acessíveis a indivíduos que não podem usufruir do sentido auditivo. O psicólogo indica ainda que especialistas, além dos constituintes da música já mencionados, colocaram também perto do centro os aspetos afetivos podendo residir aqui «o enigma central em relação à música» (Gardner).

Apesar da ciência positivista descrever a música em termos físicos e objetivos, certo é que ela consegue produzir efeitos emocionais em quem a ouve. O psicólogo cita Rogers Session, Arnold Shoenberg ou Stravinsky como compositores que reconhecem esse efeito que a música pode provocar nas pessoas.

«A música não pode expressar medo, que é certamente uma emoção autêntica. Mas seu movimento, seus sons, acentos e padrões rítmicos podem ser inquietantes, agudamente agitados, violentos e até mesmo repletos de suspense… Ela não pode expressar desespero, mas pode movimentar-se lentamente numa direção predominantemente descendente; sua textura pode tornar-se pesada e, conforme é nosso hábito dizer, “escura” – ou ela pode desaparecer totalmente» (Sessions cit in Gardner).

Gardner alude ainda a estudos do psicólogo Paul Vitz que demonstraram que sons agudos evocam um afeto mais positivo tanto em ouvintes como em intérpretes.

Relativamente ao desenvolvimento da competência musical, o autor recorre a Mechthild e Hanus Papousek, indicando que estes notaram que bebés entre os dois e os quatro meses prestam mais atenção a aspetos musicais como a altura, volume e contorno melódico das canções, do que propriamente às propriedades centrais da fala. Por volta dos dois anos, os bebés começam a compor músicas espontâneas e, posteriormente, reproduzem pequenos trechos de canções ouvidas no seu ambiente familiar.

No entanto, pelo 3º ou 4º ano, as melodias do ambiente dominante prevalecem em detrimento das músicas espontâneas e brincadeiras de sons exploratórios. Por volta da idade escolar, a criança (na cultura ocidental) já possui um esquema de como uma canção deveria ser, reproduzindo-a com alguma precisão. A partir dessa idade o desenvolvimento musical não é relevante (a não ser em casos de crianças com talento musical incomum ou com oportunidades excecionais).

Caberia à escola desempenhar um papel importante no desenvolvimento das habilidades musicais, no entanto os saberes da língua e da matemática sobrepõem-se sendo, na nossa cultura aceitável o «analfabetismo musical» (Gardner).

(…)

Crianças tocando

Crianças tocando

CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Excerto de A Música como Veículo Promotor de Ensino e Aprendizagens, por Paula Cristina Viveiros da Silva. Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Universidade dos Açores, Ponta Delgada 2012.

“A palavra currículo é de origem latina e significa o caminho da vida, o sentido, o percurso de uma pessoa ou grupo de pessoas.”

Poder-se-á dizer que é um projeto, algo que não está pronto e acabado, mas sim trata-se de algo que está a ser construído permanentemente, no dia a dia das nossas escolas, mais precisamente com a participação ativa de toda a comunidade escolar, nomeadamente os educadores, professores e restantes membros da comunidade escolar em que a escola se integra.

O currículo deverá ser encarado como um instrumento que favorece os princípios e orientações dos educadores/professores numa ação prática efetiva em prol do desenvolvimento dos seus alunos, ou seja, este instrumento, deverá ser um guia, uma ferramenta útil que permite orientar a prática pedagógica.

Para tal, importa salientar que o currículo deverá ser abrangente, deverá ser flexível, adequar-se aos diferentes conteúdos e métodos de aplicar o conhecimento aos alunos, para que assim permita um melhor desenvolvimento dos mesmos relativamente ao seu próprio processo de avaliação.

Neste sentido, as Orientações Curriculares/Programas, incluem as áreas de Expressão Artística, nomeadamente a Área de Expressão Musical, dada a importância que as mesmas têm no desenvolvimento global da criança. As áreas de Expressão Artística, tal como afirma Reboredo devem fazer parte de “qualquer área de transmissão do conhecimento, para além de ser [em] um instrumento harmonioso para a aquisição das aprendizagens, [são] também uma ferramenta que proporciona o incentivo dos alunos na realização de determinadas actividades que à partida para estes poderão lhes ser difíceis de concretizar”.

Ainda no respeitante ao conceito de currículo, Roldão considera que repensar a escola implica que os profissionais de educação deverão examinar, analisar, avaliar e constantemente ajustar “o modo como organizam o seu ensino ao efectivo sucesso da aprendizagem de cada um dos seus diferentes alunos”.

Para que tal percurso se faça concretizar nas nossas escolas, há que ter em conta as condições para que o currículo se cumpra, nomeadamente, os recursos de que o professor dispõe para lecionar as suas aulas, as especificidades dos alunos (se estes têm todas as condições para que aprendam e desfrutem das suas aprendizagens), o contexto do ambiente escolar, as caraterísticas dos materiais didáticos disponíveis e ainda a participação da comunidade na realização das atividades escolares.

No respeitante à gestão de recursos das escolas, Afonso refere que

“A autonomia da organização da escola é constitutiva da própria realidade organizacional, resulta da capacidade de gerir as relações com o exterior, e de produzir internamente uma identidade própria.”

Assim sendo, o currículo não deverá ser visto como algo que substitua o professor, mas sim como um meio ao seu serviço e da comunidade escolar. Cabe ao educador/professor nortear o processo de ensino-aprendizagem, modificar se possível, o próprio currículo de acordo com as aptidões, interesses e caraterísticas culturais da turma de alunos que leciona, bem como as características dos recursos existentes na escola.

Para Dinis

“A gestão curricular integrada na escola visa a melhoria da qualidade educativa pela abordagem ecológica e contextual dos problemas concretos de cada comunidade educativa.”

No entanto, o papel do currículo leva-nos a refletir, sobre o seu papel no desenvolvimento integral dos alunos, isto é, se este percurso é coerente, significativo e devidamente amplo contemplando as necessidades de cada aluno de modo a que este se sinta capaz de prosseguir no seu percurso escolar, fazendo face às suas exigências.

Por exemplo, como hoje em dia dá-se mais importância a determinadas áreas de saber, nomeadamente à Matemática, ao Português e ao Estudo do Meio, áreas mais privilegiadas pelos professores e até mesmo os encarregados de educação, no que se refere às áreas das «Artes», na Educação Básica as Expressões Artísticas, estas vão sendo tratadas como domínios de conhecimento secundários na educação dos seus educandos.

Ora, se um aluno que possuí uma determinada apetência para as artes, nomeadamente para a pintura, a música, o teatro, o cinema, entre outros, deverá este aluno enveredar para outros caminhos que não sejam aqueles que mais ambiciona, apenas porque os pais ou os professores consideram esta sua área preferida, menos importante?

Esta questão leva-nos a refletir sobre a importância destas áreas, atualmente tão pouco implementadas pelos educadores/professores, serem reforçadas na educação básica. Daí a possibilidade de se pensar na interdisciplinaridade nas nossas escolas, como um modo de viabilizar as interações e inter-relações entre as diferentes disciplinas existentes, permitindo assim que cada aluno construa o seu conhecimento em respeito ao que é comum e ao que é individual.

A interdisciplinaridade deverá ser encarada como um processo de troca de reciprocidade entre as diferentes disciplinas ou áreas de conhecimento.

“Por interdisciplinaridade, deverá então entender-se qualquer forma de combinação entre duas ou mais disciplinas com vista à compreensão de um objecto a partir da confluência de pontos de vista diferentes e tendo como objectivo final a elaboração de uma síntese relativamente ao objecto comum. A interdisciplinaridade implica, portanto, alguma reorganização do processo de ensino/aprendizagem e supõe um trabalho continuado de cooperação dos professores envolvidos.” (Pombo).

Os mesmos autores ainda reforçam a ideia ao afirmar que

“(…) a interdisciplinaridade implica um esforço de exploração de contributos e resultados das diversas disciplinas, de confronto e cruzamento das suas metodologias, de transposição conceptual, de procura de linguagens comuns, numa palavra, de convergência e complementaridade dos discursos. Ela está fundada na crença de que é possível alcançar uma síntese relativamente ao objecto comum e que essa síntese exprime melhor a verdade desse objecto do que cada uma das perspectivas parciais que, sobre ele, cada disciplina oferece.” (Ibid.)

Além disso, esta deve ser entendida como um modo de organizar os conteúdos das diferentes áreas de conteúdo e domínios com o intuito de os integrar num processo flexível de aprendizagem que vá de encontro aos objetivos educativos e que tenha sentido para a criança.

Pois, e no caso mais específico da música, esta arte deve ser encarada como uma construção social e humana que interage de modos diversos não só com a construção das identidades, individuais e coletivas, como também com diferentes áreas do saber e do conhecimento artístico, humanístico, científico e tecnológico.

O desenvolvimento do trabalho artístico-educativo pode ser, por um lado, um meio aglutinador de diferentes saberes e conhecimentos e, por outro, servir para despoletar a curiosidade e o conhecimento acerca dos modos como nos outros saberes se utilizam, manipulam e inventam ideias e conceitos.

“Acredita-se que a educação estética e artística, processando-se num continuum ao longo da vida, tenha implicações no apuramento da sensibilidade e do sentido crítico, podendo constituir uma condição necessária para um nível cultural mais elevado das populações, prevenindo novas formas de iliteracia, facilitando a integração dos indivíduos na nossa Sociedade.” (Funch)

Ao escutar e cantar a criança está a desenvolver capacidades ao nível da linguagem. Ao dançar e tocar é explorada e desenvolvida a sua motricidade. A construção de instrumentos e de adereços de suporte à música ou à dança relaciona-a com a expressão plástica, bem como a outras áreas de expressão artística. Assim, a música tem a capacidade de aglutinar em seu torno as variadas áreas do conhecimento e do saber.

De acordo com os diversos autores, Lino & Niza

“A articulação curricular deve promover a cooperação entre docentes da escola, procurando adequar o currículo aos interesses e necessidades específicas de cada aluno (…)”.

cabe ao educador/professor, articular a teoria com a prática, numa maneira interdisciplinar sem perder de vista os objetivos fundamentais elencados para a sua disciplina, pois ao projetarmos esse olhar interdisciplinar, chegaremos à transdisciplinaridade.

Nesta perspetiva,

“o perfil do professor actual é o de um profissional apetrechado com os instrumentos teóricos, técnicos e práticos que lhe permitem desempenhar uma prática reflexiva, capaz de dar resposta à diversidade de exigências com que é confrontada a escola de hoje e do futuro”. (Alonso)

Esta perspetiva permite-nos a compreensão do conhecimento, a busca da inclusão dos nossos alunos e também dos conceitos de aprendizagem, bem como a procura de parcerias em que se torna possível compartilhar, cooperar e agregar o conhecimento.

Acima de tudo e segundo a opinião de Dinis

“O currículo é uma construção histórica e social complexa e expressa o conflito de interesses, forças, poderes e valores que se constituem referência de uma cultura.”

Os alunos estão relacionados com o currículo, tal como a organização dos tempos e espaços escolares, bem como o conhecimento e a cultura, a diversidade e inclusão social, fazem parte de todo o processo de integração e avaliação do currículo escolar.

Ainda segundo a mesma autora,

“O currículo é então um projecto amplo e global, em permanentemente desenvolvimento e aperfeiçoamento que, ao ser construído ‘na/ pela escola’ e ‘para a escola’, contribui, também, decisivamente para construção ‘da escola’ de qualidade, enquanto comunidade reflexiva e autónoma. A sua construção implica a participação e a colaboração de todos os agentes educativos (professores, alunos, pais, pessoal não docente, autarquias, museus e outros parceiros locais) e a articulação coerente de recursos, necessidades, interesses, experiências e aprendizagens visadas.” (Ibid.)

Deste modo, o educador/professor de hoje deverá pensar na pessoa do aluno, como sendo um ser humano, e que pela sua própria natureza é um ser de múltiplas dimensões, que aprende em tempos e em ritmos diferentes. Por isso, o seu conhecimento deverá ser construído e reconstruido processualmente e abordado numa perspetiva integrada e organizada.

(…)

Menina tocando flauta de bisel

Menina tocando flauta de bisel

MÚSICA PARA TODOS

Excerto de O lugar da Música no Ensino Básico: Música para todos, por Mário Relvas 2009

O debate sobre o que se deve aprender vem desde os gregos: Platão estabeleceu uma hierarquia de saberes com a Filosofia no topo e no século XX John Dewey defende a importância de realizar na sala de aula atividades com valor intrínseco em 7‐8 áreas de saber, estas últimas retomadas por Gardner na Teoria das Inteligências Múltiplas.

Há quem use a Música apenas quando mais nada resulta — veja‐se o que se passa nos TEIP — ou então para “abrilhantar” as festas em que o “prato forte” é a História, o Português ou a Matemática.

Para além destas razões, importantes, mas colaterais, devemos fazer Música no 1º ciclo porque:

  • ela é um sistema simbólico dos nossos sentimentos, ligada à nossa vida emocional;
  • as estruturas e padrões musicais desencadeiam em cada pessoa associações e significados;
  • ao trabalharmos Músicas de várias partes do mundo ou mesmo do interior do nosso País vamos ajudar os alunos a desenvolver o respeito e a compreender as outras culturas;
  • há várias inteligências que precisam ser desenvolvidas e a musical é uma delas.

No pré‐escolar e no 1º ciclo Educar a função do educador e do professor é não só instruir e formar, mas também, e principalmente, desenvolver. Assim, o entendimento atual em vários Sistemas Educativos Ocidentais é o de ensinar MÚSICA a todos, de desenvolver as capacidades musicais de todas as crianças e não apenas de algumas, numa perspetiva do desenvolvimento global das capacidades inatas do ser humano. Por isso é que em Portugal a Música é uma área curricular disciplinar, tal como o Português e a Matemática.

Educador de infância e professor de 1º ciclo ensinam Música

A obrigatoriedade de Música no currículo parece que põe em confronto a extensa preparação de um músico instrumentista profissional e a parca preparação em Música dos professores generalistas. A resposta é simples: há muitas maneiras de fazer Música, muitas das quais ao alcance do generalista.

Não há dúvida que é necessário um especialista para ensinar a tocar um instrumento, dirigir um agrupamento instrumental ou coral, mas como educar musicalmente é muito mais do que isto, o professor generalista tem um papel
indispensável, sendo aquele que melhor pode integrar a Música com as outras áreas do saber.

Como ensinar Música

A Música é parte integrante do desenvolvimento intelectual, cultural, emocional e espiritual das crianças e não deve ser lecionada à parte, nem ser um reduto do especialista, antes deve ser integrada com as outras áreas. Os professores generalistas devem abordar o desenvolvimento musical como abordam o desenvolvimento da linguagem e da leitura, com encorajamento, com atividades estruturadas. Ensinar Música passa por experiências diretas de criar, tocar e ouvir. Tudo o que justifica a existência de Música no Ensino
Básico passa por fazer, por estar ativamente envolvido a fazer Música.

Objetivos a alcançar

O que é que os professores pretendem alcançar quando ensinam música?

  • desenvolver o potencial criativo,
  • compreender as funções da música na sua comunidade e no mundo,
  • compreender a música como forma de comunicação emocional.

Momentos musicais

Durante um dia de escola existem muitos momentos, espaços e situações para realizar atividades musicais:

  • toda a turma escuta uma pela musical gravada;
  • as sessões de movimento são acompanhadas de música gravada;
  • cantar para começar e acabar o dia de aulas;
  • cantar para memorizar outros assuntos;
  • cantar em línguas estrangeiras;
  • toda a turma.

O lugar da Música no Ensino Básico: Música para todos, por Mário Relvas, ESEL. Comunicação apresentada no Congresso do 1º ciclo “De Pequenino se Trilha o Caminho”, promovido pela editora Gailivro e realizado na Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, no Porto, em 12 de dezembro de
2009.

Crianças tocando percussão e flauta

Crianças tocando percussão e flauta

Instrumentos reutilizados

Este é um álbum de instrumentos reciclados inclusivos que podem ser replicados e tocados por todas as crianças, na escola e em casa, com a ajuda de familiares adultos. As fotografias deste artigo apresentam crianças portadoras de multideficiência e de necessidades especiais em ação e foram feitas ao longo de anos. Representam parte do trabalho em Unidade de Apoio Especializado à Multideficiência e crianças com NEE do Ensino Regular. Tendo em conta as vantagens económicas, pedagógicas e ambientais, são um recurso que beneficia a prática de educadores de infância e professores de Música nas Atividades de Enriquecimento Curricular/Música Adaptada.

Bloco sonoro

reciclagem de extremidades de varão de cortina de madeira

Bloco sonoro de sanefa Lenga 2022

Bloco sonoro percutido por paulito (idiofone, de madeira)

castanholas de mão

reciclagem de taças de musse, de plástico

Castanholas de mão recicladas de taça de musse

castanholas de mão (idiofone de entrechoque, de plástico)

chincalho de argolas reutilizado

reciclagem de argolas e suporte de varão de cortina

Chincalho de argolas

chincalho de argolas (idiofone)

Chincalhão

reciclagem de varão de cortinas e argolas

Chincalho reutilizado

chincalho reutilizado (idiofone, de madeira)

Chocalhos de vento

reciclagem de cabide e chocalhos de animais

Chocalhos de vento

Chocalhos de vento (idiofone, de metal)

Clavas de cana de bambu

reciclagem de cana de bambu

Clavas de cana de bambu

Clavas de cana de bambu (idiofone)

Colar de argolas

reciclagem de argolas de cortina

Chocalho de argolas

chocalho de argolas (idiofone)

Frascos de vento

reciclagem de cabide e frascos

Frascos de vento

Frascos de vento (idiofone, de plástico)

Geme-geme

reciclagem de cabo e lata

Geme-geme, instrumento de fricção reutilizado

Geme-geme (idiofone de fricção)

Litofone de mão

reciclagem de pedras

Litofone de mão

Litofone de mão (idiofone de pedra)

Maraca cilíndrica grande

reciclagem de recipiente de toalhitas

Maraca cilíndrica grande reciclada de recipiente de toalhitas

Maraca cilíndrica (idiofone de agitamento)

Maraca cilíndrica

reciclagem de recipiente de ração para tartarugas

Maraca cilíndrica grande

Maraca cilíndrica (idiofone de agitamento)

Maraca de água

Maraca de água

Maraca de água

Maraca-lagarta

reciclagem de tampas de amaciador encaixadas, com arroz dentro (exceto numa tampa)

Maraca lagarta reciclada de tampas de amaciador

Maraca lagarta (idiofone de agitamento)

maracas de tampas de amaciador

reciclagem de tampas de amaciador

Maracas de tampas de amaciador

maracas (idiofone de agitamento)

paulitos

reciclagem de varas de madeira

Paulitos

paulitos (idiofone percutido)

Reque serra

Reque serrote reciclado, Lenga 2022

Reque serrote (idiofone de raspagem)

Requemola

reciclagem de mola e vara

Reque de mola

Reque de mola (idiofone de raspagem)

Saqueta sonora

reciclagem de saquinho e conchas

Saqueta sonora

Saqueta sonora (idiofone)

Tambor de frasco

(reciclagem de frasco percutido por bocado de cana com roda de borracha na extremidade

Tambor de frasco reciclado

Tambor de frasco reciclado

Tampas mágicas

reciclagem de tampas de balde de azeitona e tremoço para finalidades diversas conforme a criatividade das crianças

Círculos mágicos

Círculos mágicos

O som da água

O som da água
quando a toco na bacia
faz-me sentir
uma secreta alegria.

O som da água
quando cai na banheira
faz relaxar
o meu corpo da canseira.

O som do mar,
quando recua e avança,
faz-me tentar
uma verdadeira dança.

O som da chuva,
quando cai no meu telhado,
faz-me pensar
como é bom estar deitado.

O som da neve,
quando avanço em cima dela
faz-me lembrar
que pode ser fria e bela.

[ António José Ferreira ] 

Musicatividades

1. Coloca três copos de vidro iguais em cima da mesa. Enche o primeiro, põe água no segundo até um pouco mais de meio, deixa o terceiro vazio. Coloca-os à tua frente, um à frente do outro (cheio, meio, vazio). Pega uma colher de pau e toca sabendo que estão por ordem do grave para o agudo. Cria melodias suaves.

2. Com a ajuda de um adulto, professor ou familiar, faz um pau de chuva e utiliza-o em introdução e conclusão do poema.

3. O adulto coloca arroz dentro de um frasco de iogurte vazio, ou outro recipiente. A criança sentirá a textura do arroz e, se possível, ajudará a colocar. A própria criança (ou o adulto) agitarão a maraca reciclada de modo a imitarem o som do mar, ondas mais fortes ou ondas mais fracas.

4. Acompanha com pulsação em quatro níveis corporais, um por cada verso, por exemplo: palmas, mãos no peito, mãos nas pernas, pés no chão.

Praia e búzio

Praia e búzio

Jogos musicais

I. Em que mão se esconde o feijão?

Este jogo em pares desenvolve competências sociais, linguísticas e matemáticas. Basta um pequeno objeto que a criança ou adulto em jogo possa esconder na mão sem que se note onde está. Pode ser uma moeda, um feijão, um berlinde, entre outras coisas. A primeira criança agarra um desses objetos e coloca as mãos atrás das costas, passando de uma mão para a outra enquanto diz:

Vamos lá fazer um jogo
p’rà gente se divertir.
‘Stá na esquerda ou na direita?
É o que deves descobrir!

Coloca as mãos à frente e o outro jogador diz (esquerda ou direita, do parceiro) ou aponta com o dedo. Se acertar ganha uma moeda, ou feijão, ou berlinde… e assim sucessivamente, jogando cada um com o seu objeto. Tratando-se de moedas de 5, 10, 20, 50 cêntimos, valoriza-se o desenvolvimento de competências na área da Matemática.

II. Quem descobre o instrumento?

Para este jogo é necessário que cada jogador tenha uma rolha de cortiça lavada. No caso de o jogo ser presencial, não se pode transmitir a rolha a ninguém. A criança ou adulto que está em jogo coloca a rolha na boca – o que dificultará a compreensão por parte dos outros jogadores – e diz um instrumento. O primeiro a descobrir ganha um chocolate imaginário. O outro jogador procede da mesma forma, e assim sucessivamente.

No caso de a criança ter necessidades educativas especiais, o jogo em pares, em casa, pode ajudá-la a fazer contagens e somas simples.

Punhos

Punhos

Jogos musicais alimentares

I. Cuido da alimentação

A atividade promove alimentação saudável, competências vocais e coordenação motora.

Oiça aqui a melodia em MIDI.

Cuida sempre da alimentação.
Doces? Com moderação.
Aos salgados, tu dizes que não:
Fazem mal ao coração.

Come sopa de couve ou feijão, de espinafre ou agrião. Come coco, laranja, mamão, Melancia e melão.

Musicatividades

1. O adulto diz dois versos de cada vez, em andamento moderado, e a criança repete.

2. Diz uma quadra toda e a criança repete.

Acompanham com a ponta dos dedos da mão direita (exceto polegar) na beira da mesa e, em simultâneo o pé direito no chão; alternando com mão esquerda/pé esquerdo da mesma forma.

II. Bebo um copo

A atividade pode realizar-se tanto em casa como na escola. Pode fazer-se com um copo de plástico, ou uma tampa reciclada de amaciador da roupa. Promove a coordenação motora e competências nas áreas do Português e da Música.

Oiça aqui a melodia em MIDI.

Bebo um copo,
Bebo outro.
Está calor,
Sabe-me a pouco.

Musicatividades

1. Criança e adulto (ou duas crianças) estão sentadas à mesa. Um deles tem à sua frente um pequeno copo. (Ao início, é mais simples fazerem com um só copo).

2. Um agarra e passa, o outro agarra e passa, de forma regular, mecânica, sem perder a pulsação, sempre na mesma velocidade (andamento). Primeiro, aprendem a passar. Para ajudar, o adulto diz: agarra e passa, gar pas.

3. Depois dizem as rimas. O adulto reforça que beber água faz bem à saúde. Quando a criança já consegue dizer (ou cantar) o texto e passar corretamente o copo, juntam-se as duas atividades. Conheça AQUI os produtos Meloteca!

III. Um, dois, feijão com arroz

A atividade desenvolve competências vocais, rítmicas, linguísticas e matemáticas.

Oiça aqui a melodia em MIDI.

Um, dois,
feijão com arroz.

Três, quatro,
salmão para o prato.

Cinco, seis,
bem comem os reis.

Sete, oito,
comemos biscoito.

Nove, dez,
tomamos cafés.

Musicatividades

1. O adulto diz cada dueto e a criança repete.

2. O adulto diz os números (um, dois, por exemplo) e a criança responde com a rima respetiva.

3. Depois dizem a lengalenga completa.

4. Praticam a percussão na mesa, com 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 dedos na beira da mesa.

5. Criança e adulto estão sentados à mesa à uma distância adequada para percutirem com os dedos na beira da mesa.

6. De acordo com a lengalenga, percutem com 1, 2 dedos; depois 3, 4; depois 5, 6; depois 7, 8; depois 9, 10 dedos, completando com todos os dedos.

[ António José Ferreira ]

Copos para jogos

Copos para jogos em família ou na escola

Canções de roda

As canções de roda são um tesouro cultural com um papel insubstituível na infância. Ao unirem música, movimento e brincadeira coletiva, promovem o desenvolvimento global da criança.

Em termos sociais, a roda estimula a cooperação, o respeito às regras, a escuta ativa e a superação da timidez, fortalecendo o sentido de pertença ao grupo.

A nível psicomotor, os gestos e as danças associadas aos cantos desenvolvem a coordenação motora (ritmo, equilíbrio e noção espacial).

No campo cognitivo e linguístico, as rimas e a repetição das letras fáceis de memorizar expandem o vocabulário, estimulam a memória e a concentração, além de familiarizarem a criança com riqueza do folclore e da cultura popular.

A viuvinha está triste

[ Jogo da Viuvinha ]

A viuvinha está triste
Que lhe morreu seu marido
Não tem quem lhe aqueça a cama
Anda com o sono perdido.

A Senhora Viuvinha
Com quem é que quer casar
É com o Senhor da Alemanha
Ou com o Senhor General.

Eu não quero esses homens
Que eles não são para mim
Eu sou uma pobre viúva
Ninguém tem dó de mim

Tradicional da Madeira ]

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

Reciclanda, música e poesia para um mundo melhor

O projeto Reciclanda promove a reutilização, reciclagem e sustentabilidade desde idade precoce.

Com música, instrumentos reutilizados, poesia e literaturas de tradição oral, contribui para o desenvolvimento global da criança e o bem estar dos idosos. Faz ACD e ALD (formações de curta e longa duração) e dinamiza atividades em colónias de férias com crianças. Apresenta-se nas áreas da educação e da sustentabilidade em festivais.

Saiba mais na Reciclanda e contacte-nos:

António José Ferreira:
962 942 759

Ai, eu entrei na roda

Ai, eu entrei na roda.
Ai, eu não sei como se dança.
Ai, eu entrei na “rodadança”.
Ai, eu não sei dançar.

Sete e sete são quatorze,
com mais sete, vinte e um.
Tenho sete namorados
só posso casar com um.

Namorei um rapazinho
do colégio militar.
O diabo do garoto,
só queria me beijar.

Todo mundo se admira
de a macaca fazer renda.
Eu já vi uma perua
ser caixeira de uma venda.

Lá vai uma, lá vão duas,
lá vão três pela terceira.
Lá se vai o meu benzinho,
de avião para a Madeira.

Essa noite tive um sonho
que chupava picolé
Acordei de madrugada,
chupando dedo do pé.

Tradicional do Brasil ]

Cai, cai, balão

Cai, cai, balão, cai, cai, balão
Aqui na minha mão.
Não cai, não, não cai, não, não cai, não,
Cai na rua do Sabão.

Tradicional do Brasil ]

Ciranda

Ciranda, cirandinha,
Vamos todos cirandar.
Vamos dar a meia-volta,
Volta e meia vamos dar.

O anel que tu me deste
Era de vidro e quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e acabou.

Por isso, colega Ana,
Entre dentro desta roda.
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus e vá-se embora.

Escravos de Jó

Escravos de Jó
Jogavam caxangá.
Tira, bota, deixa ficar.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue-zigue-zá.

Tradicional do Brasil ]

Ó condessa

[ Condessinha de Aragão ]

Ó condessa, ó condessinha,
Ó condessa de Aragão,
Venho pedir-te uma filha
Destas três que aqui estão.

Minhas filhas não as dou,
Nem por ouro nem por prata,
Nem por sangue de zaragata
Que me custou a criar
Com a ponta da minha agulha
E com o rabo do meu dedal.

Ai que contente que eu vinha,
Que triste me vou achar!
Pedi a filha à condessa,
Condessa não ma quis dar.

Volta atrás ó cavaleiro
Se fores homem de bem
Entra aqui no meu chiqueiro
E escolhe a que for capaz.

Esta quero, esta levo
Por seres a minha condessa
Que me come o pão da cesta
E o vinho da Calheta.

Tradicional da Madeira ]

Olha a Rosa

Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa
Olha a Rosa amarela, Rosa
Tão Formosa, tão bela, Rosa

Iá-iá meu lenço, ô Iá-iá
Para me enxugar, ô Iá-iá
Esta despedida, ô Iá-iá
Já me fez chorar, ô Iá-iá

Vai correndo o lindo anel

Vai correndo o lindo anel,
corre, voa, sem parar.
Onde está, onde se encontra?
Quem o pode adivinhar?!

Quem o pode adivinhar,
se é que não adivinhou?
Onde pára o lindo anel
que da minha mão voou?!

T. Nogueira ]

Vai de galho em galho

Vai de galho em galho
Vai de flor em flor
Vai de braço dado
Vai de braço dado mais o seu amor.

Muito chorei eu num Domingo à tarde
Aqui este meu lenço
Aqui está o meu lenço que fala a verdade.

Ah, seu ladrão, seu ladrão manjerico
Não queiras ficar
Não queiras ficar na praia sozito.

Na praia sozito não hei-de eu ficar
Eu hei-de ir à roda
Eu hei-de ir à roda escolher meu par.

Tradicional da Madeira ]

Canções de roda

Canções de roda

Canções para brincar

As brincadeiras cantadas representam uma das expressões culturais mais ricas e importantes na infância, funcionando como um veículo para o desenvolvimento infantil. Ao fundirem a música, o movimento e a interação social, estimulam o crescimento da criança de forma global.

No âmbito cognitivo e linguístico, as letras simples, ritmadas e repetitivas, típicas das cantigas de roda, facilitam a aquisição de novo vocabulário, o desenvolvimento da memória e da concentração. As regras implícitas nas brincadeiras exigem atenção, raciocínio lógico e coordenação.

A nível psicomotor, o ato de cantar, bater palmas, bater os pés e dançar em roda desenvolve a coordenação motora (fina e grossa), o sentido rítmico, a consciência corporal, a noção de tempo e de espaço.

No plano socioafetivo, estas atividades são essenciais. Brincar em grupo fomenta a socialização, a colaboração, a aprendizagem do respeito por regras e a capacidade de espera. Além disso, as brincadeiras cantadas transmitem valores morais e éticos, reforçam o sentimento de pertença cultural e promovem a expressão de emoções de forma segura e divertida. 

A bola bate

A bola bate, bate,
ao ritmo da canção.
Vai agarrar a bola
quem está com atenção.

A bola passa, passa,
ao ritmo da canção.
Não deixes que a bola
escape da tua mão.

António José Ferreira ]

A cabrinha saltou

A cabrinha saltou
p’ra cima do rochedo.
A cabrinha saltou
e nunca teve medo.
A cabrinha desceu,
não tremeram os seus pés.
Cabrinha,
que brava que tu és.

O cabrito saltou
p’ra cima do rochedo.
O cabrito saltou
e nunca teve medo.
O cabrito desceu,
não tremeram os seus pés.
Cabrito,
que bravo que tu és.

O rebanho saltou
p’ra cima do rochedo.
O rebanho saltou
e nunca teve medo.
O rebanho desceu,
não tremeram os seus pés.
Rebanho,
que bravo que tu és.

António José Ferreira ]

A escola

A escola é tua casa
e casa dos teus pais,
lugar para aprenderes
e seres muito mais.

A escola é para amar,
é quase tua mãe.
Aplica o que ela ensina
e vais sentir-te bem.

António José Ferreira ]

Bati à porta do número um

Bati à porta do número um,
vi uma foca a beijar um atum.

Refrão:
Isto é uma loucura!
Isto é uma loucura!

Bati à porta do número dois,
vi a jogar uma junta de bois.

Bati à porta do número três,
vi um burrinho a falar japonês.

Bati à porta do número quatro,
vi uma ovelha a comer do prato.

Bati à porta do número cinco,
vi a dançar um ornitorrinco.

Bati à porta do número seis,
vi um leão a ditar as leis.

Bati à porta do número sete,
vi um besouro a tocar trompete.

Bati à porta do número oito,
vi um texugo a correr afoito.

Bati à porta do número nove,
um fantasma que não se move.

Bati à porta do número dez,
vi um palhaço a tirar cafés.

Dizem as galinhas

Dizem as galinhas:
cacaracacá!
Dizem as peruas:
glu glu glu glu glu!

Dizem os cachorros:
ão ão ão ão ão!
Dizem os gatinhos:
miau miau miau miau miau!

Dizem as ovelhas:
mé mé mé mé mé!
Dizem as vaquinhas:
mu mu mu mu mu!

António José Ferreira ]

Domina

Domina!
Se tu visses o que há,
Domina,
em casa da Salomé,
Domine,
uma tarte de kiwi,
Domini,
e um belo pão-de-ló,
Domino;
mas dele não comes tu,
Dominu.

Domina!
Se tu visses o que há,
Domine,
em casa da Salomé,
Domini,
uma tarte de kiwi,
Domino,
e um belo pão-de-ló,
Dominu;
mas dele não comes tu,
Dominu!

António José Ferreira ]

É o cavalo a relinchar

É o cavalo a relinchar
e a vaca a mugir.
É o gato a miar
e o cachorro a latir.

É o burro a zurrar,
e a cigarra a fretenir.
É o touro a berrar
e a abelha a zumbir.

É a pega a palrar,
e a ovelha a balir.
É o pombo a arrulhar
e o porco a grunhir.

É o lobo a uivar
e o tigre a rugir.
É o mocho a piar
e o mosquito a zunir.

António José Ferreira ]

Já fui à China

Já fui à China uma vez!
Um, dois, três!
Nunca eu vi tanto chinês!
Um, dois, três!

De olhos em bico está a Inês!
Um, dois, três!
Nunca ela viu tanto chinês!
Um, dois, três!

Fica espantado um chinês!
Um, dois, três!
Como é difícil o Inglês!
Um, dois, três!

António José Ferreira ]

Quem soube escutar

Quem soube escutar, tocou,
quem soube escutar tocou.
Escolho para tocar,
aquele que sabe escutar,
Quem sabe ouvir e calar,
este tambor vai tocar.

António José Ferreira ]

Lecanué tchinbindibau

Lecanué tchinbindibau.
Eh tatá tchinbindibau.
Eh mamá tchinbindibau.
Eh kaká tchinbindibau.
Eh tatá eh mamá eh kaká
Eh! Tchinbindibau.

Tradicional ]

Listen to my big drum

Listen to my big drum:
bang, bang, bang.
Listen to my triangle:
tang, tang tang.
Listen to my trumpet:
too too too.
Listen to my tambourine:
shoo shoo shoo.

Bate as mãos nas pernas

Bate as mãos nas pernas,
bate os pés no chão.
Bate as mãos nos ombros,
dá-me a tua mão.

Nesta casa antiga
mora um grande gato.
Quem disser o “1”
vai tornar-se um rato!

António José Ferreira ]

O rapaz se apaixonou

O rapaz se_apaixonou
por uma menina que com ele_estudou.

Foram juntos ao cinema.
Viram uma animação! [ Panda kungfu, ou outro ]
Foram juntos ao cinema.
Viram filme de ficção! [ Robô ]
Foram juntos ao cinema.
Viram um bonito drama! [ Choro ]
Foram juntos ao cinema.
Viram filme de terror! [ Dizem aú ]
Foram juntos ao cinema.
Viram filme de cowboys! [ atirar um laço com corda ]
Foram juntos ao cinema.
Viram ótima comédia. [ Gargalhada ]
Foram juntos ao cinema.
Viram um filme de amor. [ Beijinho ]

O Vasco foi a Angola

O Vasco foi a Angola
p’ra ver como era Angola.
Que linda que era Angola.
América!
Angola!

Saber estar

Saber estar,
saber ‘scutar,
saber calar,
saber jogar.

Saber falar,
saber cantar,
saber tocar,
saber dançar.

António José Ferreira ]

Salsa, salseirinha

Salsa, salseirinha,
ó-i-o-i-ó-ai,
assim faz o baterista,
assim, assim, assim. (bis)

Salsa, salseirinha,
ó-i-ó-i-ó-ai,
assim faz o pianista,
assim, assim, assim. (bis)

Salsa, salseirinha,
ó-i-ó-i-ó-ai,
assim faz o trompetista,
assim, assim, assim. (bis)

Salsa, salseirinha,
ó-i-ó-i-ó-ai,
assim faz a maestrina,
assim, assim, assim. (bis)

Salsa, salseirinha,
ó-i-ó-i-ó-ai,
assim faz o organista,
assim, assim, assim. (bis)

António José Ferreira, adapt. ]

Segunda-feira . Dias da Semana

Segunda-feira,
que canseira!
Terça-feira,
que canseira!
Quarta-feira,
que canseira!
Quinta-feira,
que canseira!
Sexta-feira,
que canseira!

Após os cinco dias úteis, declamado:

Sábado não tem feira,
nem canseira.
Domingo não tem feira
nem canseira.
Posso descansar
na espreguiçadeira,
e ficar mais tempo
à tua beira.

António José Ferreira ]

Solifá

Solifá,
toma leite de manhã.
Solirré,
come peixe com puré.
Solimi,
come pera e kiwi.
Solidó,
não abuses da filhó.
Solitu,
come carne de peru.

Solifá,
minha mãe gosta de chá.
Solirré,
e o meu pai toma café.
Solimi,
minha avó come kiwi.
Solidó,
eu gosto de pão-de-ló.
Solitu,
diz-me o que comes tu?

António José Ferreira ]

Ti ti ti, ‘stou aqui

Ti ti ti,
‘stou aqui mas não ‘stou feliz.

Ti ti ti,
vou viver para outro país.

António José Ferreira ]

Tiyaya

Tiyaya, tiyaya oh! (3 v.)
Tiyaya, tiyaya oh!
Ai! Oh! Ai! Oh!
Tiyaya tiyaya oh!

Tradicional

Toca o sino da igreja

Toca o sino da igreja,
o sino da igreja.
Toca o sino da igreja,
o sino da igreja.
Dam dom dam!
Dam dom dam!
Dam dom dam!
Dam dom dam!

Oiço ao longe um chocalho,
ao longe um chocalho.
Oiço ao longe um chocalho,
ao longe um chocalho.
Dam dom dam!
Dam dom dam!
Dam dom dam!
Dam dom dam!

António José Ferreira ]

Trus trus trus! O Senhor pintor

Trus trus trus! Quem é que quer entrar?
É o senhor pintor que a sua casa vem pintar.

Pegue nos pincéis e comece a trabalhar.
Pinte nos lugares que lhe vou já indicar.

Na cozinha, quero uma bananeira,
para alegrar o coração da cozinheira.

Na salinha quero um rosinha
para a aquecer o coração da mamãzinha.

No portão, quero um cachorrão
para dar um susto à cara feia do ladrão.

Vou pintar aquilo que me diz.
Espero que goste e que seja mais feliz.

Já acabei! Adeus, minha senhora,
até outro dia, que já me vou embora.

Criança a tocar pandeireta

Criança a tocar pandeireta